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segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Fórmula do comércio independente ou fórmula do comércio associado

O mercado é um espaço onde tudo, se for legal, pode existir e coexistir, dando a imagem de um mil-folhas. Assim, em Portugal, todas as fórmulas comerciais que foram desenvolvidas nas últimas décadas vieram enriquecer a oferta comercial. Obviamente, se a sobreposição de fórmulas comerciais favorece o consumidor, oferecendo-lhe mais escolhas, ela penaliza um conjunto de comerciantes demasiado isolados, demasiado pequenos em relação à maquinaria pesada e ao arsenal marketing dos grandes grupos. 

A escolha é sempre do empreendedor que pode optar por uma fórmula de comerciante totalmente independente ou por uma fórmula de comerciante independente associado a uma insígnia. 
No caso do retalho alimentar, o comerciante pode querer ter uma loja totalmente independente e sem laços nenhuns seja com quem for ou, ele pode juntar-se a uma entidade que desenvolveu um projeto consistente. Nos dois casos, o risco do empreendedor está sempre presente mas, é verdade que quando um comerciante adere a um projeto de comércio associado o apoio técnico existe, porque é do interesse de todos que os resultados sejam bons. 

No caso da fórmula do comércio totalmente independente 
O retalhista toma todas as decisões e deve, sozinho, definir e articular todos os aspetos do negócio, quer em termos logísticos, comerciais e de marketing, como administrativos e de recursos humanos. Isso corresponde a muito trabalho, muita energia a gastar, muitas preocupações a gerir e digerir, sem falar do peso da solidão da tomada de decisão. 
Ser retalhista totalmente independente é uma opção muito respeitável mas, às vezes, a carga é pesada para carregar sozinho! 

No caso da fórmula do comércio independente associado 
Normalmente, o retalhista continua a ser o dono do seu negócio e, deve assumir os riscos do empreendedor. Normalmente é assim, mas existem fórmulas de comércio associado onde a estrutura a montante é tão poderosa que pode avassalar os seus aderentes. O retalhista deve obviamente analisar bem cada proposta e cada projeto, em termos de prós e contras, antes de tomar a decisão de aderir. 
As vantagens do comércio associado têm a ver com os apoios proporcionados pela rede, pela estrutura que “Anima” o projeto. Os apoios técnicos são diversos e o leque vai desde o parecer técnico sobre a localização de um Ponto de Venda até a implantação dos produtos no layout definido, para provocar a maximização das vendas. Em paralelo aos apoios técnicos pode existir um apoio em termos de formação dos retalhistas e dos seus colaboradores. 
No entanto, existe um outro tipo de apoio que raramente é sublinhado porque pouco visível, e que consiste nas ações desenvolvidas pelos técnicos da central que gere o projeto, e que têm um papel essencial na busca das melhores condições para fomentar o escoamento nas lojas dos comerciantes aderentes. Estes técnicos são: 
- Os compradores da central, que procuram obter as melhores condições de compra para os produtos que fazem parte da atualidade do consumo, das tendências fortes do mercado dos consumidores; 
- Os comerciais e os responsáveis do marketing que definem e elaboram os folhetos promocionais e todas as ações de animação da atividade nas lojas; 
Estas pessoas da retaguarda são as Mulheres e os Homens invisíveis que representam um valor acrescentado inestimável para cada retalhista aderente de uma rede de comércio associado. 
Bom trabalho 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB

domingo, 11 de dezembro de 2016

Quando as mudanças na sociedade abrem um espaço para a diferenciação!

Estamos numa época de mudança nas empresas, pois a geração Y, também chamada a “net generation”, está a chegar aos comandos das empresas, substituindo pouco-a-pouco a geração X! Uma nova visão do mercado, quer em termos dos indivíduos quer em termos das novas tecnologias, está a modificar a sua abordagem. 

A geração X, nas nossas sociedades desenvolvidas, é uma geração que tentou mostrar à geração precedente dos “baby-boomers”, com resultados nem sempre à altura das expetativas, que era capaz de manter o rumo do bem-estar geral dos indivíduos. 
Verdadeiramente, os resultados não estiveram à altura das expetativas; o desemprego explodiu, a precariedade no trabalhou instalou-se de forma durável para muitos cidadãos, as crises sucedem-se sem darem sinal de fim, o mundo tornou-se instável e, o espírito belicoso voltou à superfície com a consequente subida dos partidos populistas.
No comércio, este período foi marcado pelo aparecimento de cuidados que tinham como base a vontade de responder positivamente aos clientes, solução que parecia mais vantajosa do que a perda do cliente. 

