Os comerciantes parecem bastante desemparados
quando se trata de mudar os equipamentos da loja. Uma solução consistiria em copiar
o que as grandes insígnias estão a fazer; todavia copiar em lojas de pequena ou
de média dimensão (LPMD) as técnicas desenvolvidas para lojas grandes pode não
ser a boa solução. As lojas de tipo LPMD deveriam ser ajustadas apenas às
realidades do seu mercado.
Os parâmetros constantes
Para viver bem, uma loja deve
provocar diariamente a transformação dos consumidores que andam na zona de
atração da loja (ou seja no seu território) em clientes, ou seja em pessoas que
entram na loja.
A loja deve portanto ter um
aspeto sedutor por fora e despertar o desejo de entrar. Um minimercado ou
supermercado deve portanto propor um sortido composto por soluções alimentares.
Os frescos e os congelados - seja qual for a seção ou segmento - são categorias
que respondem às necessidades e às motivações de compra diária dos
consumidores.
O comprimento do sortido,
ou seja o número de referências diferentes apresentadas numa loja, está interligado
ao linear desenvolvido, ou seja à distância de apresentação dos produtos. Isso
quer dizer que a largura e a profundidade do sortido estão dependentes desse LD
(linear desenvolvido).
As arcas congeladoras verticais representam uma boa solução
técnica
Na perspetiva de
rentabilizar cada metro quadrado da loja, utilizar arcas congeladoras
representa uma solução técnica interessante, pois permite desenvolver o Linear
Desenvolvido dos congelados, ou seja apresentar mais referências no mesmo
espaço no solo.
Gerir os congelados em
móveis verticais pode permitir duas opções; A primeira seria reduzir o espaço
utilizado no solo pelos equipamentos de congelação, no caso de não fazer dos
congelados um eixo forte da loja, de forma a salvaguardar espaço para
desenvolver outras categorias. A segunda seria, pelo contrário, desenvolver a
categoria dos congelados, aumentando a profundidade da gama. Neste caso,
beneficiar de um linear desenvolvido muito maior, e de fácil leitura,
representa uma grande vantagem.
A espinhosa questão da altura das gôndolas
Há aqueles que dizem que as
gôndolas deveriam ser suficientemente baixas para que a loja possa ser vista na
sua totalidade, e há aqueles que dizem que as gôndolas deveriam ser as mais
altas possíveis.
Para mim, como técnico, a
loja é um “produto” feito para proporcionar a melhor experiência possível aos
seus clientes e para proporcionar um nível de rentabilidade capaz de remunerar
o seu dono e de permitir investimentos regulares. Neste sentido, as gôndolas em
lojas de tipo LPMD devem ter 2m de altura; uma dimensão que considero
equilibrada.
-Colocando o último nível
de prateleiras a +/-20cm por baixo da linha dos 2m, a maioria dos clientes
chega lá pois a altura média dos homens é +/-1,73m e das mulheres é de +/-1,63
e, a preensão dos produtos faz-se com o braço estendido;
- Colocando o último nível
de prateleiras a +/-20cm por baixo da linha dos 2m, os produtos expostos num
lado da gôndola não caiem para o outro lado;
-Em termos de estética, esta
solução permite oferecer uma loja que transmite um aspeto quadrado, arrumado.
É comum ouvir os senãos
relativos à prateleira de cima, mas aproveito este “post” para sublinhar que é
necessário pensar na dificuldade de ler as etiquetas de preço situadas na prateleira
de baixo. Hoje, as gôndolas são pensadas para rentabilizar o m2 de loja e a
primeira prateleira de baixo está muito perto do chão e é muito complicado ler
os preços dos produtos que nela figuram.
As caixas de pagamento devem ser repensadas
Outrora, na altura de
compras grandes nos minimercados e supermercados do comércio independente,
utilizar caixas de pagamento compridas era totalmente justificado. Um cliente
com grandes compras devia poder ser atendido na caixa, permitindo simultaneamente
que o cliente seguinte tivesse espaço para colocar as suas compras.
Hoje, as compras
correspondem a cestos médios de baixo valor e portanto as caixas do passado já
não se justificam. As caixas podem ser mais curtas. Isso permite gerir de forma
diferente a placa de venda. Eu sou apologista de
desenvolver a colocação de caixas de pagamento em linha. Quem viaja sabe que
nos países anglo-saxónicos e nos Estados Unidos por exemplo, muitas lojas
utilizam caixas de pagamento em linha.
A opção de guardar o mesmo equipamento durante
20, 30 anos e mais já não pode ser uma solução. A melhor forma para um
comerciante de “matar” a sua loja é ignorar a maturidade comercial dos
consumidores e a concorrência forte e agressiva dos outros “players”.
Boa reflexão e
bom trabalho,
O seu sucesso
está nas suas mãos!
RB