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domingo, 17 de junho de 2018

Quem é que ainda quer comprar produtos?


Os consumidores já não estão interessados em comprar produtos! Para a maioria deles o tempo é a medida essencial, básica e incompressível, que determina o perímetro dentro do qual se pode ganhar dinheiro e gozar dos pequenos prazeres da vida. Preparar as refeições todos os dias é visto por muitas pessoas como uma tarefa que ocupa tempo, um tempo não remunerado e que, por causa da repetição da tarefa, não procura nem gozo nem prazer. 

Os consumidores são cada vez mais sensíveis às refeições pré-preparadas ou prontas-a-comer, que libertam tempo e eliminam uma tarefa “chata”. Tendo em conta essa orientação forte do mercado, o retalhista do comércio alimentar deveria: 
Definir o cardex ideal da sua loja para responder às expetativas dos consumidores que compõem a sua zona de atração. 
Cada território, cada zona do país tem uma geografia física e uma geografia humana. A geografia física expõe as características naturais de uma zona, tais como o seu relevo, os seus rios e ribeiros, a composição do solo, etc. A geografia humana trata das pessoas que vivem em determina zona, das suas características de vida e da sua adaptação a esta zona. 
Nesta perspetiva é pertinente pensar que cada loja possa ter um cardex próprio, definido consoante a desencriptação das características da zona de atração de clientes, feita pelo retalhista. 
No Post “O futuro do retalho independente será a especialização” de 20 de Maio de 2018 https://alojadaminharua.blogspot.com/2018/05/o-futuro-do-retalho-independente-sera.html, realcei a necessária especialização do retalho alimentar de pequena e média dimensão “LPMD”. 

Definir os equipamentos adequados e necessários para conservar, expor as mercadorias e vendê-las em boas condições. 
Vender soluções alimentares engloba a venda de pratos pré-preparados ou prontos-a-comer: frescos, congelados e, enlatados. Se a venda de produtos enlatados é simples, a venda de produtos frescos e congelados obriga a ter equipamentos refrigerados ou congelados próprios. 
Como vender um leque importante de produtos frescos, sem ter um móvel de conservação com tamanho suficiente para expô-los? Toda gente sabe que os olhos comem em primeiro lugar ou seja, expor produtos frescos em más condições “mata” a venda e mata a reputação da loja! 
O retalhista deve definir o modo de venda que quer utilizar. Pode cingir-se apenas à venda de produtos pré-preparados frescos em Livre Serviço, ou congelados, ou ainda enlatados mas, pode também escolher ter uma seção de venda de refeições prontas-a-comer ou pré-preparadas em venda ao peso, com atendimento do cliente. Cada modo de venda tem as suas especificidades e portanto cada modo acarreta obrigações legais especificas que devem ser respeitadas. 

Definir os Recursos Humanos capazes de realçar o posicionamento da loja. 
No que toca aos alimentos, ao seu aspeto, à sua exposição, à sua manipulação, os consumidores podem rapidamente ficar de pé atrás se qualquer coisa os deixar a pensar em qualquer desleixo ao longo do processo! 
As pessoas que atendem e servem os clientes devem ter uma postura e uma atuação irrepreensível. 
Os clientes não podem ter dúvidas em relação à qualidade dos produtos pré-preparados ou prontos-a-comer frescos que estão a comprar. 
Mas o retalhista pode escolher vender apenas os produtos que podem faltar na casa do cliente ou seja vender “a pingar”: 1 pacote de açúcar, 1 pacote de sal, 1 porção de queijo de barrar…etc., e aceitar a faturação fraca que este posicionamento provoca! 

Afinal, o lavrador colhe o que semeou! 

Boa reflexão e bom trabalho, 
O seu sucesso está nas suas mãos! 
RB

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