Segundo a informação difundida no Jornal de Negócios online, o
comércio a retalho está numa fase positiva. É uma boa notícia porque quando o
comércio funciona bem, a sociedade funciona bem também.
Todavia, noto que durante todo o ano as informações foram bastante
positivas em relação ao retalho de proximidade; solução que permite ao
consumidor poupar nas despesas de deslocação, indo a pé quando perto de casa, e
que lhe permite evitar comprar mais sob o efeito das tentações diversas que
enchem as lojas de maior dimensão.
Também noto, para falar de formas de comércio, que
as lojas independentes puras, as lojas do comércio associado “soft”, ou seja as
lojas pouco “reféns” da estrutura associada, e as lojas do comércio integrado
conseguem enfrentar as turbulências com mais facilidade do que as lojas do comércio
associado “hard”, ou seja as lojas que têm um laço bastante rígido com a
estrutura a montante.
Os independentes
puros e os associados “soft”
conseguem ser altamente reativos a qualquer agressão comercial. Eles observam a
concorrência, analisam rapidamente o que podem fazer, decidem da ação a aplicar
“já” e passam logo à aplicação. A sua grande flexibilidade e a capacidade de
tomar uma decisão e aplicá-la rapidamente são elementos essenciais do seu
sucesso.
Os grupos
integrados de pequena
dimensão podem ter a reatividade dos independentes justamente devido à pequena
dimensão, e os grupos integrados de grande dimensão utilizam a sua imagem e as ações
de marketing forte, em sintonia com uma gestão comercial de alto nível (permitindo,
por exemplo, através da compensação de margem, ter preços de grande
agressividade), para chamar os consumidores e transformá-los em compradores.
Os associados
“hard” podem sofrer da
falta de liberdade de gestão e do nível demasiado dependente da estrutura a
montante ou, podem sofrer de uma estrutura que, à força de facilitar o trabalho
técnico às lojas em termos de apoios em todos aspetos (comercial, marketing,
gestão, implantação, formação..etc.), transformou os pontos de venda em
empresas incapazes de reagir ou de tomar decisões técnicas. Como pedir a um
responsável de loja que calcule uma margem compensada ou que reformule uma
categoria quando ele não sabe como fazer! A dependência tem destes senãos!
Sendo consultor e formador atuando no retalho de pequena e de
média dimensão,
queria sublinhar que o retalho não se tornou técnico porque já o era; a crise
fez lembrar, e para quem não quiser lembrar-se o caminho será
terrível, que
o comércio é uma atividade técnica e que os melhores colaboradores são os
colaboradores formados que podem utilizar as técnicas aprendidas para contribuir
para o sucesso da loja onde trabalham!
RB
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