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domingo, 9 de agosto de 2015

Perder ou não perder o comboio - That is the question!

Nos últimos 25 anos, os alertas para o desaparecimento do sector grossista no ramo alimentar foram muitos. Felizmente, mesmo com uma diminuição drástica do número de lojas alimentares, os grossistas alimentares, mais voluntários, conseguiram manter as suas empresas até hoje.

O perigo para o setor grossista alimentar não é o desaparecimento de lojas do retalho alimentar, mas sim a não-adaptação às novas tendências de consumo dentro e fora de casa.

As gerações Y e Z no poder
Estas gerações correspondem às pessoas nascidas entre os anos 80 e 2000, para a geração Y, e nascidas a partir dos anos 2000 para a geração Z.
Na Internet encontram-se bastantes informações sobre estas gerações e as suas características. São indivíduos que nasceram na era do “personal cumputer”, da Internet e dos sítios sociais ou seja são indivíduos altamente conectados.
Os indivíduos destas gerações são geralmente descritos como adeptos da partilha com os outros, como pessoas que preferem o ser ao ter, a ecologia à exploração desenfreada do planeta … mas, um estudo americano recente tende a mostrar que por trás desta fachada, a realidade é outra; as opções “airbnb” ou “uberpop” não seriam baseadas num espírito “de partilha” mas sim numa procura individual de uma solução barata, “taylor made” e de qualidade…Pois é, a maioria dos indivíduos destas gerações, não se sente culpada pela concorrência, por vezes desleal e mortífera, que estas soluções fazem aos profissionais da hotelaria e dos táxis,
Por trás de uma fachada de desinteresse pelo lucro e pelo poder, esconde-se um grande individualismo e um grande desinteresse pelo vizinho. São gerações do “isto é meu” e do “Já, já, já”. Afinal, estamos a assistir à consolidação da sociedade da procura da satisfação através de soluções “ultra-individuais” em todos os campos da vida; comida, lazer, trabalho.

O retalho está a responder a esta tendência
O mercado já está a evoluir neste sentido. O cozido a portuguesa e a feijoada já não fazem sonhar ninguém! São pratos demasiado populares, no sentido básico da palavra, para quem quer novas experiências, novas sensações e tem sede de evasão!
É corrente ver aparecer novos restaurantes temáticos, étnicos que baseiam o seu sucesso na oferta de uma solução festiva diferente, que responde à procura individual de novos prazeres sensoriais! Basta abrir o Facebook para receber um convite para ir degustar pastas e pizas à italiana, para visitar uma nova padaria ou pastelaria de profissionais formados em Paris ou Lyon...etc.
No fim do dia das sextas-feiras, nas lojas do retalho alimentar, vê-se bem a aceleração do escoamento das soluções alimentares, sobretudo nas seções do pronto a comer fresco a peso ou dos congelados. Estes consumidores não compram produtos; compram sensações gustativas, e as noções de liberdade e de vida fácil!

Seria interessante mandar fazer e divulgar a nível dos grossistas, durante sessões técnicas, estudos sobre o comportamento das gerações Y e Z e as suas consequências sobre as tendências de consumo que se estão a instalar! Isso deveria permitir abrir negociações sobre um conjunto de nichos de mercado altamente lucrativos, altamente dinâmicos e altamente diferenciadores.

Perder ou não perder o comboio - That is the question!
Bom trabalho.
RB

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