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segunda-feira, 28 de março de 2016

Comportamentos estranhos!

Numa altura de forte concorrência entre os atores da distribuição, em que os clientes poderiam esperar mais profissionalismo nos contactos com os colaboradores das lojas como forma de diferenciação positiva, assistimos, pelo contrário, a comportamentos estranhos e contrários à satisfação e à fidelização dos clientes. 
Quem é o culpado? O colaborador que falha ou o seu responsável hierárquico que deve enquadrar, orientar e formar a sua equipa? A resposta tem muito menos importância do que a consciencialização de um comportamento “estranho”. 

Os exemplos seguintes são reais e divulgados apenas para que cada leitor forme a sua própria opinião sobre o acontecido e que tome – independentemente da sua função na loja - as decisões que favorecem a vinda e a fidelização dos clientes. 

Caso 1 
Tratar os clientes por “Meu amigo”. 
A expressão por si só coloca sempre o interlocutor - o recetor da expressão - numa situação de subordinação em relação ao emissor. Se esta afirmação não for verdadeira, então porque é que nunca se ouve esta expressão da parte de um empregado quando se dirige ao seu patrão ou ao seu superior hierárquico? Se esta expressão já é feia entre pessoas da mesma geração, ela é pior ainda quando se trata de uma pessoa de 20 anos a falar com uma pessoa de 70 anos. 
Caso real, que aconteceu numa loja, na caixa. O empregado de caixa, com pouco mais de 20 anos, dirigiu-se desta forma e várias vezes a um sénior de idade que gaguejou e baixou a cabeça! 

Caso 2 
A sensibilidade comercial em causa. 
Durante o fim de 2015 e o início de 2016, uma insígnia da grande distribuição deu, numa ação marketing que visava a aumentar o cesto médio, 1 selo por cada 20 euros de compras. O cliente comprou perto de 99, 50 € de mercadorias, e pediu à empregada da caixa se podia ter 5 selos. A empregada não respondeu, pôs os selos na mão e somente depois de o cliente ter pago deu-lhe 4 selos. O cliente sublinhou que faltava apenas meio euro e que estava desolado por não ter tido 5 selos, e que a empregada bem lhe podia ter dito para levar mais 1 pacote de Chiclets para os 5 selos. 
A empregada não cedeu ao pedido e disse ter sido assim que o chefe lhe tinha dito para fazer! 

Caso 3 
O cliente não habitual não interessa ninguém. 
No fim de um dia de trabalho, um consumidor entrou num supermercado. Querendo comprar frutas, esperou pela sua vez na fila de espera para pesar, e qual não foi o seu espanto quando a empregada passou diretamente às clientes que chegaram depois. Claro que o cliente percebeu facilmente que estas eram clientes habituais, ao passo que ele não! 

Caso 4 
O cliente estrangeiro pode ser maltratado pois não vai voltar. 
É difícil para certa pessoas das seções de atendimento aos clientes, tais como a padaria, a charcutaria, o talho e a peixaria, que há cada vez mais clientes de origem estrangeira que vivem em Portugal. Quantas vezes se veem situações de mau atendimento de clientes estrangeiros, que no entanto são consumidores como qualquer outro cliente português e são mesmo residentes em Portugal. Perder clientes é fácil, como também é fácil não ganhar novos clientes! 

Caso 5 
Parece que as luvas “são utilizadas para proteger as mãos dos empregados dos produtos”. 
Ao longo das últimas décadas, medidas de higiene foram incrementadas no sentido de proteger a saúde pública. Podemos sempre refilar e não acharmos pertinentes todas as decisões tomadas pelo regulador mas, uma coisa é certa: vivemos em condições de higiene e segurança de bom nível. Todavia, de forma surpreendente, veem-se cada vez mais, empregados(as) a utilizar as mesmas luvas para todas as ações. Assim, é frequente observar um(a) mesmo(a) empregado(a), com as mesmas luvas postas, a fazer a reposição de produtos no linear, a limpeza das prateleiras, a chegar de lugar nenhum, e a chamar o próximo número de senha para atender um cliente! Um observador atento poderia pensar que as luvas são utilizadas para a proteção pessoal do(a) empregado(a) e não para evitar a contaminação de produtos frescos ultrassensíveis a bactérias e outras sujidades! 

Esquema explicativo (imagens originais RB)
A lista poderia ser mais extensa mas estes 5 casos podem ser uma boa base para levar os líderes de equipa à fazer reuniões com os seus colaboradores, de forma a evitar erros que custam em termos de imagem da loja, de faturação e obviamente de lucros, que servem para pagar os ordenados no fim de cada mês! 

Bom trabalho. 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB

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O Blog foi feito para proporcionar um espaço de expressão dos atores do mundo do comercio. Encorajo cada leitor a intervir, e a ser um elemento valioso de trocas construtivas para todos.