As novas tecnologias tornaram-se, incontestavelmente, o elemento
incontornável da nossa época e, isto aplica-se a todos os setores de atividade
e a todos os estratos da sociedade. O setor retalhista já passou por diferentes
períodos durantes os quais, segundo o momento, liderou a produção, o marketing,
o comercial e as compras e, a logística. Os grupos que lideram atualmente a
distribuição alimentar são aqueles que souberam adaptar-se a cada um desses momentos
e que estão altamente presentes na vida dos consumidores através das novas
tecnologias.
O retalho independente ou associado de
pequena dimensão está bastante atrasado em relação à implementação das novas
tecnologias no seu dia-a-dia. Este atraso tem as suas raízes no modo de
funcionamento do retalho há várias décadas, baseado na procura do melhor preço
de compra para obter a melhor margem possível.
Ninguém pode condenar um retalhista por
querer lucrar; o lucro é para cada retalhista uma recompensa merecida pelo seu
trabalho gastador de tempo e energia e, pelos riscos assumidos.
Também, cada comerciante, sozinho no seu
cantinho, não tem os meios suficientes para utilizar as ferramentas
tecnológicas modernas; O comerciante não tem forçosamente os conhecimentos
técnicos suficientes e não tem meios para, sozinho, pagar os recursos humanos
especializados neste setor e as ferramentas necessárias.
As empresas grossistas e as centrais de
compra, de que são sócias ou acionistas, deveriam avançar no desenvolvimento de
ferramentas que permitem colocar ao dispor dos retalhistas meios modernos de
gestão das suas lojas, quer nas suas relações com os consumidores quer na
obtenção dos bons produtos com boas condições de compra com os produtores e fornecedores.
Desenvolver e colocar as ferramentas tecnológicas ao dispor dos
retalhistas permitiria que as centrais e/ou os grossistas fidelizassem os
retalhistas ao respetivo projeto de rede de lojas. Pois é, basear a lealdade de retalhistas a partir da
ideia de melhores condições de compra não é suficiente e torna qualquer projeto
sujeito à predação de outros operadores. De facto, qualquer predador pode entrar numa loja propondo preços esmagados, mas a entrada de predadores em lojas ligadas a vantagens
tecnológicas seria muitíssimo mais dificultada, ou até impossível.
Nos
próximos anos, vamos ver centenas de lojas do retalho alimentar fechar porque
os donos irão reformar-se de vez ou por falta de clientes. Este movimento
será, não tenho dúvida nenhuma, largo no interior do país. Para as lojas
urbanas e suburbanas, as centrais de compra ou de negociação deverão continuar
as suas atividades comerciais, de marketing e logísticas mas, se não se dotarem
rapidamente de novas tecnologias, elas serão marginalizadas e desaparecerão.
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
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