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domingo, 24 de novembro de 2013

O face a face com uma certa realidade

A informação reproduzida no fim deste post divulga em praça pública o que muitos diziam em voz baixa há muito tempo. Associar-se a uma insígnia ou a um grupo demasiado forte nem sempre é uma boa decisão. 
Regularmente sou contatado por pessoas particulares que gostariam de se estrear no comércio alimentar a retalho e/ou por retalhistas que, sentindo-se demasiado isolados, gostariam de se juntar a uma estrutura na qual se pudessem sentir mais seguros.
 
Costumo evitar dar uma resposta demasiada absoluta, porque um projeto é sempre individual ou partilhado com poucas pessoas (um irmão, um amigo do peito, o conjugue…) e, tem a ver com a dedicação, a disponibilidade, o empenho e a capacidade de libertar energias.

Considero que o retalho alimentar é um setor de atividade particular, no qual o indivíduo tem de ser a peça principal, e onde as decisões devem ser tomadas todos os dias na loja em resposta a um contexto socioeconómico e concorrencial.  
Portanto, o retalhista deve ser o gestor: 
- Que define o posicionamento da loja e as orientações que daí decorrem; 
- Do espaço físico de venda; 
- Do layout que segundo a sua reflexão será o mais adaptado aos objetivos traçados; 
- Dos equipamentos a utilizar para responder as obrigações de conservação dos alimentos e às respetivas diretrizes estratégicas; 
- Do sortido, ou seja das referências selecionadas para responder às expetativas dos consumidores da zona de influência da loja e aos objetivos de faturação e de benefícios; 
- Das relações com os fornecedores, importantes elementos do negócio, quer sejam produtores quer grossistas; 
- Dos recursos Humanos que serão necessários para responder ao nível de atividade da loja;

É de salientar que as fórmulas de retalho alimentar que funcionam na forma de comércio associado transformam em geral os retalhistas, ou os investidores-retalhistas, em meros capatazes, supervisores de uma loja que lhes pertence mas na qual mandam pouco! É uma situação que pode satisfazer alguns mas, de certeza que não satisfará o retalhista verdadeiro, aquele que gere e que portanto quer tomar decisões como empresário a todos os momentos do dia!

Até que o mercado se torne maduro em termos de fórmulas de retalho alimentar na forma de comércio associado, ainda vamos ver muitos desesperos, muitas lágrimas e vidas muitíssimas abaladas.
 
De forma conservadora, diria que se destacam 2 projetos pela positiva, cada um por razões diferentes: 
Intermarché, para quem se quiser juntar a uma estrutura retalhista onde todos são tratados da mesma forma e onde os meios são postos em comum (marketing da insígnia, as negociações, a logística…etc.) e funcionam para benefício de todos e de cada dono de loja em particular. Intermarché tem uma experiência comprovada e significativa. 
Aqui é fresco, que é um projeto de apoio ao retalho independente. Aqui é Fresco permite aos retalhistas serem independentes, numa rede de lojas que partilha um conjunto de vantagens comerciais e técnicas.

Para concluir, diria que é preciso lembrar um adágio cheio de bom sentido: Ninguém dá nada a ninguém!
RB 
Parceiros acusam Grupo Dia de vendas com prejuízo - por Lina Santos - 30 setembro 2013
“Denúncias foram enviadas para a Autoridade da Concorrência e a ASAE. Comissão Europeia diz que podem estar em causa, práticas desleais.
Empresários que geriram lojas da cadeia Minipreço acusam o grupo Dia Portugal de os forçar a vender produtos abaixo do preço de custo (dumping) e de os impedir de fixar os próprios preços, de acordo com o jornal "i".” Fonte: DN Online

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