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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Pingo Doce e o franchising

A nossa época está marcada pelas turbulências económico-financeiras, provocadas pelos meios financeiros, que desnorteiam os cidadãos. Nesta atmosfera de crise está a emergir, segundo boatos do mercado, a ideia do Franchising Pingo Doce. Se for mesmo verdade, será um novo vírus para desnortear a distribuição portuguesa?

O franchising pressupõe que um franchisador (neste caso “Pingo Doce”) ponha ao dispor de franchisados, o seu “Know How” mais um conjunto de apoios técnicos em termos de marketing, jurídicos, de gestão, de logística etc.. Em contrapartida, o franchisado deve trazer o capital necessário para os investimentos, o seu trabalho, a sua dedicação, a sua lealdade, e pagar o contrato de franchising.

Sem dúvida nenhuma que “Pingo Doce” possui o “Know-How”, uma sólida experiência no universo da distribuição! Ninguém terá muitas dúvidas sobre este ponto mas, existem outras perguntas como:
Se o franchising é uma forma jurídica-comercial do comércio associado, utilizada por uma empresa franchisadora sem grandes meios próprios de investir, que quer penetrar rapidamente num mercado, qual seria a razão de “Pingo Doce”? Já está muita representada nos centros urbanos de Portugal, e não precisaria de ir buscar capitais de franchisados, particulares que podem querer apostar num futuro melhor!

Como é que poderia nascer esta ideia num país que enfrenta uma grave crise económico-financeira e, uma grave crise demográfica que segundo as predições irá fazer com que Portugal perca muita população nas décadas futuras?

Como é que os franchisados poderiam ser bem representados em termos de tomada de decisões, quando o franchisador tem meio milhar de lojas próprias? Não seria um casamento comercial desequilibrado logo à partida?

Qual seria a liberdade de contestar decisões e, até recusar aplicar determinadas decisões por parte do franchisado? Qualquer profissional da distribuição, de comércio associado quer grossista quer retalhista, conhece as dificuldades ligadas à gestão diária de interesses nem sempre convergentes!

Quem definiria a localização do ponto de venda e se responsabilizaria pela respetiva pertinência em termos qualitativos e quantitativos? Seria o franchisador ou o franchisado que teria aceite assinar o contrato?

Quais seriam os critérios de recrutamento dos novos franchisados; o dinheiro que possuiriam os mesmos ou os respetivos conhecimentos técnico-profissionais? De facto, o perfil procurado seria mais o de investidor ou mais o de comerciante? 

…/… 

Se calhar a ideia é apenas desnortear empresários da distribuição associada que acham que a galinha do vizinho é melhor do que sua! Se for apenas este caso, faz parte da arte da “intox”…
Eu diria para brincar; “amanhã veremos se haverá um amanhecer! Mas, parece que já não há!” 
RB

5 comentários:

  1. O grande must desta parceria é a marca... valerá esta só por si que permita um sacrifício de capitais tão grande?
    Por outro lado, o empresário continuará a ser sempre empresário... terá de tomar as mesmas decisões difíceis do dia a dia. O know-how não é tão transversal nem diário!

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  2. Numa relação desequilibrada, onde o dominante impõe ao dominado, qual seria a efetiva liberdade do "empresário/franchisado"? Se for a mesma que a do chef de loja de um grupo integrado, será que vale a pena investir "uma vida", porque tal investimento não é irrisório, envolver tudo o que a pessoa tem e às vezes mais ainda? RB

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Isto mais que parece o caso Mini Preço ( parte 2 ) ! Chegando a vias de facto as lojas franchisadas são uma desgraça e as que ainda se vão mantendo +/- saudaveis são as da base mesmo!
    O Master num franchising tem sempre o poder! e por mais contrato que se faça....a faca e o queijo estão sempre do lado do Master do Franchising ... para alem de que franchising é como andar em fila indiana todos direitinhos e alinhados!

    È uma marca potentissima a " Pingo Doce " mas e depois ? Continente tb é e não é por isso que conseguem brilhar noutros franchisings tipo Meu Super !

    Franchising é uma prisão, é uma ditadura..... " fazes o que eu mando e nao digas mais do que deves, porque se portares mal, vamos ter problemas ".

    O empresário que se lembra de ir para um franchising deste tipo não é mais que um investidor.....porque se formos a ver bem, passa a ser um empregado do master que meteu dinheiro para abrir mais uma unidade da marca. O empresário aqui é o Master :)

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