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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Small is beautiful, but big is more profitable


Na área do cimento, Secil é um exemplo de empresa que se desenvolveu de forma sólida nas últimas décadas, englobando um conjunto de negócios de dimensão local, através de compra pura e simples ou de incorporação com o aumento do universo acionista.
Hoje, Secil é uma empresa de sucesso, reconhecida na sua área de atividade, na vanguarda na procura de inovações em todos os domínios da sua atividade; é uma empresa de “case study”.

O percurso da Secil poderia ser analisado e tido em conta pelas empresas de distribuição grossistas do setor alimentar, que estão a enfrentar, por um lado, fortes evoluções do seu mercado tradicional e, por outro lado, turbulências económicas e financeiras que tornam as dificuldades ainda mais pesadas.

Em termos de ponto de situação, este verão está a marcar um ponto importante. De facto, o mercado digeriu no decorrer do último ano o desaparecimento de alguns “players” outrora de relevo como o de Unicofa no Algarve e de Manuel Nunes & Fernandes em termos nacionais e, aprendeu a viver com projetos do retalho associado animados, sem grande sucesso, por tenores da distribuição como “Meu super” da Sonae e “Amanhecer” de Jerónimo Martins. Outros pontos a destacar são a dinâmica, baseada numa competição que incide nos preços no que respeita aos grandes grupos da distribuição retalhista, e o perímetro do retalho independente de pequena dimensão que avizinha os 12 000 Pontos de Venda.
Com certeza serão necessárias mudanças e, uma delas é a constituição de empresas grossistas independentes de grande dimensão capazes de gerir grandes territórios geográficos de forma total. Evidentemente, as soluções são sempre plurais e no caso abordado podemos pensar por exemplo que uma empresa existente poderia crescer sozinha, abrindo novos cashes mas, isso pressupõe investimentos avultados e a tomada de riscos elevados inerentes a uma política de conquista. Exemplos passados mostraram os limites desta solução. Uma outra solução poderia ser uma declinação do caso Secil, com a constituição de uma empresa de bom tamanho a partir de fusões amigáveis. Neste caso, os investimentos seriam baixos, controlados e, o espírito não seria o da conquista, mas sim o da união que faz a força! A nova entidade teria muito a ganhar em termos de aumento da produtividade, de potencial de escoamento, de potencial de negociação e em termos financeiros com, por exemplo, uma gestão muitíssimo mais rentável da rotação do stock, sem falar da sua imagem no mercado que não seria a imagem de um “Killer” mas sim a de uma empresa parceira ao serviço do crescimento dos seus clientes retalhistas independentes.
Uma coisa é certa, devem acontecer mudanças, rapidamente, para evitar o enfraquecimento generalizado de numerosos grossistas independentes que partilham nos mesmos territórios um número de pontos de vendas cada vez menor o que, “in fine”, não lhes permitirá enfrentar empresas “pesadas”, bem estruturadas e dotadas de meios importantes!

O caminho é conhecido, as ferramentas existem e, se existir a vontade política de partida tudo é possível e pouco complicado a implementar.
RB

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