Segundo alguns
economistas, como o professor Robert J. Gordon da universidade Northwestern no
Illinois, o incrível crescimento do século passado não passaria de um
acontecimento pontual quando olhamos para a história humana. Afinal, antes do século
XVIII, o crescimento era apenas de 0,2% por ano e a partir daí, as evoluções tecnológicas,
industriais e demográficas foram o motor de um crescimento sem precedentes que
agora terá chegado ao fim…. Se calhar, vamos ter de nos habituar a viver com um
crescimento económico baixo.
Assim, privado
de um crescimento que sustente o consumo, refém de uma população envelhecida e
portanto menos consumidora, o mundo da distribuição deveria conhecer algumas
evoluções.
- Os grandes
centros comerciais vão ter de se reinventar, para continuarem a ser um centro
de atração de consumidores;
- Os
hipermercados vão ter de aprender a viver numa sociedade onde a venda em grande
volume terá tendência para diminuir e, onde os esforços deverão ser feitos em
termos de dinâmica comercial para puxar as vendas do não alimentar;
- Os
supermercados deverão ser cada vez mais fortes, sobretudo os supermercados com
um tamanho adaptado a quem queira fazer as suas compras diariamente e
rapidamente, ou seja os supermercados de pequena dimensão;
- Os minimercados
deverão também conhecer um certo crescimento, porque estão mais vocacionados e
adaptados para uma clientela que faz as suas compras a pé, ou seja clientes do dia-a-dia,
moradores ou pendulares, que utilizarão o minimercado como loja de apoio diário.
Os pequenos
supermercados e os minimercados (LPD – Lojas de Pequena Dimensão) vão,
na minha opinião, conhecer uma época favorável mas, serão lojas de sucesso
baseado na dedicação diária aos clientes, na gestão diária de todos os setores
de uma loja, serão uma loja para trabalhar em família, onde construir uma vida
será a linha de orientação.
Nesta perspetiva,
as empresas grossistas também podem partilhar esta evolução do mercado, se
foram ativas na dinamização deste segmento de mercado retalhista e se não deixarem
os grandes grupos de distribuição retalhista entrar nele. Volto a sublinhar que
na minha opinião dificilmente a Sonae conseguirá entrar neste mercado, de outro
modo que sob uma forma de sucursalismo, se quiser impor as suas marcas próprias.
No caso da Jerónimo Martins, o desenvolvimento da insígnia Amanhecer será difícil
porque entrará em choque de forma sistemática com a insígnia Pingo Doce.
Afinal hoje,
a dinâmica da rede “Aqui é fresco” é
a solução para quem quiser ter e gerir, em função das suas ideias, uma loja de
tipo LPD – Lojas de Pequena Dimensão.
RB
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