A informação reproduzida no fim deste post divulga
em praça pública o que muitos diziam em voz baixa há muito tempo. Associar-se a
uma insígnia ou a um grupo demasiado forte nem sempre é uma boa decisão.
Regularmente sou contatado por pessoas particulares que gostariam
de se estrear no comércio alimentar a retalho e/ou por retalhistas que, sentindo-se
demasiado isolados, gostariam de se juntar a uma estrutura na qual se pudessem
sentir mais seguros.
Costumo evitar dar uma resposta demasiada
absoluta, porque um projeto é sempre individual ou partilhado com poucas
pessoas (um irmão, um amigo do peito, o conjugue…) e, tem a ver com a
dedicação, a disponibilidade, o empenho e a capacidade de libertar energias.
Considero que o retalho alimentar é um
setor de atividade particular, no qual o indivíduo tem de ser a peça principal,
e onde as decisões devem ser tomadas todos os dias na loja em resposta a um
contexto socioeconómico e concorrencial.
Portanto, o retalhista deve ser o gestor:
- Que define o posicionamento da loja e as
orientações que daí decorrem;
- Do espaço físico de venda;
- Do layout que segundo a sua reflexão será
o mais adaptado aos objetivos traçados;
- Dos equipamentos a utilizar para
responder as obrigações de conservação dos alimentos e às respetivas diretrizes
estratégicas;
- Do sortido, ou seja das referências
selecionadas para responder às expetativas dos consumidores da zona de influência
da loja e aos objetivos de faturação e de benefícios;
- Das relações com os fornecedores,
importantes elementos do negócio, quer sejam produtores quer grossistas;
- Dos recursos Humanos que serão necessários
para responder ao nível de atividade da loja;
É de salientar que as fórmulas de retalho
alimentar que funcionam na forma de comércio associado transformam em geral os
retalhistas, ou os investidores-retalhistas, em meros capatazes, supervisores
de uma loja que lhes pertence mas na qual mandam pouco! É uma situação que pode
satisfazer alguns mas, de certeza que não satisfará o retalhista verdadeiro,
aquele que gere e que portanto quer tomar decisões como empresário a todos os
momentos do dia!
Até que o mercado se torne maduro em termos
de fórmulas de retalho alimentar na forma de comércio associado, ainda vamos
ver muitos desesperos, muitas lágrimas e vidas muitíssimas abaladas.
De forma conservadora, diria que se
destacam 2 projetos pela positiva, cada um por razões diferentes:
Intermarché, para quem se quiser
juntar a uma estrutura retalhista onde todos são tratados da mesma forma e onde
os meios são postos em comum (marketing da insígnia, as negociações, a logística…etc.)
e funcionam para benefício de todos e de cada dono de loja em particular.
Intermarché tem uma experiência comprovada e significativa.
Aqui é
fresco,
que é um projeto de apoio ao retalho independente. Aqui é Fresco permite aos retalhistas
serem independentes, numa rede de lojas que partilha um conjunto de vantagens
comerciais e técnicas.
Para concluir, diria que é preciso lembrar um adágio cheio de
bom sentido: Ninguém dá nada a ninguém!
RB
Parceiros acusam Grupo Dia de vendas com
prejuízo - por Lina Santos - 30 setembro 2013
“Denúncias foram enviadas para a Autoridade
da Concorrência e a ASAE. Comissão Europeia diz que podem estar em causa,
práticas desleais.
Empresários que geriram lojas da cadeia Minipreço
acusam o grupo Dia Portugal de os forçar a vender produtos abaixo do preço de
custo (dumping) e de os impedir de fixar os próprios preços, de acordo com o
jornal "i".” Fonte: DN Online