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sábado, 26 de agosto de 2017

Quem é o culpado?

O tema das lojas alimentares de pequena dimensão em franchising continua a ser de atualidade. Uma tendência alimentada pelo sonho de riqueza de candidatos à franquia e pela vontade dos grupos económicos de encontrar meios de escoar mercadoria, sem tomar grandes riscos. Se para os grupos económicos más escolhas têm poucas consequências ou consequências insignificantes, para os franchisados, fracassar pode ser extremamente desestabilizador e condicionar profundamente a vida de toda uma família. 

Entre uma multitude de pontos críticos que condicionam o sucesso de uma loja, o item da localização é provavelmente o mais importante.
Esse tema merece reflexão e obriga a uma análise neutra, que foca os pontos positivos e os pontos negativos de forma isenta. 
1- A análise não deve ser feita para responder ao capricho de um candidato à franquia que quer a “todo custo ter a sua loja”, 
2- Nem deve ser feita para favorecer a expansão de uma insígnia de distribuição, ou seja abrir por abrir lojas a fim de ganhar expressão ao nível regional ou nacional. 
Em ambas as situações, é o franquiado que pagará os estragos! 

Ainda recentemente vi uma loja do retalho alimentar de pequena dimensão abrir em regime de franchising, num sítio que eu qualificaria de perigoso para a abertura de uma loja. 
Na zona não se vê grande movimento:
A maioria das pessoas que passam na rua, passam de carro; 
- Os prédios diretos são baixos ou seja representam um potencial de consumidores reduzido; 
- A uns 100m encontra-se uma loja bem implantada e bem gerida com ligações fortes com os fregueses; 
- A zona está ladeada por 2 ruas inclinadas que não propiciam uma deslocação de propósito, sabendo que na parte de baixo da zona existe um supermercado dinâmico e que na parte de cima existe um hipermercado incluindo um conjunto de insígnias de forte atração comercial. 

“In fine”, se o negócio correr mal, e infelizmente tem todas as características para isso, quem será o culpado? 
Cada leitor pode ter a sua própria opinião mas, podemos pensar que provavelmente apenas o dono da loja em regime de franquia arcará com as maiores consequências. 
Uma análise prévia dos pontos positivos e negativos de uma localização deveria ser feita imperativamente para qualquer projeto de abertura de loja. A análise deve ser isenta e concentrar-se em factos objetivos. 

E, na dúvida, ficará mais barato pagar um consultor externo do que perder uma década de vida num projeto sem pernas para andar. 

Boa reflexão, 
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB