Se as férias de verão propiciam
às pessoas momentos de paz, ideais para refletir sobre o futuro, o verão de
2014 e, provavelmente os futuros verões também, serão ricos em temas fortes e
que condicionarão mais do que nunca a sociedade no seu conjunto.
Proponho como primeiro tema: Milhares de baby boomers vão entrar na reforma,
serão os papy boomers
Motores das grandes mudanças sociais das décadas
que se seguiram ao pós-2ª guerra mundial. Habituados a querer e, a ter…
- Como é que vão aceitar uma vida de 2ª “zona”,
com uma reforma obviamente menor do que o salário de um ativo mas,
provavelmente ainda mais reduzida porque a reorganização financeiro-económica, desejada
ou não, terá um impacto deflacionista sobre as pensões?
- Como é que se vão resignar a ter um papel
de segunda “zona”, a serem menos ouvidos e possivelmente postos em causa pelas
gerações mais novas?
- E relativamente ao consumo, quais serão as
suas opções em termos de habitat, em termos de consumo alimentar, de compra de
bens culturais, de produtos e de serviços de conforto?
As suas opções políticas continuarão a ser as
mesmas, ou mudarão e bloquearão a sociedade, impedindo-a de evoluir, ou levarão
ainda a um extremismo político?
Em Portugal, o efeito do envelhecimento será
ainda maior em razão da saída do país de jovens, dos quais, uma parte não
voltará. O interior de Portugal será cada vez mais um
deserto, com pouca densidade populacional e em vias de pauperização.
Para o universo da
distribuição, a evolução demográfica vai ter impactos brutais!
- Quid da rentabilidade dos
supermercados demasiado grandes que terão muitas dificuldades para sobreviver?
- Pior ainda, qual será o futuro dos supermercados do comércio associado, pouco
capazes de resistir em termos de rentabilidade - porque cada loja é uma loja
independente - ao “efeito grupo” dos supermercados do comércio integrado?
- As lojas terão de ser alvo de um
acompanhamento mais individualizado, porque entre uma loja urbana, uma loja
suburbana e uma loja rural existirão diferenças fortes e profundas em razão das
características de mercados específicos.
- As novas tecnologias, a par com a boa formação dos colaboradores, serão
ferramentas impreteríveis para flexibilizar as tomadas de decisões. Vejo regularmente
colaboradores de lojas com uma falta de formação que prejudica o próprio
colaborador e, por consequência, a própria loja!
Para finalizar este “post” e deixar aos leitores, sobretudo os
profissionais do setor, um ponto de reflexão, queria fazer a seguinte pergunta:
Acham mesmo que gerir uma loja de tamanho <150 m2 é
uma atividade menor, sem dificuldade e sem riscos?
RB