“The missing link” não é um filme de ficção, é a realidade do dia-a-dia
de qualquer Homem. Há sempre um elo perdido porque o Homem é insatisfeito por
natureza e portanto sempre à procura de soluções.
Assim vai o mercado da
distribuição. Há sempre um “elo perdido”, aquela qualquer coisa necessária para
chegar mais aos consumidores, a todos os consumidores.
A recente notícia da
parceria entre o grupo Auchan (grupo integrado) e o grupo Système U (grupo
associado) responde a esta procura do elo perdido para chegar aos consumidores.
Se esta parceria se confirmar e se prolongar no tempo, ela será uma marca na distribuição francesa e europeia e terá, provavelmente, consequências no mercado português.
Se esta parceria se confirmar e se prolongar no tempo, ela será uma marca na distribuição francesa e europeia e terá, provavelmente, consequências no mercado português.
Se perdurar, esta parceria
será uma marca na distribuição francesa e europeia porque os dois grupos têm
uma cultura própria bem diferente. Como fazer conviver um grupo verticalizado (Auchan)
onde as decisões se impõem à partir de cima e um grupo horizontalizado (Système
U) onde as decisões devem ser partilhadas pelos numerosos patrões que compõem o
grupo? É verdade que esta parceria se fará ao nível das compras e que os dois
grupos não são verdadeiramente adversários mas sim complementares, porque nas
regiões onde um é fraco o outro é bastante forte e vice-versa.
Mas, esta parceria vai
obrigar os outros grupos a reagir. O zunzum já está a difundir uma hipotética aproximação
entre Leclerc e Intermarché, o que seria, caso se venha a verificar, um
regresso à mesma família dos irmãos inimigos, após o "cisma" de 1969. Também se
fala da aproximação entre a insígnia Cora e Carrefour; neste caso, seria o
agrupamento total entre Carrefour e os seus antigos franchisados dos anos 70, depois
da fusão entre Promodés (insígnia Continente) e Carrefour há alguns anos atrás.
Estas evoluções lá, poderão ter consequências cá!
Auchan (insígnia Jumbo) muito
distanciado dos líderes em Portugal, poderia, se calhar, contar com os formatos
supermercados e lojas de proximidade de Système U e sobretudo com a capacidade
de Système U em federar retalhistas independentes desejosos de crescer!
Sem dúvida nenhuma, os estrategas
da Sonae e de Jerónimo Martins devem estar a afinar as suas armas e a distribuição
nos centros urbanos vai viver momentos de grande dinâmica, de tensão e de
convulsões. A razão é simples; os centros urbanos representam em Portugal perto
de 2/3 da população, o que torna imperativa a presença dos grandes players da
distribuição nestas zonas.
Se for o caso, o grande
perdedor em Portugal seria obviamente Intermarché, ausente dos grandes centros
urbanos e longe de ter uma dinâmica e uma postura de “chalenger” a sério. Uma liderança,
em zona rurais de pouca população e onde o envelhecimento é largamente
observado, não pode ser uma situação de grande alegria nem de segurança em termos
de futuro!
Caros clientes grossistas e retalhistas, em conclusão, eu diria,
mais uma vez, que estas turbulências anunciadas, se se verificarem, realçam
claramente que o controlo dos vossos territórios deve ser uma prioridade! Devem
gerir a vossa atividade comercial para que a mesma seja forte, numa loja forte,
e com uma equipa de colaboradores competentes!
RB
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