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domingo, 24 de junho de 2018

Pequenos passos que podem mudar tudo!


Em muitas lojas do retalho alimentar independente de pequena dimensão, pequenos passos poderiam dar origem a grandes diferenças em termos de faturação. Na maior parte das vezes, não se trata de investir nem sequer um centavo. Trata-se apenas de organizar a loja e de cuidar da implantação das categorias de produtos e dos respetivos produtos. 

Exemplo de pontos simples e fáceis de melhorar com consequências rápidas na faturação da loja.
Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB


domingo, 17 de junho de 2018

Quem é que ainda quer comprar produtos?


Os consumidores já não estão interessados em comprar produtos! Para a maioria deles o tempo é a medida essencial, básica e incompressível, que determina o perímetro dentro do qual se pode ganhar dinheiro e gozar dos pequenos prazeres da vida. Preparar as refeições todos os dias é visto por muitas pessoas como uma tarefa que ocupa tempo, um tempo não remunerado e que, por causa da repetição da tarefa, não procura nem gozo nem prazer. 

Os consumidores são cada vez mais sensíveis às refeições pré-preparadas ou prontas-a-comer, que libertam tempo e eliminam uma tarefa “chata”. Tendo em conta essa orientação forte do mercado, o retalhista do comércio alimentar deveria: 
Definir o cardex ideal da sua loja para responder às expetativas dos consumidores que compõem a sua zona de atração. 
Cada território, cada zona do país tem uma geografia física e uma geografia humana. A geografia física expõe as características naturais de uma zona, tais como o seu relevo, os seus rios e ribeiros, a composição do solo, etc. A geografia humana trata das pessoas que vivem em determina zona, das suas características de vida e da sua adaptação a esta zona. 
Nesta perspetiva é pertinente pensar que cada loja possa ter um cardex próprio, definido consoante a desencriptação das características da zona de atração de clientes, feita pelo retalhista. 
No Post “O futuro do retalho independente será a especialização” de 20 de Maio de 2018 https://alojadaminharua.blogspot.com/2018/05/o-futuro-do-retalho-independente-sera.html, realcei a necessária especialização do retalho alimentar de pequena e média dimensão “LPMD”. 

Definir os equipamentos adequados e necessários para conservar, expor as mercadorias e vendê-las em boas condições. 
Vender soluções alimentares engloba a venda de pratos pré-preparados ou prontos-a-comer: frescos, congelados e, enlatados. Se a venda de produtos enlatados é simples, a venda de produtos frescos e congelados obriga a ter equipamentos refrigerados ou congelados próprios. 
Como vender um leque importante de produtos frescos, sem ter um móvel de conservação com tamanho suficiente para expô-los? Toda gente sabe que os olhos comem em primeiro lugar ou seja, expor produtos frescos em más condições “mata” a venda e mata a reputação da loja! 
O retalhista deve definir o modo de venda que quer utilizar. Pode cingir-se apenas à venda de produtos pré-preparados frescos em Livre Serviço, ou congelados, ou ainda enlatados mas, pode também escolher ter uma seção de venda de refeições prontas-a-comer ou pré-preparadas em venda ao peso, com atendimento do cliente. Cada modo de venda tem as suas especificidades e portanto cada modo acarreta obrigações legais especificas que devem ser respeitadas. 

Definir os Recursos Humanos capazes de realçar o posicionamento da loja. 
No que toca aos alimentos, ao seu aspeto, à sua exposição, à sua manipulação, os consumidores podem rapidamente ficar de pé atrás se qualquer coisa os deixar a pensar em qualquer desleixo ao longo do processo! 
As pessoas que atendem e servem os clientes devem ter uma postura e uma atuação irrepreensível. 
Os clientes não podem ter dúvidas em relação à qualidade dos produtos pré-preparados ou prontos-a-comer frescos que estão a comprar. 
Mas o retalhista pode escolher vender apenas os produtos que podem faltar na casa do cliente ou seja vender “a pingar”: 1 pacote de açúcar, 1 pacote de sal, 1 porção de queijo de barrar…etc., e aceitar a faturação fraca que este posicionamento provoca! 

Afinal, o lavrador colhe o que semeou! 

Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB

domingo, 10 de junho de 2018

Não, as lojas físicas não vão desaparecer!


O comércio on-line é uma realidade e, o seu desenvolvimento vai continuar. Ele fará parte do panorama comercial e - como foi sublinhado no post “o mercado é um mil-folhas” https://alojadaminharua.blogspot.com/2016/11/o-mercado-e-um-mil-folhas.html - será mais uma forma de chegar aos consumidores. As lojas físicas não vão desaparecer e podemos notar, para apoiar essa ideia, que os gigantes do comércio on-line, como Amazon e Alibaba compraram cadeias de supermercados. 

Porque é que as lojas físicas não vão desaparecer? 
Quando se fala de comércio fala-se principalmente de encontro, de contacto entre pessoas. Os humanos são gregários e uma das suas mais patentes características é a vida social feita de relações com os outros. As pessoas precisam de falar com alguém, de encontrar outras pessoas, de ver a vida fora das suas casas. 
Quando se fala de loja, fala-se de produtos. Os produtos têm quase uma vida própria, eles têm uma forma, dimensões, peso, estética, textura, podem ter cheiro…etc. No contexto de uma loja os produtos não são isolados, eles completam-se uns aos outros, fazem sonhar o cliente. Na loja qualquer produto ganha expressão, vive. 

Portanto não há razão para preocupações; a vida será como dantes? 
Não, o que acontece é que o comércio on-line é mais um canal de distribuição, com as suas próprias características. Os analistas do comércio preveem que o comércio on-line representará até 25% das vendas no futuro e ficará nessa meta. Os líderes do comércio on-line perceberam bem este limite e é por causa disso que Amazon e Alibaba entre outros compraram cadeias de lojas. 
Poderá haver razão para preocupações; tudo dependerá da postura dos comerciantes. 
- A preocupação será mínima para os atores da distribuição que tenham desenvolvido uma estratégia omnicanal. 
- A preocupação será outra para os atores da distribuição perdidos no tempo da idade dourada da distribuição e, que não terão dado os passos necessários para adaptar as suas empresas às novas evoluções tecnológicas e de comportamento do mercado. 
- As preocupações serão muito piores mas, muito piores mesmo para aqueles que além de fazerem uma gestão caótica das suas lojas, menosprezando os frescos que representam +/-57% das vendas, deverão por ainda cima arcar com a perda potencial de 25% das suas vendas. 
A entrada em vigor do novo Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) deve ter mostrado de forma esclarecedora à maioria dos profissionais da distribuição – dos quais os leitores deste blog fazem parte - que falar do impacto das novas tecnologias no comércio alimentar, e da forte necessidade de dotar as lojas de meios apropriados, não é nem um evento menor nem um capricho de consultor.

Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB

domingo, 3 de junho de 2018

O papel essencial de uma central de compras não é servir uma Margem


A agressividade que se nota entre os atores da distribuição tem como consequência um esmagamento das margens dos distribuidores. Se os grupos integrados conseguem viver bem com esse alto nível de concorrência, os retalhistas dos grupos de comerciantes associados, outrora habituados a um nível de lucro confortável, parecem destabilizados e pedem às suas centrais que lhes sirvam uma margem satisfatória. Mas, será que servir uma margem é o papel essencial de uma central de compras? 

Para que serve uma central de compras? 
Uma central de compras é uma organização que agrupa um conjunto de empresas, para poder, em nome do conjunto, negociar as melhores condições de acesso aos produtos ou serviços vendidos e propostos pelas empresas fornecedoras. 
É a disciplina e a lealdade de cada associado ou acionista que faz parte de uma central que faz a sua força. A falta de disciplina e de lealdade das empresas ligadas à central prejudicam o conjunto da organização, mas não prejudicam os fornecedores que continuam “a regar” o mercado, utilizando todos os canais e circuitos de distribuição ao seu dispor. 
É de notar também que normalmente uma central, que é um conjunto de várias empresas, consegue alcançar condições comerciais que nenhuma empresa pode alcançar por si só. 
Em paralelo às condições comerciais vantajosas, uma central pode propor um conjunto de apoios técnicos aos seus associados. Os apoios são diversos ou seja: logísticos, comerciais, marketing, nas novas tecnologias, nos recursos humanos…etc. 

O associado da central é um utilizador das competências da central … 
Em vez de estar sozinho para fazer funcionar o seu negócio, o comerciante associado a uma central pode usufruir de todas as vantagens abordadas no parágrafo anterior. Claramente, as suas tarefas profissionais ficam assim muitíssimo mais leves. 

… e, é o responsável da respetiva margem 
O associado utiliza todos os recursos vindos da central para fazer funcionar a sua empresa mas, é responsável pela gestão da sua conta de exploração e portanto pela sua margem. 
Assim, ele deve observar, ouvir, informar-se, formar-se, perguntar quando for necessário, de maneira a tomar as decisões que lhe permitem otimizar os benefícios. 
Ele deve, em função das informações obtidas sobre o seu mercado: 
- definir o layout e o circuito de deslocação proposto aos seus clientes; 
- definir o melhor encadeamento possível das categorias para maximizar as vendas; 
- definir as categorias que lhe permitirão apresentar eixos de diferenciação em relação à sua concorrência; 
- definir o cardex para cada categoria, que lhe permitirá responder a motivações diferentes de compra dos clientes e garantir um bom nível de lucro; 
- definir as promoções que diariamente dinamizam a placa de venda e fomentam o agrado dos clientes; 
- definir os serviços a propor aos clientes para acrescentar valor aos produtos vendidos; …etc. 
De forma alegórica e para concluir, eu diria que a central é “a loja onde o comerciante se abastece”, da mesma forma que um minimercado ou um supermercado é o sítio onde o consumidor se abastece em produtos para cozinhar em casa. Que consumidor pode culpar o minimercado ou o supermercado por não saber cozinhar? Há quem faça uma refeição de rei com poucos ingredientes e há quem falhe o cozinhado com os melhores ingredientes ao seu alcance! 

Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB