É claro que o momento é de guerra dos PVP (preços de venda ao público).
O benefício imediato para o consumidor não deve fazer esquecer que uma economia
deflacionista não é o melhor que há para a economia do país e portanto para
cada cidadão. Uma inflação moderada e controlada é mais desejável, porque
propicia uma melhor dinâmica económica e social. Esta guerra dos PVP é uma
guerra de posição, para evitar perder quota de mercado e opõe tanto as marcas
de produtores como as marcas de distribuidores.
O curto prazo não deve
fazer esquecer a visão a médio e longo prazo. O futuro prepara-se hoje ou seja,
é refletido, planeado, organizado e coordenado hoje. E, este futuro engloba
mais, muito mais do que uma guerra de PVP sem fim!
Organizar a integração tecnológica deve
tornar-se uma prioridade das organizações retalhistas, e sobretudo dos grupos de retalhistas independentes que por natureza são mais lentos a tomar decisões e a evoluir.
tornar-se uma prioridade das organizações retalhistas, e sobretudo dos grupos de retalhistas independentes que por natureza são mais lentos a tomar decisões e a evoluir.
- As novas tecnologias
entraram por completo no dia-a-dia dos cidadãos. Quem não tem um Smartphone,
uma conta no Facebook, no Tweeter, no LinkedIn? A informação está a um “click”
de cada pessoa.
- As lojas devem evoluir
para se aproximarem deste novo modo de vida. Vender produtos já não é
suficiente! É necessário vender a relação cliente, e isso obriga a entrar numa
virtualização do contato.
- Introduzir modos de
pagamento eletrónico, rápidos, baratos e fáceis de uso e seguros, tanto para o
retalhista como para o cliente. A introdução de soluções de pagamento tecnológicas
e modernas corresponde também a um serviço ao cliente porque permite limitar a
espera na caixa de pagamento. Os pagamentos eletrónicos de conta a conta estão
a encontrar um franco sucesso nos EUA, na China e em muitos países africanos.
- Criar, organizar, e enriquecer diariamente
uma base de dados de contatos com os clientes, para desenvolver uma comunicação
regular com eles.
- A integração tecnológica
pressupõe também refletir sobre a partilha de informação entre todos os
elementos da cadeia de abastecimento. A razão é simples: a partilha de
informação é a única forma de levar cada elo da cadeia de abastecimento a
apropriar-se das ideias do grupo, do produto e/ou do serviço proposto aos
consumidores. Aliás, a virtualização da nossa sociedade permite com facilidade
a troca rápida de ideias através de reuniões via Internet, de mails, de tweets,
de posts…etc.
Melhorar o serviço aos clientes através de uma reflexão profunda
sobre todos os elementos que podem fortalecer a relação cliente
- Analisar - para cada loja
- o seu posicionamento e o sortido mais adaptado à sua localização. Não se
trata de quebrar o esqueleto principal do sortido em termos de marcas, mas sim
de o ajustar em função da especificidade do território de cada loja, e da
pertinência de ter certos segmentos de produtos e o número de referências necessárias
para responder às expetativas dos consumidores da zona de atração.
- Definir para cada Ponto
de Venda os horários de funcionamento que melhor correspondem às necessidades dos
consumidores. O crescimento populacional das grandes aglomerações provoca um
regresso cada vez mais tardio dos consumidores à sua casa.
- Definir as necessidades
de empregadas ou empregados de caixa segundo os momentos do dia, de maneira a
tornar a passagem dos clientes rápida e fluida na caixa de pagamento. Aqui
trata-se de redefinir os limites da diminuição do número de empregados, para
que esta diminuição não se torne num elemento de perda de qualidade de serviço
ao cliente e “in fine” não provoque uma péssima relação cliente. Aumentar o
número de caixas em “self-scanning” obriga, da mesma maneira, a uma definição
apropriada dos meios humanos de assistência aos clientes.
- Organizar, em todas as
lojas onde isso for possível, um clube de consumidores clientes e eventos de
partilha de saber-fazer em termos culinários, cuidados da casa, cuidados do
corpo…etc.
- Desenvolver o “click and reserve”
e o “click and colect”. Ver para mais pormenores o post “Click & reserve”,
“Click & collect” - Quando a “Web” se instala na loja, do dia 27 de Janeiro
de 2014. O desenvolvimento destas novas formas de chegar aos consumidores
pressupõe com certeza uma alteração física dos Pontos de venda.
- Pode ser ainda imaginada
uma ação de captação de despesas correntes dos consumidores, cruzando as
informações de organismos de estudo de mercado tal como a Nielsen e, do sistema
de relação cliente interno de cada loja. Por exemplo se a despesa corrente de
supermercado for de 230€/mês, poderia ser desenvolvido um sistema de pagamento
no início do mês deste montante; montante do qual seriam deduzidas as compras
feitas diariamente na loja. O consumidor que aderisse a esta modalidade poderia
receber um desconto específico ou benefícios personalizados. Obviamente, todos
os alicerces desta ideia deveriam ser estudados em termos legais. É fácil
imaginar os benefícios, quer para o consumidor quer para o retalhista ou ainda
para a organização de distribuição a montante.
As centrais devem criar plataformas
- Para propiciar a troca de
ideias e beneficiar de um levantamento regular e contínuo de informações vindas
do terreno.
- Para pôr à volta da mesma
mesa representantes dos retalhistas (que têm acesso aos consumidores finais),
representantes dos armazenistas (que têm contatos regulares com os fornecedores
e os organismos de estudos de mercado) e representantes das centrais de compra
(que têm contatos diários com os fornecedores, acesso a estudos de mercado quer
sobre os consumidores quer sobre os distribuidores e, que articulam os projetos
comuns a todos os seus associados).
- Para desenvolver projetos
“pesados” que requerem um investimento ou um desenvolvimento tecnológico que
apenas uma organização a montante pode fazer, obviamente em nome e para o
benefício de cada um dos elementos que compõem o seu universo profissional.
- A capacidade das centrais
a desenvolver todos os pontos citados supra será provavelmente o elemento-chave
da fidelização de todas as empresas envolvidas no processo.
A guerra dos preços corresponde a ações sem dia seguinte, porque
a guerra dos preços provoca a falta extrema de lealdade. O mais barato ganha sempre,
enquanto conseguir manter a pressão sobre os preços que claramente degrada a
margem operacional.
O desenvolvimento de novos padrões de funcionamento permitirá uma
menor pressão sobre os preços de venda, uma maior aproximação aos consumidores
e um trabalho mais qualitativo da relação cliente.
As centrais são as organizações mais legítimas e capazes de
desenvolver esta visão. Sozinhos, os retalhistas não têm os recursos
necessários para isso!
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