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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Que comércio para amanhã?

As evoluções sempre foram combatidas pelos mais incrédulos. Outrora houve aqueles que achavam que o televisor ia endoidecer os telespetadores, aqueles que achavam impossível que o corpo humano aguentasse a velocidade produzida pelo carro, aqueles que não davam um centavo pelo sucesso da Carrefour, aqueles que achavam que a Internet podia apenas ser um meio de divertimento… etc.
No entanto, temos de constatar que tudo pode existir, e que muitas vezes o que aparece vem acrescentar-se ao que existia, ou seja longe de “matar” o existente, funciona como uma solução, suplementar, ver complementar ao que é comum até à data. 

Assim, o universo da distribuição também está sujeito a evoluções, ao aparecimento de novas formas de comercializar os produtos.
Será que estamos perante o fim das lojas, como lugar físico onde se encontram consumidores e produtos? Eu acho que não!
Será que estamos perante uma dominação esmagadora dos “players” da Internet? Eu acho que não!
Acredito que o canal Internet veio para ficar mas, que será mais um meio ao dispor dos consumidores para obter os produtos desejados. E mais; podemos ver que as empresas cujas relações com os clientes são baseadas numa lógica de lojas (Ponto de Venda), posicionam-se na Internet para propor a estes uma nova forma de relacionamento e que, empresas “à priori” baseadas na Internet, refletem sobre a forma de se aproximarem fisicamente mais dos consumidores através de lojas físicas. 

O desafio para amanhã
é conceber uma relação com os consumidores que englobe, por um lado, uma proximidade física, um sítio onde o consumidor possa tocar, cheira, ver o produto e, por outro lado, uma proximidade virtual, um meio que permita ver o produto, ter acesso às características dos produtos, características técnicas, comerciais, marketing e logística. A loja física e a Internet não se opõem mas completam-se. Os consumidores, habituados a frequentar as lojas, já estão totalmente preparados para isso, basta ver a quantidade de pessoas que já possuem um telemóvel de 3ª geração - dos jovens até aos seniores. 

Assim, é preciso repensar a loja de bairro de pequena dimensão para que passe a ser uma loja “aumentada” pela contribuição da Internet. Aliás, a condicionante “rentabilidade” vai obrigar os comerciantes do comércio de pequena dimensão a procurar outras fontes de rendimento além do alimentar de base. As organizações a montante, as centrais de compras ou de negociação, deverão estruturar-se em termos logísticos e avançar com soluções para que cada loja, independentemente da sua dimensão, seja, para o consumidor, uma porta de entrada para um universo alargado de distribuição.

Isso vai pressupor a reorganização dos universos das lojas, a redefinição do conteúdo das categorias e uma nova forma de relacionamento com os consumidores. 

Para os comerciantes existentes, o perigo não é tanto o desaparecimento do comércio físico de rua mas sim, o aparecimento de iniciativas comerciais que vieram para substituir quem já tiver perdido o comboio, ou seja o aparecimento de empresas que se posicionarão nos dois meios de relacionamento com os consumidores. 
RB

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