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domingo, 27 de novembro de 2016

Quando um quiproquó justifica um modo operatório obsoleto

Parece existir uma certa confusão de análise, por parte dos retalhistas do comércio independente e/ou associado, relativamente às razões dos bons resultados atuais. 

Alguns veem na venda de produtos não-alimentares uma onda de fundo que justifica a presença significativa de produtos de bazar nas lojas; 
Outros veem no sucesso atual e patente da Lidl, a importância significativa do não alimentar.
As duas observações são pertinentes e legítimas mas, nos dois casos, a análise deveria ser mais aprofundada para evitar um quiproquó que pode levar a tomar decisões precipitadas e perigosas para o equilíbrio da atividade de uma loja alimentar. 

1-Mais vendas de produtos não-alimentares 
O impacto turístico em 2017 em Portugal foi excelente, ver excecional! 
Desde há muitos anos que não se viam tantos turistas em Portugal. Uma boa parte destes turistas vieram cá passar férias através de plataformas de alojamento turístico como Airbnb, Windu, Tripadvisor…etc. Estes turistas, arrendatários pontuais de casas, tiveram de comprar produtos não-alimentares, e independentemente das razões, eles não o teriam feito se tivessem feitos as suas férias em hotel. 
Também, o nível da atividade imobiliária mostra que muitos estrangeiros, atraídos por razões fiscais ou simplesmente de aumento de nível de vida em comparação com o respetivo país de origem, compraram uma casa em Portugal e tiveram de a mobilar. 
A venda de copos, pratos, talheres e até de panelas e de colchões aconteceu mas, não corresponde à uma onde de fundo que justifica mais linear para os produtos não-alimentares. São vendas sem amanhã, pontuais e sem seguimento. 

2-O sucesso da Lidl baseia-se na venda de produtos não-alimentares 
Não é bem assim, até porque a zona de produtos não-alimentares existe desde a origem; é uma marca da fórmula hard-discount. 
A dinâmica da insígnia Lidl começou pela introdução, no sortido, há alguns anos atrás, das marcas de produtos líderes tais como Fula, Coca-Cola, Nestlé …etc. Esta dinâmica foi amplificada com a introdução das frutas e legumes e mais recentemente com a introdução de um terminal de pão quente e a reformulação do layout das lojas, colocando no inicio do circuito as frutas e legumes, junto com os produtos frescos tais como os lacticínios e a charcutaria em L.S, seguidos das arcas de venda de carne em cuvetes, das seções do pão quente e pastelaria e dos congelados. 

Cada um perceberá que os produtos não-alimentares correspondem a uma parte menor do sucesso da Lidl. Estes produtos são mais um elemento do processo do marketing de sedução. Os produtos não-alimentares da Lidl correspondem a produtos de oportunidade ou seja, são poucas referências, para um stock de produtos limitado, durante um período anunciado. Isso permite à Lidl apresentar com muita frequência produtos não-alimentares que mudam constantemente, em função dos momentos ou dos eventos do ano, e que incitam os consumidores a entrar na loja e a tornarem-se clientes e provavelmente compradores. 

A base do dia-a-dia continua a ser os produtos frescos! Contra factos não há argumentos e, os frescos continuam a representar entre 55% e 60% das vendas de uma loja alimentar, enquanto o não alimentar ronda (e nem sempre) os 5%. 
Esquema
Bom trabalho
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB


segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O movimento é uma consequência de EMOÇÕES

São as emoções que põem as pessoas em movimento, em movimento de aceitação ou de rejeição.

No contexto da loja, as ações levadas a cabo pelo retalhista podem, em função das suas características, ter como resultado um movimento negativo, fruto de emoções negativas, ou um movimento positivo, consequência de emoções positivas. 

As ações que podem originar emoções negativas, dando origem a um movimento de rejeição. 
A má localização da loja;
Inexistência de um layout correto;
A má organização da placa de venda, má distribuição das categorias e/ou má implantação dos produtos;
Fraqueza da política promocional e falhas na valorização das promoções;Falhas profissionais na abordagem dos clientes ou seja, mau acolhimento e/ou mau atendimento. 

As ações que podem originar emoções positivas, dando origem a um movimento de aceitação 
A boa localização da loja; 
A boa organização da loja a partir de um layout bem definido; 
Boa iluminação da loja em geral e dos corredores em particular; 
Definição pertinente da política promocional, e destaque visível e atrativo das promoções; 
Qualidade do acolhimento e do atendimento dos clientes. 

Não é por acaso que as grandes insígnias da distribuição investem na qualidade das suas lojas. Elas sabem que para seduzir os clientes e levá-los a comprar, eles devem promover ações que despertam nesses clientes emoções positivas e, em consequência, um movimento positivo. 
Todas as ações definidas e articuladas no seio da insígnia Aqui é Fresco, insígnia de destaque do retalho independente, associado, de pequena dimensão, também se baseiam no marketing de sedução que tem como objetivo despertar emoções positivas nos clientes, para ajudar os retalhistas aderentes a maximizar as suas vendas e a otimizar os seus lucros.

Esquema 

Bom trabalho 
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB


terça-feira, 1 de novembro de 2016

O mercado é um mil-folhas

Num mercado em constante movimento, é normal ver aparecer novas ideias, novas fórmulas, novos conceitos comerciais. Entre eles sobrevivem aqueles que respondem às expetativas dos consumidores, eles também em constante evolução e, hoje em dia, em evolução híper-dinâmica. O medo para os comerciantes, já instalados, é saber se não vão desaparecer. 

O mercado não será branco ou preto 
É pouco provável ver o desaparecimento puro e simples de uma fórmula comercial. O comércio “on-line” não vai fazer desaparecer o comércio de loja, assim como os centros comerciais que agrupam num mesmo espaço dezenas e até centenas de lojas, não vão fazer desaparecer as lojas de rua.
Ao contrário, no que respeita aos grandes grupos, vemos que empresas da Net estão a pensar ter lojas físicas e que grupos de distribuição clássica de grande porte entram no comércio digital e compram empresas digitais para beneficiar da experiência já adquirida pelos “Pure Players”. 

O mercado será um mil-folhas 
O mercado será cada vez mais um mil-folhas ou seja, constituído por variadas camadas que são os segmentos de lojas, todas elas relacionadas com um segmento específico do mercado dos consumidores. Entre aspirações geracionais, impacto dos fenómenos migratórios, e uma comunicação omnipresente das marcas, existem espaços para fazer viver lado-a-lado conceitos, fórmulas, ideias comerciais diferentes. 

Quer dizer que não vai haver baixas? 
Obviamente que haverá baixas, em consequências de lojas pouco cuidadas, quer em termos de limpeza e de higiene, quer em termos de inadequação das políticas de sortido, de preço, de serviço…etc. 

Os consumidores sancionam aqueles que os tratam mal! 
Foto
Bom trabalho 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB