O mercado está obviamente em movimento perpétuo. A amplitude e a
celeridade do movimento são os poucos elementos que permitem ter consciência
das convulsões. O que acontece num movimento sem amplitude, passa
desapercebido.
A insígnia Meu Super, da galáxia Sonae, está
numa fase de “low profile” depois de ter tido uma postura de conquistadora
destemida. Pois é, depois de uma fase de fortes
declarações, durante a qual Meu Super se apresentou como um projeto que ia
arrasar, passámos a um período onde não se fala muito de Meu Super. Isso não
quer dizer que Meu Super deixou de querer ter uma rede de lojas novas,
estruturadas em função de um modelo predefinido como sendo respeitoso do
projeto inicial. Continuam a aparecer, por aqui e por ali, lojas Meu Super de
raiz mas, em paralelo, vemos lojas existentes que se estão a juntar à insígnia
Meu Super. Facto surpreendente, estas últimas mudam muito pouco; em termos de
visual, recebem um novo toldo, uma nova sinalética interior e em termos de sortido,
o conjunto das referências da marca de distribuição de Continente.
Grão à grão, enche a
galinha o papo. Hoje, a política seguida parece ser nitidamente baseada na
conquista lenta mas progressiva do mercado das LPD (Lojas de Pequena Dimensão),
seja qual for o ADN das lojas que aceitam juntar-se à insígnia.
Intermarché,
grande ausente
das zonas urbanas, está a preparar a sua entrada nos grandes centros de forte densidade populacional. Ser líder nas zonas rurais é demasiado arriscado para a sustentabilidade do grupo Intermarché a médio prazo. Aqueles que acham que a crise e o envelhecimento da população levaram as pessoas a voltar para as zonas rurais, enganam-se redondamente. Ao contrário; vamos assistir a um reforço da concentração urbana porque os grandes centros representam oportunidades de emprego e, garantem as infraestruturas de apoio sanitário e social.
das zonas urbanas, está a preparar a sua entrada nos grandes centros de forte densidade populacional. Ser líder nas zonas rurais é demasiado arriscado para a sustentabilidade do grupo Intermarché a médio prazo. Aqueles que acham que a crise e o envelhecimento da população levaram as pessoas a voltar para as zonas rurais, enganam-se redondamente. Ao contrário; vamos assistir a um reforço da concentração urbana porque os grandes centros representam oportunidades de emprego e, garantem as infraestruturas de apoio sanitário e social.
Em paralelo à sua entrada
nos grandes centros urbanos, que representam 80% da concentração populacional
portuguesa, o grupo Intermarché está a deixar os seus aderentes desenvolver uma
satelização de lojas de tipo LPD, controladas e abastecidas a partir do seu supermercado.
O objetivo é claramente aumentar o controlo da distribuição de cada loja
Intermarché, na totalidade do seu território de ação (Zona de influência).
Se estes movimentos são
normais para qualquer grupo de distribuição, numa lógica de conquista de mais
faturação e de mais rentabilidade, é claro que de forma subjacente, os grossistas do setor alimentar estão
na mira das grandes insígnias da distribuição portuguesa. De facto, para as
grandes insígnias está em jogo não só um crescimento potencial de 20% da
faturação mas também um aumento da rentabilidade através do controlo de todo o circuito
de distribuição.
Em conclusão, queria encorajar todos os grossitas do setor
alimentar à desenvolverem a sua rede de lojas próprias ou associadas, para que
possam continuar a ter pontos de escoamento e a controlar os seus territórios!
RB
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