Parece que as lojas E.
Leclerc têm os dias contados e que o grupo Sonae seria o feliz comprador.
Afinal, o líder da distribuição francesa, em França bem instalado na 1ª
posição, não conseguiu nem vencer nem existir em Portugal. Para mim, a explicação tem muito a ver com o que me
contou um diretor de hipermercado Leclerc. No decorrer de uma reunião presidida por Michel Leclerc, há
cerca de 4 anos atrás, que juntou os diretores das lojas e os responsáveis nacionais,
nos arredores de Lisboa, foi pedido a cada participante que desse a sua opinião
sobre a razão da falta de sucesso das lojas Leclerc. Quando terá chegado a vez
desse diretor de loja, ele teria explicado que para ele em Portugal Leclerc pronunciava-se
Con/ti/nente.
A
saída da insígnia Leclerc não vai deixar nenhum vazio, a sua quota de mercado é
demasiada insignificante para isso. Não; a saída da insígnia Leclerc vai
permitir ao grupo Sonae aumentar a sua presença, reforçando provavelmente o seu
impacto em termos de controlo do mercado.
Não
acredito que o jogo seja reforçar a insígnia Continente e as suas derivadas do
setor do retalho alimentar! Mas acho que a compra, se ela se realizar, vai permitir à
Sonae tomar posição no mercado grossista, setor no qual ainda é embrionária.
Podemos observar que numerosas lojas Leclerc foram implantadas nas zonas de
Braga, da Grande Porto, da Grande Lisboa, do litoral; zonas que representam uma
parte substancial do mercado nacional Português.
Para
abordar apenas a região de Lisboa e incluindo a Margem Sul, que representa cerca
de 20% da população nacional, vemos que as lojas Leclerc permitirão um controlo
das zonas Norte, Este, Sul e Oeste, num mercado onde desapareceu a empresa
Manuel Nunes & Fernandes, deixando um vazio que ninguém preencheu de forma
clara.
A imagem do grupo Sonae deverá permitir-lhe obter um impacto inicial positivo junto dos profissionais do comércio, e a sua entrada no setor grossista deverá permitir-lhe também desenvolver um projeto na área do retalho alimentar ligado às LPD (Lojas de Pequena Dimensão).
A imagem do grupo Sonae deverá permitir-lhe obter um impacto inicial positivo junto dos profissionais do comércio, e a sua entrada no setor grossista deverá permitir-lhe também desenvolver um projeto na área do retalho alimentar ligado às LPD (Lojas de Pequena Dimensão).
E os competidores?
O
grupo Jerónimo Martins com a insígnia Recheio, forte na restauração, será um
competidor de peso, beneficiando do facto de ser uma empresa nacional;
A
Makro, parece-me a mim, será a insígnia mais afetada porque não é uma empresa nacional
e porque não tem em Portugal uma capacidade negocial suficiente;
Os
outros competidores, grossistas independentes, deverão batalhar muito e
desenvolver ações de proximidade e até de grande cumplicidade com os
retalhistas, para enfrentar as turbulências a vir.
O mercado continua em
movimento; a única pergunta é saber se é possível subir para o comboio, antes
que este fique fora de alcance!
RB
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