Há
poucos dias recebi este mail de um retalhista situado na região Norte. “A atividade retalhista está a correr mal. A
faturação está muito longe de ser satisfatória e a rentabilidade também. A
única coisa que parece funcionar é se tivermos os preços sempre em linha com a
concorrência Pd e MP. Basta estar um cêntimo acima que já não vendemos...os
consumidores sabem os preços todos é inacreditável.”
Procurando apresentar uma
resposta
Não
há dúvidas que o retalho de tipo LPD - Loja de Pequena Dimensão - está a viver
momentos de grande tensão. O aumento do desemprego associado às perspetivas
económicas cinzentas está a ter um efeito devastador sobre a confiança dos
consumidores que, assustados com o contexto atual, diminuem as suas despesas. A
dinâmica e a força negocial dos grandes “players” da distribuição são outras
razões que tornam ainda mais complicada a atividade de retalhista independente.
No
entanto, este quadro é o mesmo para todos, ninguém fica de fora! O contexto é
de grande exigência técnica em termos de gestão do Ponto de Venda.
Vejamos algumas pistas de
reflexão:
A loja vista de fora: A
rua onde está localizada a loja é uma rua de bastante passagem portanto, no
centro da cidade ao pé de residências universitárias, de hotéis e de
restaurantes típicos.
- A
loja vista de fora é atraente? Durante o dia e no fim do dia?
- Qual
é a capacidade da loja em comunicar com os consumidores que passam na rua?
- Existe
no passeio um meio de comunicação que realça as promoções do dia?
-
As promoções destacadas correspondem ao posicionamento da loja?
- A
comunicação abrange os estudantes e os turistas?
- Os
horários de abertura correspondem às expetativas dos consumidores?
A loja vista por dentro:
Uma vez na loja, o cliente deve poder seguir o circuito predefinido e fazer as
suas compras com facilidade e rapidez.
-
Será que a implantação dos produtos permite uma boa visibilidade e legibilidade
da oferta?
- A
loja apresenta corredores desimpedidos para facilitar a deslocação dos
clientes?
- O
nível de higiene e de limpeza está de acordo com o posicionamento da loja?
-
Qual é a qualidade do acolhimento e do atendimento dos clientes?
- A
iluminação de todas as zonas da loja realça a qualidade da oferta e a
excelência da loja?
A oferta: O sortido deveria
estar de acordo com o mercado-alvo da loja, em termos do saber-fazer da
empresa, em termos de marcas e em termos de posicionamento de preço e de dinâmica
comercial….,tudo isto sem menosprezar a força dos concorrentes ou seja tendo em
conta uma reflexão em termos de diferenciação.
- Para
as frutas e legumes, elementos primordiais da loja, quais são as escolhas táticas
para responder às expetativas dos consumidores e diferenciar a loja dos
concorrentes quer em termos de qualidade quer em termos de preço de venda?
-
Quais são os elementos de valorização da oferta, destaques, stoppers, cartazes,
etc..?
- A
empresa tendo um bom know-how em congelados, qual é a sua politica de oferta
nesta categoria em termos de produtos clássicos, mas também e sobretudo em
termos de produtos pré elaborados e/ou elaborados (tais como as misturas para
sopas, legumes, as pizas, os hambúrgueres, as lasanhas etc.) e de produtos de gulodice
tais como os gelados?
- Para
o pão, segmento de produto do dia-a-dia, qual é a composição da oferta? Qual é
a frescura do pão? Será que o pão chama os clientes?
- A
empresa está associada a uma central de compras que permite ter acesso a uma
gama de produtos de marca de distribuição que cobre todas as categorias. Será que
as MDD são utilizadas em todos os segmentos, bem destacadas, e valorizadas com
cartazes e stoppers?
A
notar que se a loja consegue captar clientes e torná-los compradores a partir
de uma qualidade do sortido em termos de produtos frescos – Frutas e legumes, lacticínios,
charcutaria/queijaria, pão, congelados – o resto do sortido vende-se por
arrastamento.
A gestão dos preços: Haverá
sempre clientes a reclamar porque os preços são mais elevados em certos
produtos, mas nunca haverá ninguém a dizer que certos preços são mais baixos ou
iguais aos preços da concorrência.
-
Num mercado concorrencial é normal que existam PVP diferentes entre os
retalhistas, isso não é um drama!
- É
preciso realçar diariamente, com stoppers e cartazes, os produtos que beneficiam
de um PVP atrativo, e que mostram aos consumidores que a loja se preocupa com o
poder de compra dos seus clientes e faz tudo o que pode para lhe proporcionar as
melhores condições comerciais.
Poderiam
ser desenvolvidos outros pontos, mas penso que refletir sobre estes pontos deveria
propiciar uma melhoria das performances desta loja.
RB