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domingo, 10 de junho de 2018

Não, as lojas físicas não vão desaparecer!


O comércio on-line é uma realidade e, o seu desenvolvimento vai continuar. Ele fará parte do panorama comercial e - como foi sublinhado no post “o mercado é um mil-folhas” https://alojadaminharua.blogspot.com/2016/11/o-mercado-e-um-mil-folhas.html - será mais uma forma de chegar aos consumidores. As lojas físicas não vão desaparecer e podemos notar, para apoiar essa ideia, que os gigantes do comércio on-line, como Amazon e Alibaba compraram cadeias de supermercados. 

Porque é que as lojas físicas não vão desaparecer? 
Quando se fala de comércio fala-se principalmente de encontro, de contacto entre pessoas. Os humanos são gregários e uma das suas mais patentes características é a vida social feita de relações com os outros. As pessoas precisam de falar com alguém, de encontrar outras pessoas, de ver a vida fora das suas casas. 
Quando se fala de loja, fala-se de produtos. Os produtos têm quase uma vida própria, eles têm uma forma, dimensões, peso, estética, textura, podem ter cheiro…etc. No contexto de uma loja os produtos não são isolados, eles completam-se uns aos outros, fazem sonhar o cliente. Na loja qualquer produto ganha expressão, vive. 

Portanto não há razão para preocupações; a vida será como dantes? 
Não, o que acontece é que o comércio on-line é mais um canal de distribuição, com as suas próprias características. Os analistas do comércio preveem que o comércio on-line representará até 25% das vendas no futuro e ficará nessa meta. Os líderes do comércio on-line perceberam bem este limite e é por causa disso que Amazon e Alibaba entre outros compraram cadeias de lojas. 
Poderá haver razão para preocupações; tudo dependerá da postura dos comerciantes. 
- A preocupação será mínima para os atores da distribuição que tenham desenvolvido uma estratégia omnicanal. 
- A preocupação será outra para os atores da distribuição perdidos no tempo da idade dourada da distribuição e, que não terão dado os passos necessários para adaptar as suas empresas às novas evoluções tecnológicas e de comportamento do mercado. 
- As preocupações serão muito piores mas, muito piores mesmo para aqueles que além de fazerem uma gestão caótica das suas lojas, menosprezando os frescos que representam +/-57% das vendas, deverão por ainda cima arcar com a perda potencial de 25% das suas vendas. 
A entrada em vigor do novo Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) deve ter mostrado de forma esclarecedora à maioria dos profissionais da distribuição – dos quais os leitores deste blog fazem parte - que falar do impacto das novas tecnologias no comércio alimentar, e da forte necessidade de dotar as lojas de meios apropriados, não é nem um evento menor nem um capricho de consultor.

Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB

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O Blog foi feito para proporcionar um espaço de expressão dos atores do mundo do comercio. Encorajo cada leitor a intervir, e a ser um elemento valioso de trocas construtivas para todos.