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domingo, 28 de julho de 2019
domingo, 21 de julho de 2019
domingo, 14 de julho de 2019
domingo, 7 de julho de 2019
domingo, 30 de junho de 2019
Passaram 25 anos
Foi em Janeiro de 1994 que tudo começou. Para
dizer a verdade, a 24 de Dezembro de 1993 recebi uma chamada telefónica de
alguém que me perguntou em francês se “ sabe quem é” e, como estávamos na
altura do Natal, eu respondi “ Só pode ser o Pai Natal”. O meu interlocutor era
o Dr. Martinho Lopes, na altura DAF da Sincoral “L’Oréal”; ele queria
anunciar-me que eu tinha sido selecionado para dar a formação Técnicas de
Vendas aos vendedores do grupo ou seja aos vendedores da L’Oréal, Garnier e SBI
(Société Beauté Internationale). A colaboração com a
Sincoral durou até Dezembro de 1999. Em 1994 também comecei a trabalhar como
formador externo para a Makro e rapidamente como consultor em Organização do Ponto de Venda para os retalhistas, no país inteiro.
Nunca tinha imaginado vir viver para Portugal
Antes de
vir para Portugal, trabalhei em França na distribuição, nas vendas e na área da
consultadoria e da formação. A minha vida profissional era bastante boa mas, a vida de
família tomou um outro rumo quando faleceu o meu primeiro filho. A minha mulher
sendo lisboeta viemos instalar-nos perto dos pais dela. Estávamos em 1993 e,
sem conhecer a língua portuguesa, com os meus contatos limitados apenas a
alguns elementos da família da minha mulher, iniciei uma nova vida em Portugal.
25 anos bem cheios
Vendo o caminho percorrido penso que fomos abençoados. Nada foi fácil, nada foi oferecido mas, costumo dizer às nossas duas filhas que em definitivo fomos e somos privilegiados. Durante estes 25 anos as minhas atividades profissionais foram repartidas em dois blocos, complementares entre eles; a área da formação e a áreas da consultadoria técnica, que variaram em termos de importância segundo os anos.
Vendo o caminho percorrido penso que fomos abençoados. Nada foi fácil, nada foi oferecido mas, costumo dizer às nossas duas filhas que em definitivo fomos e somos privilegiados. Durante estes 25 anos as minhas atividades profissionais foram repartidas em dois blocos, complementares entre eles; a área da formação e a áreas da consultadoria técnica, que variaram em termos de importância segundo os anos.
Formador, uma função gratificante
A formação
qualificante para jovens foi uma parte de minha atividade formativa que me deu
grandes alegrias.
Fui
formador do curso Comércio e Serviços do Cecoa, um centro de formação
protocolar de renome sediado em Lisboa. 25 anos depois, continuo a ter contatos
com uma parte dos alunos. Eles tinham perto de 20 anos na altura; e ainda hoje
me telefonou uma ex-aluna, o filho dela tem 16 anos! Também continuo com
contatos regulares com alunos que tive na Escola profissional Cristóvão Colombo
do Funchal na Madeira onde ministrei as disciplinas comerciais no início do
milénio. Não posso citar aqui o nome de todos os ex-alunos com quem tenho
contato de vez em quando, a lista seria grande demais.
A formação
intraempresa correspondeu também a grandes momentos, a grandes encontros que se
prolongam ainda hoje com muitos formandos. Não é raro receber palavras de
simpatia de pessoas que conheci em início de carreira e que evoluíram para
funções de direção, e me agradecem pela qualidade técnica das formações que
ministrei.
A vertente
formação tem este tipo de retribuição. Também é verdade que hoje em dia, as
redes sociais são ferramentas extraordinárias para ficar em contato com as
pessoas.
Consultor, uma atividade baseada na credibilidade
No
decorrer destes 25 anos, colaborei em centenas de projetos de reestruturação e
de reorganização do Ponto de Venda. Trabalhei em projetos de menos de 100m2 até
projetos com superfície de mais de 2000m2. Da atividade de consultoria, tirei,
com o tempo e o número de projetos tratados, algumas certezas.
- Em todos
os projetos, sublinho bem em todos os projetos, verificou-se um crescimento da
faturação da loja;
- O primeiro
indicador do sucesso de uma reorganização de loja não é, como se pensa
erradamente, a satisfação dos clientes das lojas, é a satisfação dos
colaboradores da loja. Assim que os colaboradores de uma loja me dizem que
gostam da loja reestruturada, que está mais bem organizada, com categorias bem
encadeadas e a implantação fácil de ler, eu sei que a loja terá sucesso. Li num
post no LinkedIn que o Sr. Richard Branson dizia que colaboradores felizes dão
clientes felizes; ele tem muita razão!
-Vender a
reestruturação de uma loja é complicado, porque vender um serviço é vender um
produto intangível, que não pode ser palpado. Daí a importância da credibilidade
do consultor. O consultor deve saber transmitir que sabe do que fala e saber
utilizar as palavras que condizem com as expetativas do cliente retalhista e
responder às suas incontáveis dúvidas;
- A
proximidade com os clientes retalhistas é basicamente necessária e quase sine
qua non de um contrato assinado. Não se trata de dar palmadas nas costas, isso
seria uma falha grosseira. Não; trata-se de levar o cliente a sentir que tudo
será feito para que ele tenha sucesso. No que me diz respeito, sempre pus o sucesso
dos meus clientes acima do meu;
- Não vale a
pena esperar gratidão de ninguém. Esse ponto reforça o que acabei de dizer na
linha anterior. O consultor não deve esperar gratidão de ninguém e deve saber
viver sem ele. No meu caso, o sucesso do cliente vindo em primeiro, fiquei
sempre orgulhoso comigo mesmo do sucesso dele.
Depois de 25 anos de atividade na distribuição em Portugal, só posso agradecer os milhares de pessoas com quem me
cruzei de terem feito parte do meu caminho, de terem feito parte da minha vida.
Uma maioria esmagadora de pessoas maravilhosas, de Norte a Sul e de Leste a
Oeste do Portugal continental e nas Ilhas de São Miguel, de Terceira, e na Ilha
da Madeira. Pessoas benevolentes, cheias de simpatia e de palavras de
gentileza. Obviamente que encontrei também ovelhas negras, mas poucas. Isso faz
parte do jogo da vida mas, uma ovelha negra não é negra especificamente para
alguém, é negra por feitio e eu não estou neste mundo para mudá-la.
O mercado está em movimento contínuo, mas - característica do
nosso tempo - num movimento cada vez mais rápido e desafiante; estarei
obviamente na primeira linha para não perder um segundo das mudanças que
surgem! Contem comigo para a década futura!
Não se
esqueçam,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 23 de junho de 2019
O mercado não é o que queremos, é o que é!
Não há dúvidas possíveis, os movimentos das
grandes insígnias para conquistar os centros urbanos estão em curso. Num país
caraterizado por uma forte concentração populacional nas regiões do litoral e
em algumas grandes cidades regionais do interior, não há outras alternativas de
crescimento. Sabendo que as zonas urbanas exigem investimentos elevados, é de
prever grandes dissabores para algumas insígnias.
A exceção Pingo Doce
Em razão do
seu próprio ADN e história, a insígnia Pingo Doce tem uma nítida vantagem em
termos de gestão de consumidores urbanos. Isso não quer dizer que não sofrerá
com as guerras entre as insígnias de distribuição pelo controlo das cidades.
Aliás, Lidl conseguiu, com um modelo diferente, seduzir uma clientela urbana.
Mas, é verdade que a insígnia Pingo Doce é uma referência para uma larga parte
da clientela urbana, uma referência construída durante décadas e portanto difícil
destabilizar.
A aprendizagem leva o seu tempo
Para as insígnias
que agem sobretudo com os formatos hipermercado e supermercados grandes e médios,
entrar nas cidades não é simples e, elas vão ter de passar por uma fase de
aprendizagem que será penosa, em termos de energia, de tempo e de dinheiro
gastos. Eu não acredito numa aprendizagem nem curta nem fácil. Por exemplo, vi
a nova publicidade de Jumbo, que faz em filigrana referência à génese de Pão de
Açúcar/Jumbo em Portugal, e percebi nas entrelinhas a vontade de credibilizar a
prazo a insígnia My Auchan. Pessoalmente, não achei a publicidade nada dinâmica
nem envolvente. No público em geral, quem se lembra do primeiro supermercado em
Lisboa?
Objetivamente, o mercado não é o que queremos, é o que é
Uma loja deve
ser aberta para agradar um diretor operacional, um diretor comercial, um CEO ou
os consumidores que vivem num determinado território? A resposta parece ser óbvia,
uma loja deveria ser feita para satisfazer os consumidores de um determinado território!
No entanto, o óbvio parece ser o filho mal-amado!
Li e ouvi
uma entrevista na rede social LinkedIn de um diretor operacional explicar a sua
grande alegria de ter conseguido uma loja onde põem os pés candidatos a startuppers
ou startuppers! Pode parecer um feito mas, quer estejamos a falar de Lisboa e
da sua Região metropolitana ou de outro ponto do país, é um elemento menor
porque este público, constituído por jovens, representa “Peanuts”, na medida em
que o mercado é envelhecido e que portanto a sua maioria não se pode rever nos
startuppers! O leitor
pode ler a linha “idosos por 100 habitantes” e para mais informações ver o link
seguinte https://www.pordata.pt/Municipios/Quadro+Resumo/Lisboa+(Munic%c3%adpio)-233005
Esta
semana, dei uma formação para donos de lojas onde expliquei este ponto: um erro
assim é um erro de quem é assalariado de uma estrutura que lhe paga o ordenado
no fim do mês, mas que não corre riscos pessoais. O mercado não é o que
queremos, é o que é!
Os gestores da Data precisam de absorver a “sensibilidade comerciante”
A batalha
do controlo da distribuição alimentar nas cidades parece ter sido entregue a espíritos
brilhantes, brilhantes na gestão da Data, brilhantes na capacidade de analisar
dados mas, com fraca capacidade de se colocar no lugar do consumidor. O adágio
popular diz nem 8 nem 80. Se ser comerciante e apenas comerciante é hoje em dia
insatisfatório para gerir uma loja, ser analista e apenas analista também é!
Eu vejo supermercados de cidade mal articulados em termos de
circuito de deslocação dos clientes, mal articulados em termos de distribuição
de categorias e mal articulados em termos de relação diária com os clientes,
que sublinho aqui são mais envelhecidos do que jovens. Uma aprendizagem será
necessária para evitar o efeito “Conad”!
Boa
reflexão e bom trabalho,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 16 de junho de 2019
A nobreza do serviço – o indivíduo acima de tudo!
Ao longo dos últimos dois anos, escrevi várias
vezes sobre a importância da gestão da Data, a gestão dos dados. A gestão da
Data é tão importante que qualquer grande grupo aborda a temática com o medo de
desaparecer do mapa por não avançar, no bom momento, nesta direção. Na
distribuição, as grandes insígnias já estão mergulhando nesta realidade. Aliás,
basta observar a insígnia Continente para ver in vivo como é que a gestão da
Data é utilizada para atrair os consumidores às lojas e convertê-los em
compradores rentáveis. Para os retalhistas de pequena dimensão, a gestão da
Data parece uma coisa de outro mundo, mas o antídoto existe: é o serviço!
O serviço ao cliente contém de facto a gestão
empírica da Data.
O serviço ao cliente começa com a própria articulação da placa
de venda
O comerciante
que sente o seu mercado articula obviamente a sua loja, de maneira a responder
às expetativas detetadas dos consumidores da zona onde a mesma está localizada.
Portanto o
comerciante vai gerir os dados do mercado que vai recolher para propor um
produto – a sua loja – que corresponde às pessoas que serão seus potenciais
clientes.
A
articulação do circuito da loja e o encadeamento das categorias de produtos
propostas correspondem bem a uma pormenorização da aproximação da loja aos
consumidores.
O serviço oferecido aos consumidores da zona de atração engloba
necessariamente o sortido proposto
Os
consumidores de uma loja alimentar vão a uma loja para comprar os produtos de
que gostam, que desejam. Há um motivo à deslocação dos consumidores.
O serviço que
presta a loja aos consumidores em termos de sortido pode ser:
- Uma boa oferta
de comida pronta a comer, para quem não quer cozinhar ou para quem estiver com
pressa e não tiver o tempo de cozinhar;
- Uma oferta alargada de produtos dietéticos e/ou bios para quem quer cuidar da sua saúde, do seu bem-estar;
- Uma oferta alargada de produtos dietéticos e/ou bios para quem quer cuidar da sua saúde, do seu bem-estar;
- Uma
oferta alargada de produtos frescos, apresentados em livre-serviço para evitar perder
tempo nas filas de espera;
- Uma
oferta de especialista como por exemplo uma boa adega, uma queijaria com um
leque alargado de produtos, uma secção dos congelados com uma gama de produtos
profunda;
- Cada
comerciante pode refletir sobre o sortido que melhor responderá aos
consumidores da sua zona de atração.
Qualquer
decisão terá consequências na articulação da loja, na escolha dos equipamentos,
na escolha do nível de assistência prestada aos clientes. Portanto a
gestão da Data - dos dados do mercado - permite uma gestão da loja em fase com
as características dos consumidores e engloba a noção de serviço, pois a ideia
é facilitar a vida das pessoas.
Os equipamentos escolhidos são elementos do serviço oferecido
aos consumidores
Por
exemplo, os equipamentos de exposição e de conservação dos produtos devem ser
escolhidos de maneira a permitir o fácil acesso dos clientes aos produtos e a
fácil leitura da oferta;
É a análise
da Data - dos dados do mercado - que condiciona as escolhas do comerciante.
Numa zona caracterizada pela presença de muitos solteirões ou de pessoas de
idade, se calhar a escolha de carrinhos de compra pequenos ou de trolleys ou de
cestos é preferível aos carrinhos de compra profundos, sobredimensionados ou
difíceis de manobrar.
A escolha das
caixas de pagamento e os modos de pagamento devem seguir o mesmo raciocínio ou
seja é a gestão da Data – dos dados do mercado – que deve levar o comerciante a
escolher, para ajudar os seus clientes a fazer as suas compras nas melhores
condições.
A gestão da Data – dos dados do mercado – não é nova, é apenas
uma atualização de gestos, atenções ou ações que realçam a relação entre as
pessoas e que vem de longe!
Não é de
hoje que os comerciantes que querem fortalecer as suas relações com os seus
clientes chamam os clientes pelo nome; elaboram um documento, outrora escrito à
mão, com o nome dos clientes, a sua data de nascimento, o seu nº de telemóvel,
o seu E-mail; sabem qual é a profissão dos seus clientes …etc.
A gestão da Data - dos dados do mercado - começa quando o
comerciante coloca o cliente em primeiro, e tem ancorado no fundo de si a
Nobreza do serviço!
Numa visão cabalística, podem entrever a noção de dar e receber.
Numa visão cabalística, podem entrever a noção de dar e receber.
Boa
reflexão e bom trabalho,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
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