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segunda-feira, 4 de março de 2013

E se as lojas E. Leclerc passassem a ser lojas Continente?


Parece que as lojas E. Leclerc têm os dias contados e que o grupo Sonae seria o feliz comprador. Afinal, o líder da distribuição francesa, em França bem instalado na 1ª posição, não conseguiu nem vencer nem existir em Portugal. Para mim, a explicação tem muito a ver com o que me contou um diretor de hipermercado Leclerc. No decorrer de uma reunião presidida por Michel Leclerc, há cerca de 4 anos atrás, que juntou os diretores das lojas e os responsáveis nacionais, nos arredores de Lisboa, foi pedido a cada participante que desse a sua opinião sobre a razão da falta de sucesso das lojas Leclerc. Quando terá chegado a vez desse diretor de loja, ele teria explicado que para ele em Portugal Leclerc pronunciava-se Con/ti/nente.

A saída da insígnia Leclerc não vai deixar nenhum vazio, a sua quota de mercado é demasiada insignificante para isso. Não; a saída da insígnia Leclerc vai permitir ao grupo Sonae aumentar a sua presença, reforçando provavelmente o seu impacto em termos de controlo do mercado.  
Não acredito que o jogo seja reforçar a insígnia Continente e as suas derivadas do setor do retalho alimentar! Mas acho que a compra, se ela se realizar, vai permitir à Sonae tomar posição no mercado grossista, setor no qual ainda é embrionária. Podemos observar que numerosas lojas Leclerc foram implantadas nas zonas de Braga, da Grande Porto, da Grande Lisboa, do litoral; zonas que representam uma parte substancial do mercado nacional Português.
Para abordar apenas a região de Lisboa e incluindo a Margem Sul, que representa cerca de 20% da população nacional, vemos que as lojas Leclerc permitirão um controlo das zonas Norte, Este, Sul e Oeste, num mercado onde desapareceu a empresa Manuel Nunes & Fernandes, deixando um vazio que ninguém preencheu de forma clara.
A imagem do grupo Sonae deverá permitir-lhe obter um impacto inicial positivo junto dos profissionais do comércio, e a sua entrada no setor grossista deverá permitir-lhe também desenvolver um projeto na área do retalho alimentar ligado às LPD (Lojas de Pequena Dimensão). 

E os competidores?
O grupo Jerónimo Martins com a insígnia Recheio, forte na restauração, será um competidor de peso, beneficiando do facto de ser uma empresa nacional;

A Makro, parece-me a mim, será a insígnia mais afetada porque não é uma empresa nacional e porque não tem em Portugal uma capacidade negocial suficiente;

Os outros competidores, grossistas independentes, deverão batalhar muito e desenvolver ações de proximidade e até de grande cumplicidade com os retalhistas, para enfrentar as turbulências a vir.

O mercado continua em movimento; a única pergunta é saber se é possível subir para o comboio, antes que este fique fora de alcance!

RB

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