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sábado, 27 de janeiro de 2018

10.000€ parecem muito mas, representam muito pouco!


A conjuntura sendo favorável às lojas de proximidade, ou seja lojas perto de casa, que não obrigam a utilizar o carro para fazer as compras e que dão a sensação de menor submissão à tentação de comprar, é terrível ver uma multidão de lojas com uma faturação mensal da ordem dos 10.000€. 

10.000€ parecem muito mas, representam muito pouco! 
Tendo em conta um nível de margem bruta na ordem dos 20% e as despesas necessárias para que funcione uma loja ou seja, as despesas ligadas à energia, água, equipamento de transporte das mercadorias, meios informáticos e apoios técnicos inerentes e compra dos consumíveis informáticos…10.000€ representam pouco. 
No quadro descrito, a remuneração do retalhista é comparável à remuneração de um empregado que ganha o salário mínimo. Não dá para fazer uma grande vida. 

Há margem para que uma loja de bairro fature mais? 
Uma loja pode não estar bem localizada ou, ter perdido o seu mercado principal por várias razões já apontadas em outros “posts”. Nesses casos extremos, a solução, se os donos das lojas forem “comerciantes de verdade”, consiste em fechar a loja atual e abrir uma nova loja num sítio com características que permitam que o comércio vença. 
No entanto, em muitos casos, aumentar a faturação de uma loja é possível. Como consultor, sei que é comum que uma loja reorganizada aumente a sua faturação de 20% a 30%. Queria sublinhar que o crescimento da faturação é, numa fase inicial, apenas a consequência de mais compras dos clientes habituais. Numa segunda fase, podemos dizer que clientes satisfeitos geram clientes novos através do passa-a-palavra. 

Quem tem interesse no crescimento da faturação dos retalhistas de bairro? 
Eu diria que todos os intervenientes na cadeia de distribuição têm um interesse no favorecimento do maior escoamento possível. Todavia, convém realçar que são os próprios retalhistas e as organizações que os abastecem, e portanto que estão intimamente ligadas a eles, que deveriam estar em primeira linha. Claramente, se os retalhistas devem cuidar em primeiro do seu próprio negócio, as organizações grossistas ou cadeias de retalho devem também cuidar do elo que lhes é indispensável

O que devem fazer os retalhistas? 
Reorganizar a sua loja é o B-A-BA para a maior parte dos retalhistas com faturação baixa. 
Reorganizar a loja quer dize
- Definir um circuito que ajude os clientes a fazer as suas compras, rapidamente e facilmente; 
- Definir um encadeamento correto das categorias de produtos que reforce o circuito previamente definido. O bom encadeamento permite que o cliente se lembre do que pode faltar em casa, sem grande esforço de memorização; 
- Definir uma implantação correta dos produtos. As prateleiras devem raramente estar alinhadas numa loja de pequena dimensão. O número de prateleiras contribui para gerir o linear de exposição dos produtos de que dispõe uma loja e, o desnivelamento de prateleiras entre dois elementos permite realçar a presença dos segmentos de produtos e combate o efeito de “rotina”; 
- Recusar a multiplicação de MDD (marcas de distribuição) num mesmo segmento de produtos; 
- Redefinir o ambiente geral da loja removendo o teto falso que é um vestígio dos anos 90, hoje obsoleto, e colocando uma iluminação que realce a loja no seu conjunto, com rampas de luz perpendiculares às gôndolas para evitar zonas de sombra. 
Estes passos são imperativos e não podem em caso algum serem substituídos por promoções e/ou folhetos. Não se pode tratar uma hemorragia com a aplicação de um penso rápido! 
Para uma grande parte dos retalhistas que tem uma loja com baixa faturação, não mudar nada é sinónimo de aceitar ser um proletário do comércio a vida inteira.  
Além disso, como a VIDA tem horror do vazio, quem não muda corre o risco de ver aparecer um concorrente organizado que tratará de o matar de vez! 

Homem prevenido vale por dois! 
Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB


domingo, 21 de janeiro de 2018

Fazer sonhar os clientes é impreterível! - Continuação

As imagens seguintes têm apenas o objetivo de ilustrar e exemplificar o que foi escrito no post “Fazer sonhar os clientes é impreterível” 
https://alojadaminharua.blogspot.pt/2018/01/fazer-sonhar-os-clientes-e-impreterivel.html






O rosto da loja é uma consequência da escolha do retalhista.
Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB

domingo, 14 de janeiro de 2018

Fazer sonhar os clientes é impreterível!

