Toda gente
conhece a frase “O original é sempre melhor do que a cópia”, que se aplica a
tudo: às pessoas, aos objetos, às obras de arte…etc. Esta frase dá relevo a uma
ideia simples: o original será sempre a referência, o “number one”, aquele que se copia mas
que não é possível igualar e, contém também
a uma outra ideia, subjacente, complementar e indiscutível: a cópia será sempre
e no melhor dos casos apenas o número 2.
No quadro
da distribuição, aplica-se a mesma reflexão; para que uma empresa possa atrair
de forma original é preciso que ela seja diferente.
Podemos
reparar que em cada fórmula comercial como por exemplo, o hipermercado, o
supermercado, o hard-discount, o grande armazém, existe um líder, a referência,
aquele que se destaca e atinge o 1º lugar e os outros, os chalengers, os
seguidores, aqueles que tentam derrubar o líder.
Os seguidores dificilmente conseguirão derrubar o líder
copiando-o, eles conseguirão apenas manter uma situação de número 2.
O sucesso
do Pingo Doce, na sua fórmula comercial, foi permitido através de um trabalho
de casa que determinou uma forma de funcionar particular, original, ou seja
única. Podemos debater sobre as características do projeto, fazer todo o tipo
de críticas, não deixa de ser verdade que Pingo Doce é o líder no seu segmento.
Podemos
ainda abordar o formato hipermercado e constatar que Continente é líder, e bem
líder. Mas também sabemos que Feira Nova nunca se conseguiu impor no segmento
hipermercado e porém tentou fazê-lo, e que Modelo Bonjour no segmento
supermercado de bairro não teve um sucesso patente.
Assim, Intermarché, que está a perder quota de mercado em relação ao Pingo
Doce e ao Continente, tem que de desenvolver um posicionamento original e uma
relação particular com os consumidores. Original,
para poder competir pela liderança do segmento supermercado. Nesta ótica, seria
bom que as lojas tivessem quadros formados em gestão do linear, de maneira a
que as decisões de gestão das respetivas lojas fossem tomadas e executadas por
profissionais técnicos. Aliás, no ADN de Intermarché está escrito
“Independência na interdependência” ou seja, uma sábia harmonia entre o uso de
ferramentas e meios comuns e as ações específicas adaptadas à realidade de cada
ponto de venda.
Como a existência de dois “número um” é pouco provável, é preferível
que cada insígnia trabalhe a sua fórmula comercial, o seu posicionamento, o seu
relacionamento com os consumidores, ou seja que trabalhe a sua identidade em
vez de tentar copiar o melhor “da turma” e/ou resumir a ação comercial a uma
guerra dos preços que é afinal apocalítica para todos os operadores. Se o preço fosse a variável determinante para o
consumidor, as lojas de retalho alimentar de pequena dimensão deveriam ser
líder do mercado na venda de frutas e legumes e obviamente não é o caso!
No
universo da moda, o grupo Zara conseguiu impor, não copiando os outros, mas sim
desenvolvendo um posicionamento original, uma relação com os consumidores
original através do conjunto das suas insígnias.
RB
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