A geração Y, que corresponde aos indivíduos nascidos entre 1980 e 1990, portanto indivíduos que têm hoje em dia entre 26 e 36 anos, não sente ter que dar satisfação à geração dos seus pais. É uma geração marcada pelo uso desenfreado das novas tecnologias, da Net, das redes sociais, e sem grandes inibições em relação à pressão marketing, que é vista como um corolário normal do mundo da Internet. 
Esta geração Y que está a chegar aos comandos nas empresas, está a trazer a sua visão do mercado, na qual predomina o individualismo, o egocentrismo e em que se nota também uma ausência de complexos em relação ao que acha certo ou errado. Para esta geração, a “máquina marketing” e as novas tecnologias são as ferramentas para dirigir a sociedade no seu conjunto ou grupos de indivíduos bem identificados. 
Paradoxalmente, quando os indivíduos desta geração se encontram em situação de mandar, parecem negar aos outros indivíduos o direito de discordar das suas ideias, dos seus erros. 

Nas lojas, sobretudo em lojas que pertencem a grupos económicos de grande dimensão e de forte impacto no mercado, começa a notar-se a vinda dessa nova geração ao “poder”. 
Reclamar está a tornar-se complicado para os clientes: 
- Se faltar uma etiqueta de preço, a loja não tem culpa; 
- Se há rutura de stock, a loja não tem culpa, o cliente não deveria reclamar; 
- Se um “stopper” com preço promocional destacado ficou no mesmo sitio depois da data final da promoção, o cliente devia ter lido a data e ter percebido que o produto já não estava em promoção; 
- Se um cartaz de destaque foi mal escrito ou ficou incompleto, a culpa não é da loja e o cliente deve perceber que não deve reclamar porque o erro acontece; 
- Na caixa, quando falta 1 cêntimo para devolver ao cliente é uma coisa menor, mas se for o cliente a quem falta 1 cêntimo, o negócio já não se faz; 
- Parece normal que o empregado esteja mal-humorado e que faça uma carita de mal-humorado ao cliente…  

Para o retalho do comércio independente e/ou associado, em que o comerciante deve zelar pela proteção do seu negócio, esta mudança geracional de responsáveis nas grandes organizações é uma oportunidade para a diferenciação pela qualidade do acolhimento e do atendimento dos clientes. 
Esquema  
Bom trabalho 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB

domingo, 4 de dezembro de 2016

Os “demónios” estão de volta

O ano de 2016 terá sido um ano de grande bonança para o retalho de tipo LPD – Loja de Pequena Dimensão. Foi tão bom que, infelizmente, os velhos “demónios” estão de volta. O Mercado decidirá!

Podíamos ter pensado que os comerciantes do retalho alimentar tinham percebido que deviam melhorar a sua loja para oferecer um espaço de compra compatível com as exigências dos clientes atuais ou seja; uma loja agradável, bem iluminada, bem organizada onde as compras podem ser feitas fácil e rapidamente. 
Infelizmente não! Veem-se os donos de lojas sem grande aspeto a pensar, erradamente e por cegueira, que se a sua loja teve clientes e faturou bem foi porque era uma boa loja! A análise está errada porque o crescimento das vendas teve a sua origem na dinâmica extraordinária do mercado imobiliário e do turismo. Ou seja, quando a faturação aumentou, foi por causa de elementos completamente alheios à própria loja.

….mas, os consumidores aprendem 
Os novos moradores podem numa primeira fase, dando o tempo de se organizarem e de aclimatarem ao sítio, contentarem-se com o aparelho comercial existente. Numa segunda fase, é muito provável que estes recém-chegados comecem a conhecer melhor a zona onde escolheram de viver e optem pela loja que lhes oferece o melhor sortido no melhor ambiente e os melhores serviços ou seja, que lhes oferece as melhores condições de compra e o brilho que têm o direto de esperar! 

….e a concorrência também aprende e age 
O mercado é vivo, o que pressupõe que quando surge uma oportunidade alguém aparece para pegar nela! Uma oportunidade é o fruto de um vazio por preencher ou, da possibilidade de matar de vez quem existe e está implantado mas que trata de forma desleixada o seu mercado. Não há misericórdia! O Mercado sanciona aqueles que não se adaptam. 
Um concorrente pode ser, segundo a localização e as características do Mercado, um retalhista independente com vontade de ganhar o seu espaço e que propõe uma loja de acordo com as expetativas atuais dos consumidores ou, uma cadeia de distribuição organizada que quer aumentar o seu controlo do Mercado. 

A festa poderá ser de curta duração para quem tenha uma loja desorganizada e acha que a bonança de este ano lhe dá direito a perpetuar uma loja de fraca qualidade. 
Para quem utilizar a bonança de 2016 como ponto de partida para uma evolução da sua loja, de maneira a que a mesma seja adequada às exigências atuais do Mercado, o futuro será provavelmente promissor! 
Esquema 

Bom trabalho 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB