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domingo, 22 de junho de 2014

Farmácias - Dores de cabeça sem remédios?

Nos anos que vêm, muito provavelmente iremos assistir em Portugal a uma profunda mudança no mercado das farmácias.

1. Uma multidão de farmácias irá fechar 
- As farmácias demasiadas pequenas em termos de superfície, dificilmente poderão ser vendidas ou trespassadas;
- As farmácias detidas por farmacêuticos envelhecidos, muitas vezes demasiadas pequenas e mal localizada em relação à articulação das cidades, bairros ou ruas, serão para fechar;
As farmácias “tradicionais” são confrontadas com uma perda importante de soberania. Hoje, as para-farmácias subtraem uma boa parte da clientela das farmácias clássicas, tal como as vendas on-line que vão continuar a crescer e a representar uma perda de faturação;
- O governo, seja ele qual for, terá todo o interesse em fomentar a concorrência de maneira a evitar um desequilíbrio em seu desfavor em termos negociais. 

2. Muitas farmácias serão empresas de pouca rentabilidade
 
- As farmácias de pequena dimensão não terão a capacidade de ter um leque alargado de produtos de tipo produtos de conforto. Logo, a dimensão da loja será um elemento chave na impossibilidade de ser rentável;
- A malhagem do país pelos grupos de distribuição, faz com que qualquer cidadão esteja perto de um supermercado. Isso significa que qualquer cidadão poderá encontrar, na secção dos dietéticos destas lojas, os produtos de conforto que considera, com razão ou erradamente, como medicamentos baratos ou, na galeria comercial, uma para-farmácia de apoio. Neste caso, para as farmácias, sobra apenas a venda dos medicamentos receitados pelos médicos;
- A falta de visão comercial de certos farmacêuticos, no acolhimento, no atendimento, no contato técnico, nas prestações propostas, na escolha de um sortido adaptado às características da sua zona de atração, será um elemento de fraqueza das farmácias;
- A falta de gestão do espaço de venda em termos de circuito, de implantação das categorias, será também um elemento de pouca rentabilidade. 

3. Uma pequena fatia das farmácias será rentável 
Com certeza, existirão farmácias rentáveis. Serão poucas, e deverão servir de exemplo para quem quiser melhorar as performances da sua própria farmácia e tornar perene a sua empresa. Estas empresas de sucesso serão provavelmente aquelas que responderão aos critérios seguintes:
- Uma localização de 1ª categoria, em zonas de flux importantes de clientes, em galeria comercial, em centros comerciais, nas ruas;
- Uma visão comercial elevada em termos de captação de clientes, de acolhimento, de atendimento, de contato técnico com os utentes/clientes;
- Uma capacidade em gerir a placa de venda, como se faz em qualquer loja com portas abertas ao público. Isso pressupõe a definição do melhor circuito para o cliente na loja, a definição da distribuição das categorias de maneira a tornar legível e coerente a apresentação dos produtos, a idealização de uma sinalética que fala com os clientes etc.;
- Uma definição técnica do sortido de maneira a responder às expetativas e preocupações dos consumidores;
- O uso das novas tecnologias e de parcerias para implementar novas formas de compra tais como o “click & collect”, o “click & reserve”, a venda on-line;

Se a missão de uma farmácia é trazer à população os remédios e os produtos de para-farmácia para aumentar o seu conforto de vida; os seus objetivos em termos empresariais, se ela quiser ser perene, consistem em Maximizar as suas vendas e otimizar os seus lucros. 

Nota: Estou a ver farmácias a serem reorganizadas de maneira totalmente absurda. Parece que o que procura a direção destas farmácias é uma glória pessoal. Erro crasso, que enriquece apenas os fornecedores de equipamento e os empreiteiros da construção civil. Há decisões que custam, às vezes, até a própria sobrevivência das empresas! 

Link de interesse: http://alojadaminharua.blogspot.pt/search/label/Farm%C3%A1cias 
RB

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