A cabeça erguida, os olhos brilhantes que transparecem a alegria, a força e a energia, o peito para a frente, inchado de orgulho, e o passo firme, como o de um proprietário latifundiário visitando a sua Herdade ou de um general revistando as suas tropas, é assim que o dono de uma empresa de distribuição alimentar, quer grossista, quer retalhista se despediu de 2023. O portão de 2024 acabou de abrir, e aparecem dúvidas e o receio do fim do recreio.
As causas das dúvidas prendem-se com as doenças do Mundo
O Mundo está doente, e estamos provavelmente no fim da situação bipolar herdada do fim da segunda guerra mundial e da constituição dos blocos de Leste e de Oeste. A guerra fervilha em todos os continentes e parece que estamos de novo numa corrida ao armamento. É assustador, pois o que é produzido é produzido para ser utilizado.
O Mundo está doente em termos de ambiente. Devemos produzir menos gás que provocam o efeito de estufa, mas precisamos de cada vez mais energia para fazer funcionar o nosso Mundo das comunicações.
Não há dúvida que cada cidadão, cá em Portugal, mas também no resto da Europa e do Mundo, será tosquiado até à pele, para pagar as contas, por ser culpado de viver e de utilizar os produtos para os quais é aliciado sem tréguas pelo Marketing híper-afinado dos operadores do Mundo da Internet.
E, sabemos que o consumidor que duvida gasta menos, ou no mínimo reflete mais onde é que o gasto do seu dinheiro rende mais.
A Inteligência artificial – IA vai ser um quebra-cabeças para as pequenas organizações
Muitas pessoas andaram na brincadeira a experimentar o ChatGPT ou o Bard. Para o Sr. Manel, retalhista de aldeia, isso dá para brincar meia hora e nada mais. Contrariamente aos grupos organizados da distribuição que utilizam a IA e desenvolvem ferramentas que permitem uma revolução na rapidez da execução das tarefas, e uma gestão afinadíssima das relações Insígnia Cliente, Insígnia Marca e Marca Cliente, o Sr. Manuel está sozinho, ou então é associado de uma insígnia ou de uma rede fraca, incapaz de assumir a transição entre hoje e amanhã, e fica sentado a ver passar os comboios.
O tempo das vacas gordas está a chegar ao fim para os grossistas e os retalhistas independentes
Daqui até ao fim da década, a estrutura demográfica de Portugal, como dos outros países do Bloco Ocidental, vai evoluir. Se não houver inversão da capacidade de Portugal a reter a sua juventude, reputada fora do país pela sua competência e o seu grau de formação, o valor das reformas deverá ser revisto, porque não haverá dinheiro suficiente para pagar as reformas no patamar atual. A tendência será para o empobrecimento da população, ou seja a maioria dos portuguese deverá aprender a viver com muito menos. A dureza da vida dos cidadãos vai, por ricochete, ter consequências fortes no arrasamento do retalho alimentar independente de pequena dimensão, e no desaparecimento dos grossistas independentes demasiado pequenos para resistir à hegemonia dos grossistas organizados em cadeias estruturadas e robustas.
No fim da sequência bíblica dos sete anos de vacas gordas e dos sete anos de vacas magras, ficou a lei que perdurou segundo a qual um quinto dos rendimentos das terras do Egipto passou a pertencer ao Faraó. O mais forte, o mais organizado e o mais bem preparado, fica com tudo - “take it all”, e os independentes desaparecem ou agacham-se.
Boa reflexão e bom trabalho,
O seu futuro está nas suas mãos!
RB
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