Para muitas pessoas, o início do ano é um momento de reflexão
sobre o desenrolar dos dozes meses a vir. No fim de 2017 deixei-me seduzir por
um livro que leio com bastante interesse. Trata-se do livro PORQUE FALHAM AS
NAÇÕES – AS ORIGENS DO PODER, DA PROSPERIDADE E DA POBREZA de Daron Acemoglu e
James A. Robinson.
Capa do livro
Os autores do livro explicam através de
muitos exemplos que as razões da pobreza ou da riqueza das
nações é o resultado de implementação de instituições e de políticas económicas
erradas, e não as consequências da origem dos indivíduos, do clima, da cultura,
da localização geográfica. Eles explicam que certas instituições são extrativas
e outras inclusivas:
As instituições extrativas
favorecem um grupo reduzido de pessoas ao detrimento da maioria das pessoas que
vive na pobreza, ver sobrevive apenas. As riquezas são concentradas e os monopólios
fortes, o que impede os indivíduos que não fazem parte do grupo favorecido de
poder ter expetativas de um dia chegar ao topo. Pior ainda, as instituições
extrativas levam os indivíduos a não fazer nada, por medo de retorsão daqueles
que possuem e dirigem. De facto, para quê esforçar-se quando o risco de ver ser
confiscado o fruto do trabalho e dos esforços é muito elevado e extremamente provável?
As instituições inclusivas
proporcionam a todos os cidadãos a possibilidade de criar: criar uma empresa,
criar um património, criar sucesso para si-mesmo e por ricochete para a
comunidade. As instituições inclusivas abrem de facto o leque das
possibilidades de sucesso a qualquer indivíduo. As instituições inclusivas podem,
é verdade, ter como consequência o facto de as ideias novas serem tão revolucionárias
que destroem o que existia. O setor informático revolucionou bastantes setores económicos
mas, também criou muitas novas oportunidades.
Lendo este livro, lembrei-me de que o
sucesso estrondoso dos grupos de distribuição moderna teve na origem a
implementação de políticas inclusivas no seio desses grupos. Poucas pessoas com
grande formação estavam interessadas em trabalhar numa atividade vista como
sendo menor e pouco gratificante. A maior parte dos quadros dos grupos de
hipermercados vinha do terreno, eram colaboradores que tinham uma vontade feroz
de vencer, que davam os seus dias e muitas vezes também as suas noites para
fazer funcionar a “máquina”, que estavam 100% disponíveis para ir viver para a
outra ponta do país para subir na hierarquia. Existem bastantes exemplos de
colaboradores de lojas que passaram de empregados de base a diretores de loja
e, bastante bons em termos profissionais.
Não será que o mal-estar
que parece existir hoje em muitas lojas é o fruto da implementação, cada vez
mais importante, de políticas económicas extrativas, que deixam os seus
colaboradores com uma sensação de “aqui, nunca poderei melhorar a minha vida”? Se
a interrogação estiver certa, não é bom nem para uns nem para outros.
Uma coisa continua a ser certa e fundamental; o sucesso move as
pessoas. As empresas devem acreditar nas pessoas e desenvolver políticas
inclusivas que levem os indivíduos a dar o melhor deles próprios. Uma vez mais
voltamos à lei do dar e receber.
Boa
reflexão e bom trabalho,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
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