Parece que no setor alimentar o momento é de tristeza. Os donos de lojas estão paralisados perante uma situação de confronto diário com uma concorrência forte e agressiva. Hipnotizados pelos números de produtos vendidos, eles esquecem-se de que o negócio é antes de tudo o mais um jogo de sedução e de capacidade em fazer sonhar os consumidores. 

Portugal é um país desenvolvido onde a penúria alimentar não existe. Podem existir situações de dificuldade de consumo dos lares, relacionadas com rendimentos baixos mas, o acesso ao consumo não é negado a ninguém. 
A densidade do aparelho comercial é tal que há sempre uma loja ao pé da esmagadora maioria da população. 

Comprar produtos é portanto fácil, qualquer loja serve! Os mesmos produtos da mesma marca existem em todas lojas. Também, num reflexo compreensível de resposta às exigências da concorrência por parte dos donos de lojas, o preço de venda é em geral similar. Numa visão baseada na venda básica de produtos, o negócio é pouco lucrativo. 

Os donos, os gestores das lojas, devem evoluir e aceitar que as suas lojas devem saber seduzir e fazer sonhar os consumidores. Os elementos da sedução e do fazer sonhar são conhecidos, e nada complicados a pôr em prática: 
A organização do ponto de venda. Este primeiro elemento engloba em termos do exterior; toldo, fachada, parque de estacionamento, iluminação e, em termos do interior; o layout, os equipamentos, a distribuição das categorias, as implantações, a iluminação, a sinalética, os cheiros…etc. 
O sortido proposto aos clientes. O sortido deve incluir produtos de marca de grande notoriedade mas, deve ser completado por produtos que permitam satisfazer os desejos do momento tais como viajar, através da compra de produtos étnicos, de se sentir “alguém”, através da compra de produtos de nível de qualidade superior, de controlar a sua saúde e a sua higiene de vida, através da compra de produtos biológicos, dietéticos, saudáveis…etc. 
A qualidade do acolhimento e do atendimento. Como é que um cliente se pode sentir valorizado quando o acolhimento ou o atendimento na loja é medíocre, para não dizer muito insuficiente? Há secções onde a fraqueza do atendimento é tal que a experiência de compra se torna negativa e leva os clientes a procurarem noutro sítio um melhor tratamento. Os empregados das caixas de pagamento estão – neste ponto - em primeira linha: É demasiado corrente ver empregados de caixa tratarem mal os clientes e contribuírem para difundir uma imagem negativa da loja. 
Qual é o cliente que pode ser seduzido e levado a sonhar uma vida diferente numa loja que propõe a imersão num mundo de má organização, por vezes com cheiros relutantes, falta de produtos diferenciadores e, mau atendimento? 

Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB

sábado, 6 de janeiro de 2018

Políticas de extração e políticas de inclusão

Para muitas pessoas, o início do ano é um momento de reflexão sobre o desenrolar dos dozes meses a vir. No fim de 2017 deixei-me seduzir por um livro que leio com bastante interesse. Trata-se do livro PORQUE FALHAM AS NAÇÕES – AS ORIGENS DO PODER, DA PROSPERIDADE E DA POBREZA de Daron Acemoglu e James A. Robinson. 
Capa do livro 
Os autores do livro explicam através de muitos exemplos que as razões da pobreza ou da riqueza das nações é o resultado de implementação de instituições e de políticas económicas erradas, e não as consequências da origem dos indivíduos, do clima, da cultura, da localização geográfica. Eles explicam que certas instituições são extrativas e outras inclusivas: 
As instituições extrativas favorecem um grupo reduzido de pessoas ao detrimento da maioria das pessoas que vive na pobreza, ver sobrevive apenas. As riquezas são concentradas e os monopólios fortes, o que impede os indivíduos que não fazem parte do grupo favorecido de poder ter expetativas de um dia chegar ao topo. Pior ainda, as instituições extrativas levam os indivíduos a não fazer nada, por medo de retorsão daqueles que possuem e dirigem. De facto, para quê esforçar-se quando o risco de ver ser confiscado o fruto do trabalho e dos esforços é muito elevado e extremamente provável? 
As instituições inclusivas proporcionam a todos os cidadãos a possibilidade de criar: criar uma empresa, criar um património, criar sucesso para si-mesmo e por ricochete para a comunidade. As instituições inclusivas abrem de facto o leque das possibilidades de sucesso a qualquer indivíduo. As instituições inclusivas podem, é verdade, ter como consequência o facto de as ideias novas serem tão revolucionárias que destroem o que existia. O setor informático revolucionou bastantes setores económicos mas, também criou muitas novas oportunidades. 

