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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A associação dos comerciantes - um elemento do mix-marketing

A dinâmica de uma rua resulta largamente do somatório da dinâmica de cada loja que compõe a oferta comercial, e também das decisões tomadas pelo poder político. A associação dos comerciantes deveria ser vista por cada comerciante como uma entidade coletiva capaz de defender os interesses comuns, com impacto direto na defesa dos interesses particulares.

A associação dos comerciantes pode defender um ponto básico: Onde há comércio, há vida e, a vida aberta é
um antídoto natural para certos comportamentos como as agressões ou o consumo de substâncias ilegais.   
Os bairros onde não existem lojas são zonas onde tudo pode acontecer longe dos olhos dos outros. São zonas onde quem tenha qualquer coisa para esconder se pode refugiar ou sentir-se em paz e livre para fazer o que bem entender. A dinâmica comercial é portanto essencial para preservar a calma e a serenidade de uma rua, um bairro, uma cidade. O interesse comercial junta-se ao interesse político e de forma principal ao interesse da população.

A organização da deslocação das pessoas é um tema muito delicado em termos de gestão do município.
Uma cidade ou qualquer uma das suas subdivisões, segundo os momentos do dia, ou é um ponto de convergência ou é um ponto de divergência de muitas pessoas. É portanto necessário favorecer a boa chegada daqueles que entram e a boa saída e a fluidez daqueles que saem. A organização da deslocação das pessoas é pois uma tarefa complicadíssima. Ela deve ter em consideração o número de pessoas em causa a chegar e a sair, os diferentes modos de transporte utilizados pelas pessoas, os momentos de chegada e de saída, os meios físicos de deslocação - dos peões, dos utilizadores de bicicletas ou de motas, dos carros, dos autocarros, dos comboios -, os meios de parqueamento dos veículos…etc.
Esta tarefa é tão complicada e tão importante para a vida da cidade que em qualquer cidade, os comerciantes deveriam juntar-se e participar de forma ativa numa associação de comerciantes suficientemente forte e credível para ser um interlocutor incontornável!
Uma coisa é certa, o comerciante é um espetador ativo da dinâmica de rua porque ele vive a rua todos os dias e, durante a maior parte do dia. Ele é portanto o ator da rua mais bem colocado para observar o que constrange ou facilita a vida das pessoas. Ele sabe, porque isso tem um impacto na sua atividade comercial, o que penaliza ou facilita a deslocação dos potenciais clientes. Ele pode, se for bem utilizado pelo poder político local, contribuir de forma muito construtiva para a reflexão sobre as ações a levar a cabo para favorecer a dinâmica das cidades, dos bairros e das ruas.
A má articulação da deslocação das pessoas nas zonas urbanas é ainda mais sensível, porque tem consequências ainda maiores nas zonas de grande impacto turístico. Nestas zonas de grande turismo, sobretudo zonas litorais, a época turística é limitada em termos de duração e, qualquer má articulação da deslocação das pessoas penaliza fortemente os comerciantes e por ricochete a atividade comercial e o emprego.

A associação dos comerciantes deveria ser encarada pelos próprios comerciantes como um elemento do seu mix-marketing, que permite trabalha a variável “Localização” do ponto de venda. Alias, é patente que os grandes grupos integrados ou associados “sabem negociar”, com os responsáveis políticos locais, em função da sua própria reflexão sobre a variável política de localização.
A associação dos comerciantes deveria ser vista, por qualquer comerciante, como um meio coletivo, útil para cada comerciante em particular.
RB

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O Blog foi feito para proporcionar um espaço de expressão dos atores do mundo do comercio. Encorajo cada leitor a intervir, e a ser um elemento valioso de trocas construtivas para todos.