O meu passeio foi longo, foi um passeio de 28 anos. Quando cheguei a Portugal em Abril de 1993, tinha quase 32 anos, não falava português, não tinha contactos no mundo empresarial português e, nomeadamente no universo da distribuição, não tinha ideia de que o meu percurso seria o de um privilegiado.
Esse percurso começou realmente em Janeiro de 1994, quando me tornei formador das equipas de venda da Sincoral/ L’Oréal Portugal e simultaneamente formador dos quadros colaboradores das lojas Makro Potugal.
1994 foi o ano de todos os encontros, que decidiram o meu percurso como consultor e formador independente até hoje, pois foi nesse ano que comecei também a colaborar com a Uniarme (continuando a colaborar com a Unimark depois da cisão da empresa), com a CNR (que desapareceu do mercado no início dos anos 2000), e com numerosos retalhistas independentes do setor da distribuição alimentar.
No plano da formação de jovens, colaborei quase 10 anos com o centro de formação CECOA e meia década com a Escola Cristóvão Colombo no Funchal, na Ilha da Madeira.
Em fevereiro de 1995, iniciei a minha colaboração com a Intermarché em Portugal, colaboração que permaneceu até hoje.
Desse longo passeio guardo sobretudo a riqueza das relações humanas.
Guardo de forma viva a qualidade das relações que tive com todos os alunos/formandos que tive. 28 anos depois, continuo a ter nas redes sociais contatos com pessoas que conheci quando elas tinham 18 ou 20 anos.
Durante o meu percurso como consultor e formador, encontrei pessoas de grande qualidade quer humanas quer técnicas, com quem colaborei durante anos. Não posso citar todas estas pessoas, mas todos os donos dos cashes associados à Unimark, todos os aderentes do grupo Intermarché em Portugal que conheço, por ter animado formações técnicas para todos os postulantes das insígnias Intermarché, Bricomarché e Roady, e os seus colaboradores quer das lojas quer das centrais, foram pessoas chaves e indissociáveis da minha vida profissional.
O tempo chegou de virar a página, o que não é simples, pois como dizer aos meus clientes que desejo uma outra vida? Como recusar projetos de consultoria e/ou de formação? Amanhã terei de responder a um cliente importante que não poderei dar seguimento ao seu pedido de intervenção técnica.
Espero que cada um compreenderá e aceitará que, depois de ter percorrido Portugal de Leste a Oeste, de Norte a Sul, no Continente e nas Ilhas, desejo assentar e ficar em Lagos onde vivo agora, desde 2006.
Não me reformo, não é essa a ideia, aliás a ideia de reforma não faz parte da minha forma de pensar; quero simplesmente ter uma atividade local.
Na ótica de uma vida local, que preserve a minha liberdade, entrei na atividade imobiliária, e tornei-me consultor imobiliário da Predimed Portugal, tendo definido o Algarve como zona geral de atuação possível e o Barlavento e nomeadamente Lagos como zona de atuação principal.
Caros clientes, caros colegas e caros amigos, despeço-me de vocês relativamente à atividade ligada ao merchandising e à distribuição, e desejo-vos todo o sucesso nas vossas vidas, quer profissionais quer pessoais.
Quando passarem por Lagos, com certeza terei prazer em estar convosco.
Se quiserem investir no Algarve, que é uma região extremamente dinâmica em termos turísticos e que atrai cada vez mais pessoas para aqui viver, contatem-me. Sabem que será com prazer que darei o melhor.
Em 1995, a pessoa responsável da formação de uma grande insígnia de distribuição disse-me que um consultor/formador podia ter apenas 4 a 5 anos de vida profissional, porque depois desse prazo esse consultor/formador já não tinha mais nada a dizer com interesse.
O percurso foi de 28 anos, um privilégio que todos me ofereceram.
Obrigado a todos,
Richard Bordone
Richard, tudo de bom para os novos desafios.Grato pelos ensinamentos e amizade.
ResponderEliminarObrigado Paulo.
ResponderEliminarAbraço forte.
Richard, perde-se um grande profissional na distribuição mas, seguramente, ganha-se um grande profissional do imobiliário. Fica para sempre o que foi possível construir. Um abraço e aquele bocadinho de sorte que ajuda.
ResponderEliminarNão sei quem é o autor desse comentário, mas agradeço estas palavras simpáticas. Abraço.
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