No parking, no business! É uma frase choque, brutal, definitiva na
sua afirmação e no entanto sujeita a debate. De facto, se milhares de exemplos
mostram o interesse do parque de estacionamento, milhares de exemplos mostram
lojas de sucesso sem parque de estacionamento.
A presença de um parque de estacionamento
pode sugerir compras em grandes quantidades, compras feitas com um carrinho de
compras bem cheio. Todavia, do norte ao sul do país, existem lojas com parque
de estacionamento vazio, que indicam lojas de fraca faturação e economicamente
pouco viáveis.
A ausência de um parque de estacionamento
pode sugerir dificuldades de sobrevivência para uma loja. Porém, existem lojas
de rua sem parque de estacionamento que são economicamente viáveis, porque
estão inseridas em zonas onde passam muitas pessoas, residentes na zona ou
pendulares ou ainda de passagem pontual.
Provavelmente é preciso analisar alguns
pontos loja a loja, caso a caso, tais como:
Quais
são as características humanas da zona: Tipologia da população residente e de
fluxo, Idade desta, sexo, atividades desenvolvidas, setores de atividade;
O ritmo
da zona:
Movimento e animação da zona consoante o momento do dia, da semana, do mês, do
ano;
Os pontos
chaves da zona:
Administrações, indústrias, comércios e respetivas características em termos de
contribuição para a atividade geral da zona;
A superfície
do ponto de venda:
À partida, quanto maior for a superfície da loja, mais elevado é o investimento
inicial; mais comprido é o linear (ou seja é preciso um stock na prateleira
globalmente elevado); mais é necessário ter recursos humanos consequentes para
tratar da loja e dos clientes; mais elevadas são as despesas de funcionamento;
mais elevado deve ser o fluxo de clientes, de par com um talão médio de compra
elevado, para tornar a loja rentável e perene. Uma loja de pequena dimensão,
detida por um casal, pode - em função de um posicionamento claro e de uma
relação cliente excelente - conseguir um bom nível de rentabilidade e ser
perene.
A
adaptação do sortido à zona: As evoluções são constantes e a verdade de ontem pode
ser falsa amanhã porque a zona envelheceu ou sofreu alterações em termos de
tipologia de consumidores; as indústrias ou os comércios mudaram ou fecharam; os
polos de atração administrativos foram agrupados noutros sítios da cidade; novos
concorrentes apareceram; novos produtos e novas formas de consumir podem
aparecer e tornar rapidamente obsoleto o que existia ontem. Afinal, um conjunto
de elementos pode obrigar a loja a adaptar regularmente o seu sortido às novas
condições constatadas do mercado;
O
nível de serviço ao cliente: Qual é a relação da loja com os seus clientes, qual é
o nível de serviço diferenciador prestado na loja e fora da loja, qual é a política
desenvolvida em parceria com os outros retalhistas da rua, para captar os
consumidores e funcionar como se a rua fosse um centro comercial a céu aberto?
O
nível da dinâmica da loja: Qual é o plano promocional da loja, qual é o nível de
adequação da dinâmica comercial ao mercado local da loja? Será que os clientes
se sentem envolvidos pela dinâmica criada na loja?
Outros tópicos podem ser abrangidos por
esta reflexão, cada leitor poderá acrescentar os pontos que lhe parecem
pertinentes e capazes de provocar mais e melhor negócio para a sua loja.
Afinal, existem pistas para reorganizar o
negócio com ou sem parque de estacionamento!
RB
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