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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

O elo perdido ! - Le maillon manquant ! - The missing link!

“The missing link” não é um filme de ficção, é a realidade do dia-a-dia de qualquer Homem. Há sempre um elo perdido porque o Homem é insatisfeito por natureza e portanto sempre à procura de soluções.

Assim vai o mercado da distribuição. Há sempre um “elo perdido”, aquela qualquer coisa necessária para chegar mais aos consumidores, a todos os consumidores.
A recente notícia da parceria entre o grupo Auchan (grupo integrado) e o grupo Système U (grupo associado) responde a esta procura do elo perdido para chegar aos consumidores.
Se esta parceria se confirmar e se prolongar no tempo, ela será uma marca na distribuição francesa e europeia e terá, provavelmente, consequências no mercado português.

Se perdurar, esta parceria será uma marca na distribuição francesa e europeia porque os dois grupos têm uma cultura própria bem diferente. Como fazer conviver um grupo verticalizado (Auchan) onde as decisões se impõem à partir de cima e um grupo horizontalizado (Système U) onde as decisões devem ser partilhadas pelos numerosos patrões que compõem o grupo? É verdade que esta parceria se fará ao nível das compras e que os dois grupos não são verdadeiramente adversários mas sim complementares, porque nas regiões onde um é fraco o outro é bastante forte e vice-versa.

Mas, esta parceria vai obrigar os outros grupos a reagir. O zunzum já está a difundir uma hipotética aproximação entre Leclerc e Intermarché, o que seria, caso se venha a verificar, um regresso à mesma família dos irmãos inimigos, após o "cisma" de 1969. Também se fala da aproximação entre a insígnia Cora e Carrefour; neste caso, seria o agrupamento total entre Carrefour e os seus antigos franchisados dos anos 70, depois da fusão entre Promodés (insígnia Continente) e Carrefour há alguns anos atrás.

Estas evoluções lá, poderão ter consequências cá!
Auchan (insígnia Jumbo) muito distanciado dos líderes em Portugal, poderia, se calhar, contar com os formatos supermercados e lojas de proximidade de Système U e sobretudo com a capacidade de Système U em federar retalhistas independentes desejosos de crescer!
Sem dúvida nenhuma, os estrategas da Sonae e de Jerónimo Martins devem estar a afinar as suas armas e a distribuição nos centros urbanos vai viver momentos de grande dinâmica, de tensão e de convulsões. A razão é simples; os centros urbanos representam em Portugal perto de 2/3 da população, o que torna imperativa a presença dos grandes players da distribuição nestas zonas.
Se for o caso, o grande perdedor em Portugal seria obviamente Intermarché, ausente dos grandes centros urbanos e longe de ter uma dinâmica e uma postura de “chalenger” a sério. Uma liderança, em zona rurais de pouca população e onde o envelhecimento é largamente observado, não pode ser uma situação de grande alegria nem de segurança em termos de futuro!

Caros clientes grossistas e retalhistas, em conclusão, eu diria, mais uma vez, que estas turbulências anunciadas, se se verificarem, realçam claramente que o controlo dos vossos territórios deve ser uma prioridade! Devem gerir a vossa atividade comercial para que a mesma seja forte, numa loja forte, e com uma equipa de colaboradores competentes!
RB

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