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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Com ou sem parque de estacionamento


(Resposta à Dona Maria de Conceição, e aos Sr. Hélder, Sr. Anibal, Sr. Mário e Sr. Luís)

No parking, no business! É uma frase choque, brutal, definitiva na sua afirmação e no entanto sujeita a debate. De facto, se milhares de exemplos mostram o interesse do parque de estacionamento, milhares de exemplos mostram lojas de sucesso sem parque de estacionamento.
A presença de um parque de estacionamento pode sugerir compras em grandes quantidades, compras feitas com um carrinho de compras bem cheio. Todavia, do norte ao sul do país, existem lojas com parque de estacionamento vazio, que indicam lojas de fraca faturação e economicamente pouco viáveis.
A ausência de um parque de estacionamento pode sugerir dificuldades de sobrevivência para uma loja. Porém, existem lojas de rua sem parque de estacionamento que são economicamente viáveis, porque estão inseridas em zonas onde passam muitas pessoas, residentes na zona ou pendulares ou ainda de passagem pontual.

Provavelmente é preciso analisar alguns pontos loja a loja, caso a caso, tais como:
Quais são as características humanas da zona: Tipologia da população residente e de fluxo, Idade desta, sexo, atividades desenvolvidas, setores de atividade;
O ritmo da zona: Movimento e animação da zona consoante o momento do dia, da semana, do mês, do ano;
Os pontos chaves da zona: Administrações, indústrias, comércios e respetivas características em termos de contribuição para a atividade geral da zona;
A superfície do ponto de venda: À partida, quanto maior for a superfície da loja, mais elevado é o investimento inicial; mais comprido é o linear (ou seja é preciso um stock na prateleira globalmente elevado); mais é necessário ter recursos humanos consequentes para tratar da loja e dos clientes; mais elevadas são as despesas de funcionamento; mais elevado deve ser o fluxo de clientes, de par com um talão médio de compra elevado, para tornar a loja rentável e perene. Uma loja de pequena dimensão, detida por um casal, pode - em função de um posicionamento claro e de uma relação cliente excelente - conseguir um bom nível de rentabilidade e ser perene.
A adaptação do sortido à zona: As evoluções são constantes e a verdade de ontem pode ser falsa amanhã porque a zona envelheceu ou sofreu alterações em termos de tipologia de consumidores; as indústrias ou os comércios mudaram ou fecharam; os polos de atração administrativos foram agrupados noutros sítios da cidade; novos concorrentes apareceram; novos produtos e novas formas de consumir podem aparecer e tornar rapidamente obsoleto o que existia ontem. Afinal, um conjunto de elementos pode obrigar a loja a adaptar regularmente o seu sortido às novas condições constatadas do mercado;
O nível de serviço ao cliente: Qual é a relação da loja com os seus clientes, qual é o nível de serviço diferenciador prestado na loja e fora da loja, qual é a política desenvolvida em parceria com os outros retalhistas da rua, para captar os consumidores e funcionar como se a rua fosse um centro comercial a céu aberto?
O nível da dinâmica da loja: Qual é o plano promocional da loja, qual é o nível de adequação da dinâmica comercial ao mercado local da loja? Será que os clientes se sentem envolvidos pela dinâmica criada na loja?

Outros tópicos podem ser abrangidos por esta reflexão, cada leitor poderá acrescentar os pontos que lhe parecem pertinentes e capazes de provocar mais e melhor negócio para a sua loja.
Afinal, existem pistas para reorganizar o negócio com ou sem parque de estacionamento!
RB

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