Lendo este livro, lembrei-me de que o sucesso estrondoso dos grupos de distribuição moderna teve na origem a implementação de políticas inclusivas no seio desses grupos. Poucas pessoas com grande formação estavam interessadas em trabalhar numa atividade vista como sendo menor e pouco gratificante. A maior parte dos quadros dos grupos de hipermercados vinha do terreno, eram colaboradores que tinham uma vontade feroz de vencer, que davam os seus dias e muitas vezes também as suas noites para fazer funcionar a “máquina”, que estavam 100% disponíveis para ir viver para a outra ponta do país para subir na hierarquia. Existem bastantes exemplos de colaboradores de lojas que passaram de empregados de base a diretores de loja e, bastante bons em termos profissionais. 

Não será que o mal-estar que parece existir hoje em muitas lojas é o fruto da implementação, cada vez mais importante, de políticas económicas extrativas, que deixam os seus colaboradores com uma sensação de “aqui, nunca poderei melhorar a minha vida”? Se a interrogação estiver certa, não é bom nem para uns nem para outros. 

Uma coisa continua a ser certa e fundamental; o sucesso move as pessoas. As empresas devem acreditar nas pessoas e desenvolver políticas inclusivas que levem os indivíduos a dar o  melhor deles próprios. Uma vez mais voltamos à lei do dar e receber. 

Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Por favor, isso NÃO!

Estamos a entrar cada vez mais na era digital, uma época de evolução tecnológica sem precedentes na história, acompanhada por uma profunda mutação da forma de viver das pessoas. Conceitos e fórmulas comerciais aparecem e destabilizam o que parecia estar bem enraizado. No entanto, nas lojas continuamos a ver “coisas” surpreendentes e que já não deveriam existir. 

Desde os anos 70, os equipamentos de exposição das mercadorias evoluíram. 
Quer os equipamentos de exposição dos produtos secos, quer os equipamentos de exposição de produtos frescos e necessariamente de conservação sofreram alterações. 
- Os equipamentos de conservação de frio positivo, adaptados aos lacticínios, outrora enormes gastadores de energia e que ocupavam muito espaço na loja, passaram a ter portas para gastar menos energia e podem ter uma profundidade inferior a 80cm. 
- As gôndolas tinham sancas que fechavam a parte superior e levavam prateleiras em cascata. As gôndolas normalmente utilizadas tinham uma altura de 1,40m a 1,75m. A prateleira de baixo podia ter de 50 a 60cm de profundidade e a prateleira da parte superior podia ficar com apenas 10cm de profundidade. Os buracos dos prumos eram largos e mudar uma prateleira de nível queria dizer mudá-la de pelo menos 4cm de altura. 
Hoje, é normal utilizar gôndolas de 2m de atura, as prateleiras são todas alinhadas e os buracos de mudança de nível permitem mexer 1,5cm apenas. 
Tipo de equipamento "obsoleto"
As alterações que sofreram os equipamentos no decorrer das últimas décadas dão para escrever um livro! Mas, por favor deixem de dar trela aos vendedores de equipamentos ultrapassados, e que não servem hoje nenhuma loja, nenhum negócio, nenhuma boa relação entre os consumidores e os retalhistas do setor alimentar. A imagem seguinte, recebida de um cliente meu que queria modernizar a sua loja é um exemplo concreto do que HOJE os retalhistas NÃO DEVEM COMPRAR.

Visitando o blog Alojadaminharua, o leitor poderá ver exemplos de equipamentos modernos e adaptados ao retalho alimentar de sucesso. 
Links de interesse 

Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB