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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Um pouco de prospetiva para 2013 e anos seguintes

Para as empresas do setor da distribuição, 2012 foi um ano em que as MDD (Marcas dos Distribuidores) subiram fortemente, contribuindo cada vez mais para uma parte significativa do negócio; de facto, as MDD representam agora +/- 40% das vendas e, se juntarmos as MDD e os PP (“Primeiros Preços”) estamos a alcançar +/- 44% das vendas. 

Em termos gerais, 2012 está quase a acabar e vai deixar um sabor amargo para muitas pessoas. Com a crise sendo o que é, a recuperação económica ainda está longe de alcance. No entanto, 2012 ainda foi um ano onde o “sonho” de dias melhores permitiu que a quebra não fosse ainda maior.
Ora bem, as empresas grossistas e/ou retalhistas pouco ou mal estruturadas em termos de MDD e de PP, passarão cada vez mais ao lado do mercado e verão uma queda forte da frequentação dos seus espaços comerciais e/ou Pontos de venda, das suas vendas e por fim da sua rentabilidade.

2013 será - segundo os especialistas - um ano ainda mais complicado do que 2012, com as famílias a terem de viver com menos dinheiro e a terem de pagar contas ainda mais pesadas. Os grupos líderes da distribuição estão a reagir e aproveitar a crise para aumentar a sua quota de mercado, conseguindo assim ter uma capacidade negocial ainda maior em relação aos fornecedores. As informações de mercado indicam um reforço das respetivas posições do Continente e do Pingo Doce.
Para falar apenas da insígnia Continente, gostava de sublinhar alguns pontos:
- Continente está a reforçar a presença da marca Continente, como já o sublinhei supra;
- Continente não conseguiu avançar como queria com o seu projeto de “Franchising” de loja de retalho “Meu Super”. Aliás isso confirmou a minha análise do ano passado, quando eu dizia que este projeto me parecia demasiado desfasado em relação ao mercado retalhista;
- Continente estaria em vias de conseguir comprar a GCT e as suas lojas de retalho.
Neste ponto, sublinho o seguinte: Se a Sonae conseguir concretizar a compra da GCT, as dificuldades do setor grossista serão ainda maiores, com mais um operador que tentará partilhar com a JM e a Makro o mercado português, esmagando as condições comerciais a partir da sua própria atividade grossista. Se este cenário se verificar, veremos a Sonae entrar em força nos segmentos da restauração e da hotelaria e no segmento do retalho. O setor grossista independente poderia conhecer momentos sombrios porque nós sabemos que a restauração está numa fase de grande contração e que o retalho de pequena dimensão e independente está a perder pontos de venda em todas as zonas do país. Ou seja, com mais um operador, o setor grossita deverá partilhar um mercado em diminuição em termos de faturação e em termos de número de pontos de venda.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Dia quer pesar mais na proximidade


Dia Espanha acabou de lançar o seu conceito de proximidade sob a insígnia Dia Fresh; 12 lojas já estão abertas em Madrid, Barcelona, Valladolid, Sevilha e Cadix mas segundo o que se diz, 20 novas outras lojas abrirão até o fim deste ano.

Quais são as características deste conceito de proximidade:
- As lojas serão lojas de centro de cidade….e provavelmente de densidade populacional comprovada;
- A superfície das lojas será pequena, estão anunciadas superfícies de 150 até 200 m2;
- Uma amplitude horária alargada;
- Um destaque particular para os produtos frescos e de snacking;
Ou seja,
- Estas lojas vão competir diretamente com as lojas do retalho independente ou associado de pequena dimensão;
- Estas lojas, de superfície pequena, serão flexíveis em termos de necessidade de colaboradores e, com certeza, vão beneficiar de uma logística eficiente e eficaz, ou seja serão lojas com custos de funcionamento baixos;
- Estas lojas que destacarão em força os produtos frescos, deverão tornar-se lojas de destino diário para um conjunto de fregueses, e deveriam assim penalizar os supermercados de periferia;
- O snacking, tendência de consumo atual, será também um elemento que penalizará os profissionais da restauração.

Os resultados 2012 da Dia:

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O Circuito - explicações técnicas

Resposta ao comentário do “Post” - O circuito – Um elemento fundamental de Gestão da Placa de Venda 

Esta intervenção é bastante pertinente, porque sublinha a dificuldade de fazer passar a mensagem da importância da definição de um circuito bem pensado para cada loja, em função das suas características, arquitetural, técnica, geométrica e, das inspirações do comerciante.

Antes de mais, queria restabelecer os factos:
- Intermarché não é a única insígnia de supermercado a utilizar um circuito que inicia pela secção das frutas e verduras; a maior parte das insígnias fazem o mesmo: Pingo Doce, Minipreço, Coviran, Super Cor e numerosos retalhistas do comércio de pequena dimensão.
- As insígnias de hipermercado tais como Continente, Jumbo, possuem lojas de grande dimensão e propõem um sortido largo e profundo. Começar o circuito pela secção das frutas e legumes nessas lojas obrigaria a colocar os outros universos na parte à esquerda da placa de venda e, isso isolaria ainda mais o universo do bazar que ficaria muitíssimo penalizado em termos de atração dos clientes. Podemos notar que existem lojas Intermarché com entrada numa “penetrante”, que serve de zona de promoção, ladeada à sua direita pelo universo do bazar.

Para desenvolver melhor a importância de uma entrada de loja marcada pela presença do início do universo dos frescos, queria realçar os seguintes pontos técnicos:

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O circuito - Um elemento fundamental de Gestão da Placa de Venda

Seja qual for a loja, O Circuito é o percurso de deslocação do cliente na placa de venda e, é o elemento técnico essencial para tornar o consumidor que entra numa loja num comprador a 100%.

Ele deve favorecer a passagem dos clientes na totalidade da loja e o contacto dos clientes com a totalidade das referências que compõem a oferta de produtos.


Assim, uma boa definição do circuito tem frequentemente como consequência um aumento significativo das vendas, consequência de compras feitas com rapidez e maior simplicidade pelo cliente.

A definição do circuito é essencial porque é ele que vai condicionar a colocação dos equipamentos, e a distribuição das categorias de produtos. A própria implantação será uma resultante da qualidade de definição do circuito.

O circuito é o elemento técnico que permite levar o cliente a fazer as suas compras nas melhores condições, com facilidade e rapidez. Mas em função da placa de venda e dos imperativos técnicos e/ou arquiteturais, o circuito poderá ter uma fisionomia diferente sem no entanto perder a lógica do esquema técnico geral.

Esquematização do circuito eficiente para uma loja alimentar.