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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Os produtos de Primeiro Preço

Os produtos de primeiro preço fazem parte da tipologia dos produtos e apresentam as seguintes características:

   Resposta às dificuldades económicas das famílias;
   Resposta para os consumidores espertos;
Resposta às evoluções das exigências de qualidade por parte dos consumidores. O consumidor pode ser comprador de produtos de Marca líder, de Marca do distribuidor “MDD”, ou de 1º preço segundo o momento, ou o modo de utilização do produto.
   Resposta ao Hard-discount como a Lidl, o Minipreço…etc;
  Em contrapartida de um preço baixo, os produtos 1º preço apresentam em geral uma qualidade inferior aos outros produtos de Marca Nacional ou Internacional, ou do distribuidor. Quanto maior for o valor acrescentado, mais importante será esta diferença qualitativa.
A crise que assola Portugal desde 2008 provocou uma redistribuição da representatividade das marcas no cabaz de compras, com as marcas MDD a avizinhar os 40% e as marcas de primeiro preço os 4%, e a tendência aponta para um aumento destes valores. De facto, as promessas de mais aperto fiscais, o aumento do desemprego e a pressão sobre os salários vão acentuar ainda mais esta tendência.

Parecem existir no mercado várias reflexões no que respeita ao futuro dos primeiros preços.
- Há quem acredite no seu desaparecimento,
as marcas MDD representando neste caso a melhor oferta de preço. É verdade que a pressão sobre os preços de venda condiciona o posicionamento das MDD, que para se venderem e respeitarem o seu papel devem ter um preço de venda inferior às marcas líderes mas, isso tem por corolário uma revisão dos cadernos de encargo de fabricação das MDD e a sua consequente baixa de qualidade. Não nos devemos esquecer que a indústria agroalimentar é um setor onde os avanços tecnológicos permitem realizar “milagres” com a incorporação de um conjunto de ingredientes que permitem um controlo eficaz dos preços de produção.
- Há quem acredite que os primeiros preços vão continuar a existir e, eu faço parte deste grupo de pessoas. Os “milagres” tecnológicos da indústria agroalimentar permitem que isso seja possível. Além disso, os primeiros preços fazem parte de um leque de oferta ao qual os consumidores se habituaram. Os primeiros preços são e serão ainda amanhã um elemento da política de diferenciação das insígnias de distribuição e uma insígnia como a Jumbo, por exemplo, continuará com certeza a propor um sortido tendencialmente profundo, porque isso faz parte do ADN do grupo Auchan. Por fim, num período de crise, os próprios consumidores por falta de rendimentos continuarão a procurar o que é mais barato.

A presença de primeiros preços “PP” num sortido não é um erro, longe disso, porque eles fazem parte do leque de oferta possível. No entanto os PP representam um perigo para os comerciantes que não acompanham de perto a gestão das suas lojas, porque se um produto PP representa o preço mais baixo da gama, ele representa igualmente o nível de margem mais fraco. A apostar sem controlo e sem gestão atenta nos PP, um comerciante pode constatar no fim do exercício anual que vendeu muita mercadoria, igualou ou superou as vendas do ano anterior, mas que a faturação baixou de forma brutal e que o seu lucro derreteu por completo, e todos os comerciantes concordarão certamente que isso é insustentável.
RB

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