Parece existir uma certa confusão de análise, por parte dos
retalhistas do comércio independente e/ou associado, relativamente às razões
dos bons resultados atuais.
Alguns veem na venda de produtos não-alimentares uma onda de fundo que
justifica a presença significativa de produtos de bazar nas lojas;
Outros veem no sucesso atual e patente da Lidl, a importância significativa do não alimentar.
Outros veem no sucesso atual e patente da Lidl, a importância significativa do não alimentar.
As duas observações são
pertinentes e legítimas mas, nos dois casos, a análise deveria ser mais aprofundada
para evitar um quiproquó que pode levar a tomar decisões precipitadas e
perigosas para o equilíbrio da atividade de uma loja alimentar.
1-Mais vendas de produtos não-alimentares
O impacto turístico em 2017 em Portugal
foi excelente, ver excecional!
Desde há muitos anos que não se viam tantos
turistas em Portugal. Uma boa parte destes turistas vieram cá passar férias através
de plataformas de alojamento turístico como Airbnb, Windu, Tripadvisor…etc. Estes turistas, arrendatários pontuais
de casas, tiveram de comprar produtos não-alimentares, e independentemente das razões,
eles não o teriam feito se tivessem feitos as suas férias em hotel.
Também, o nível da atividade imobiliária
mostra que muitos estrangeiros, atraídos por razões fiscais ou simplesmente de
aumento de nível de vida em comparação com o respetivo país de origem, compraram
uma casa em Portugal e tiveram de a mobilar.
A venda de copos, pratos,
talheres e até de panelas e de colchões aconteceu mas, não corresponde à uma
onde de fundo que justifica mais linear para os produtos não-alimentares. São vendas
sem amanhã, pontuais e sem seguimento.
2-O sucesso da Lidl baseia-se na venda de produtos não-alimentares
Não é bem assim, até porque a
zona de produtos não-alimentares existe desde a origem; é uma marca da fórmula
hard-discount.
A dinâmica da insígnia Lidl
começou pela introdução, no sortido, há alguns anos atrás, das marcas de
produtos líderes tais como Fula, Coca-Cola, Nestlé …etc. Esta dinâmica foi amplificada com
a introdução das frutas e legumes e mais recentemente com a introdução de um
terminal de pão quente e a reformulação do layout das lojas, colocando no
inicio do circuito as frutas e legumes, junto com os produtos frescos tais como
os lacticínios e a charcutaria em L.S, seguidos das arcas de venda de carne em
cuvetes, das seções do pão quente e pastelaria e dos congelados.
Cada um perceberá que os produtos
não-alimentares correspondem a uma parte menor do sucesso da Lidl. Estes produtos
são mais um elemento do processo do marketing de sedução. Os produtos não-alimentares
da Lidl correspondem a produtos de oportunidade ou seja, são poucas referências,
para um stock de produtos limitado, durante um período anunciado. Isso permite
à Lidl apresentar com muita frequência produtos não-alimentares que mudam constantemente,
em função dos momentos ou dos eventos do ano, e que incitam os consumidores a
entrar na loja e a tornarem-se clientes e provavelmente compradores.
A base do dia-a-dia continua a ser os
produtos frescos! Contra factos
não há argumentos e, os frescos continuam a representar entre 55% e 60%
das vendas de uma loja alimentar, enquanto o não alimentar ronda (e nem sempre)
os 5%.
Esquema
Bom trabalho
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
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