Os grandes grupos da distribuição
organizada, através dos seus formatos de loja, conseguem controlar uma fatia
importante do mercado com uma quota na ordem de 83%.
Eles dispõem de meios, uma verdadeira
artilharia pesada, que lhe permitem exercer uma pressão comercial forte, e uma
capacidade de comunicação terrivelmente eficaz. Pode ser realçado que estes
grupos não atuam apenas na periferia das cidades, mas também no interior das
cidades, nas ruas, nos bairros.
Isso constitui o contexto no qual os
retalhistas do comércio de pequena dimensão evoluem, um mundo de competição
elevada, onde os meios disponíveis são desiguais. Todavia, a função do retalho
de pequena dimensão é uma função que responde às necessidades dos consumidores,
todos os dias, e por isso é uma função que não vai desaparecer tão cedo. O que
vai acontecer é uma metamorfose do retalho alimentar de pequena dimensão!
Os parâmetros do “retailing-mix” oferecem as bases de reflexão aos retalhistas do comércio
alimentar de pequena dimensão:
A localização da sua loja: Uma loja ontem bem
localizada, pode hoje estar mal localizada em função de caraterísticas da zona
ligadas aos contextos físico, humano, empresarial…etc.. A dificuldade reside
sobretudo na tomada de decisão para, caso seja necessário, fechar a loja mal
situada e abrir uma nova com melhores condições.
A definição do layout: O layout engloba a distribuição dos
equipamentos, sejam eles quais forem, na placa de venda e também a definição do
circuito de deslocação dos clientes, para que estes possam fazer as suas
compras com rapidez e de forma simples.
A definição do sortido: Numa loja de pequena dimensão a
superfície é obrigatoriamente uma condicionante importante, porque o linear disponível
é limitado. Escolhas devem ser feitas tanto em termos de número de referências
a ter, como em termos de definição da categoria estratégica, que será o motor
da loja, a sua projeção em termos de mercado;
A definição da política de marca: O “mix” das marcas presentes num sortido é
importante porque realça o posicionamento escolhido pelo retalhista. De facto, na
elaboração da sua oferta, ele pode optar por uma combinação clássica de
produtos da marca de fornecedores, da marca do distribuidor e de primeiro
preço. Hoje, a marca do distribuidor MDD representa perto de 40% das vendas e
as marcas de primeiro preço avizinham os 4%. Esta realidade deve levar o
retalhista a refletir bem sobre a constituição do seu sortido!
A definição do posicionamento “preço”: Todas as
localizações não se valem, cada clientela tem características próprias, às
quais o comerciante responde tomando decisões estratégicas e operacionais, sendo
o preço uma delas. O nível de preço praticado deve ser coerente com o resto das
políticas adotadas, caso contrário a não adesão dos consumidores é inevitável.
A definição da política de comunicação: Duas componentes
da comunicação devem ser refletidas de maneira a potencializar os seus efeitos:
trata-se da publicidade, cujo objetivo é de dar a conhecer algo, e da promoção,
cujo objetivo é de potencializar as vendas num quadro temporal limitado. A
política de comunicação envolve investimentos com “return” esperado ou seja, ela corresponde a atos técnicos que
precisam de reflexão e de ponderação na tomada de decisão.
A definição de um nível de serviço a oferecer ao cliente: Não se trata de
oferecer para oferecer, de fato ninguém dá nada a ninguém, mas sim de oferecer aos
clientes um conjunto de prestações com o intuito de lhes agradar e de os manter
ativos e rentáveis.
A gestão dos recursos humanos da loja: Os colaboradores
de uma loja representam um elemento do nível de serviço oferecido. Não há
dúvida de que cortar nos recursos humanos de uma loja, além do razoável, pode
prejudicar o seu bom funcionamento e provocar a perda de clientes. A política
de desenvolvimento dos conhecimentos técnicos dos colaboradores também deve ser
refletida, porque colaboradores pouco formados são de fato menos rentáveis do
que colaboradores formados. Numa atividade comercial baseada na proximidade e
no contato diário com os clientes, a gestão dos recursos humanos pode tornar-se
numa força ou no calcanhar de Aquilo da empresa.
Agora, falta apenas passar à ação!
RB