Os produtos
de primeiro preço fazem parte da tipologia dos produtos e apresentam as
seguintes características:
•
Resposta às
dificuldades económicas das famílias;
•
Resposta para os
consumidores espertos;
• Resposta às evoluções
das exigências de qualidade por parte dos consumidores. O consumidor pode ser
comprador de produtos de Marca líder, de Marca do distribuidor “MDD”, ou de 1º
preço segundo o momento, ou o modo de utilização do produto.
•
Resposta ao Hard-discount
como a Lidl, o Minipreço…etc;
• Em contrapartida de
um preço baixo, os produtos 1º preço apresentam em geral uma qualidade inferior
aos outros produtos de Marca Nacional ou Internacional, ou do distribuidor. Quanto
maior for o valor acrescentado, mais importante será esta diferença qualitativa.
A crise
que assola Portugal desde 2008 provocou uma redistribuição da
representatividade das marcas no cabaz de compras, com as marcas MDD a avizinhar
os 40% e as marcas de primeiro preço os 4%, e a tendência aponta para um
aumento destes valores. De facto, as promessas de mais aperto fiscais, o
aumento do desemprego e a pressão sobre os salários vão acentuar ainda mais esta
tendência.
Parecem existir
no mercado várias reflexões no que respeita ao futuro dos primeiros preços.
- Há quem acredite no seu desaparecimento,
as marcas MDD representando neste caso a melhor oferta de preço. É verdade que a pressão sobre os preços de venda condiciona o posicionamento das MDD, que para se venderem e respeitarem o seu papel devem ter um preço de venda inferior às marcas líderes mas, isso tem por corolário uma revisão dos cadernos de encargo de fabricação das MDD e a sua consequente baixa de qualidade. Não nos devemos esquecer que a indústria agroalimentar é um setor onde os avanços tecnológicos permitem realizar “milagres” com a incorporação de um conjunto de ingredientes que permitem um controlo eficaz dos preços de produção.
as marcas MDD representando neste caso a melhor oferta de preço. É verdade que a pressão sobre os preços de venda condiciona o posicionamento das MDD, que para se venderem e respeitarem o seu papel devem ter um preço de venda inferior às marcas líderes mas, isso tem por corolário uma revisão dos cadernos de encargo de fabricação das MDD e a sua consequente baixa de qualidade. Não nos devemos esquecer que a indústria agroalimentar é um setor onde os avanços tecnológicos permitem realizar “milagres” com a incorporação de um conjunto de ingredientes que permitem um controlo eficaz dos preços de produção.
- Há quem acredite que os primeiros preços vão continuar a
existir e, eu faço parte deste grupo de pessoas. Os “milagres” tecnológicos da indústria agroalimentar permitem
que isso seja possível. Além disso, os primeiros preços fazem parte de um leque
de oferta ao qual os consumidores se habituaram. Os primeiros preços são e serão
ainda amanhã um elemento da política de diferenciação das insígnias de
distribuição e uma insígnia como a Jumbo, por exemplo, continuará com certeza a
propor um sortido tendencialmente profundo, porque isso faz parte do ADN do
grupo Auchan. Por fim, num período de crise, os próprios consumidores por falta
de rendimentos continuarão a procurar o que é mais barato.
A presença
de primeiros preços “PP” num sortido não é um erro, longe disso, porque eles
fazem parte do leque de oferta possível. No entanto os PP representam um perigo
para os comerciantes que não acompanham de perto a gestão das suas lojas,
porque se um produto PP representa o preço mais baixo da gama, ele representa
igualmente o nível de margem mais fraco. A apostar sem controlo e sem gestão atenta nos PP, um
comerciante pode constatar no fim do exercício anual que vendeu muita
mercadoria, igualou ou superou as vendas do ano anterior, mas que a faturação
baixou de forma brutal e que o seu lucro derreteu por completo, e todos os
comerciantes concordarão certamente que isso é insustentável.
RB
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