No “post” da semana passada – Falando de “serviços” – foi
abordado o tema dos serviços como meio de acrescentar valor aos produtos. É quase
instintivo pensar que as seções de venda tradicional tais como o talho, a
charcutaria, a padaria, a peixaria respondem a esta ideia; no entanto, os
grandes grupos de distribuição parecem evoluir para menos venda tradicional e
mais venda em livre-serviço nestas secções estratégicas.
Os sinais de uma evolução em curso
Parece que as insígnias de
destaque estão a educar os consumidores para a escolha dos produtos em cuvete
ou em embalagem de livre-serviço. A observação do que se passa nas lojas parece
mostrar que a técnica utilizada baseia-se em cansar o cliente na fila de espera,
colocando poucos empregados para atender os clientes, certos empregados
apresentando tecnicamente falhas no conhecimento dos produtos, no bom
tratamento do cliente e na destreza esperada de um profissional minimamente
qualificado. Em contrapartida, notam-se claramente
esforços para multiplicar as referências, a valorização e a visibilidade dos
produtos no móvel frio de venda em livre-serviço.
As razões desta evolução que parece estar em curso
Existem várias razões ligadas ao contexto geral do mercado e às exigências legais que são cada vez mais rigorosas. Entre estas últimas podem ser citadas nomeadamente as seguintes:
Existem várias razões ligadas ao contexto geral do mercado e às exigências legais que são cada vez mais rigorosas. Entre estas últimas podem ser citadas nomeadamente as seguintes:
- A produção
de carne está baseada em explorações de “giga” dimensão que fornecem uma indústria
de transformação tecnologicamente avançada, e que consegue verticalizar uma
multidão de operações de corte e de embalagem;
- A
força dos operadores a montante obriga os distribuidores a jusante a adaptarem-se
aos novos modos de escoamento;
- Nos
grupos de distribuição, a direção dos Recursos Humanos vê certas seções de
especialização profissional, como por exemplo o talho, como um “estado dentro
do estado” sendo os cortadores de carne pessoas difíceis de gerir. Também, as
exigências em termos de remuneração são vistas como exageradas em relação à
rentabilidade das seções.
-
Leis exigentes e incontornáveis foram promulgadas para enquadrar os espaços técnicos
das seções especializadas, tornando avultados, em geral, os investimentos necessários;
- Os
espaços ocupados pelas respetivas zonas de armazenamento, de preparação e de
conservação são espaços perdidos em termos de metros quadrados de placa de
venda produtiva;
…/…
E a política de serviço neste contexto?
Os "majors" da distribuição portuguesa têm vários
argumentos a avançar em termos de serviços proporcionados aos clientes com a
venda em livre serviço, tais como:
- O
livre serviço evita a perda de tempo numa fila de espera;
- O
nível de preço é igual ao preço no balcão com atendimento;
- As
cuvetes ou as embalagens respondem, através de quantidades ou de pesos diferenciados,
a expetativas diferentes dos clientes;
- A
conservação e a proteção dos produtos são seguras através de portas nos móveis
de frio e da rastreabilidade dos produtos.
…/…
Quais as opções para os retalhistas independentes?
Se se trata de um retalhista tecnicamente especializado
na carne, no peixe, na padaria e
pastelaria ou noutras especificidades, a opção pode consistir em desenvolver
uma seção com atendimento ao público, baseada no muito bom conhecimento técnico
dos produtos vendidos e no atendimento adequado do cliente.
Se se tratar de um retalhista generalista, a opção consiste em encontrar uma solução de
abastecimento regular em termos quantitativos e qualitativos. Esta via
pressupõe que os grossistas, fornecedores habituais do retalho alimentar, sejam
capazes de assumir essa função. A
notar que um retalhistas pode propor uma solução mista aos seus clientes ou
seja, um atendimento técnico e especializado ao balcão e referências em cuvetes
ou outras embalagens apropriadas vendidas em livre-serviço.
Esquema
Bom trabalho
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB