A abertura de lojas de retalho alimentar detidas por chineses está
a assustar os profissionais do setor. A pergunta é saber se os “chineses”
conseguirão fazer no alimentar o que fizeram no não alimentar.
O mercado é por natureza um
espaço onde tudo pode acontecer. A tentativa de entrada dos chineses no setor
alimentar é portanto um elemento normal e faz parte da dinâmica geral. Aliás,
existe também, e isso é bem visível em Lisboa, um conjunto de lojas detidas por
indianos. Podemos ver esta diversificação chinesa como um indicador de
dificuldades que encontram no setor não alimentar. Dificuldades ligadas a uma
imagem de qualidade fraca, que o fator do preço baixo não consegue compensar.
Podemos admitir que haverá
sempre casos específicos que fugirão da linha principal mas, o que se nota é
que os consumidores querem boas condições comerciais, mas também boas condições
ambientais nos pontos de venda.
Assim, seja qual for a origem dos donos de lojas alimentares,
a tendência futura será marcada por lojas com condições de ambiente cada vez
mais adaptadas a uma procura exigente. O retalhista deverá propor numa loja bem
localizada:
- um sortido adaptado à
zona de atração do Ponto de Venda;
- um layout que favorece compras
simples, fáceis e rápidas;
- uma dinâmica promocional
visível e de todos os dias;
- um nível de higiene e de
limpeza de acordo com os padrões de um pais desenvolvido;
- um nível de serviço ao
cliente capaz de criar um laço de lealdade e fidelidade;
- uma politica de preço de
acordo com todos os itens citados supra.
Afinal, voltamos aos
fundamentais da distribuição, fundamentais aplicados diariamente pelos grupos
que se destacam pelas suas performances. Para memória, em Portugal, as
insígnias Continente e Pingo Doce, ou seja apenas 2 grupos, têm 50% de quota de
mercado. Estes grupos representam o que os consumidores reconhecem com sendo o
que procuram, o que gostam. Eles representam um ponto de comparação para
qualquer consumidor.
Os retalhistas alimentares
independentes devem refletir sobre a articulação das suas lojas em função dos
padrões de funcionamento que agradam e atraem os consumidores. Para todos os comerciantes, chineses ou não, o
caminho a seguir é a qualidade em todos os campos da loja. Quem baixar a
qualidade da sua loja correrá o risco de um grande fracasso!
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