Agora está na Lei; deficientes e grávidas têm sempre prioridade
nas filas e nos supermercados, a prioridade impõe-se seja qual for a caixa. Afinal,
esta Lei penaliza e é discriminativa para muitas pessoas.
Concordar com este Lei é fácil. Quem é que não quer ser bom para o próximo? A maioria das
pessoas preocupa-se genuinamente com o bem-estar das pessoas que a rodeiam. Os
exemplos não faltam, basta ver o sucesso das recolhas para o Banco Alimentar e
de outros donativos feitos para dar a quem precisa.
Mas ver os limites desta Lei também é muito fácil. Se por um
lado esta Lei visa ajudar pessoas com dificuldades, por outro lado ela é totalmente
cega em relação às necessidades de muitas outras pessoas e aos abusos de
direito!
Milhares de
pessoas passam o dia a correr para pôr as crianças e ir buscá-las à escola,
levá-las à explicação, às atividades paraescolares, para fazer o jantar, tratar
da casa, da roupa …etc., sem falar de tantas outras pessoas que, porque vivem
longe do sítio onde trabalham, devem imperativamente gerir o tempo de
deslocação para evitar os momentos de maior transito. Lembro-me de uma mãe solteira
que vivia na Margem Sul e que devia acordar o seu filho de 4 anos todos os dias
da semana à 4h da manhã. Uma criança que já com 4 anos tinha olheiras de uma
pessoa adulta! Estas pessoas não deveriam ser prioritárias e, não deveriam ser
ainda mais prioritárias do que muitas grávidas?
Porque de
verdade - e penso que muitos leitores deste “Post” concordarão com o seguinte -
muitas pessoas abusam de um direito que lhes proporciona uma Lei insatisfatória.
Quantas vezes se veem idosas passar à frente, fazendo prevalecer a sua
condição, e depois ficarem já fora das caixas, de pé, a falar tempo sem contar com
conhecidos?! Quantas vezes se veem grávidas fazer prevalecer a sua condição e
depois vê-las em outra ocasiões a saltar, nadar, jogar à bola na praia! Os exemplos
não faltam. Regularmente, parece-me a mim que as crianças são levadas às
compras como sendo uma chave, um meio de regatear e poder passar à frente de
toda a gente.
Verdade
seja dita, também há idosas e grávidas que não fazem prevalecer a sua condição
porque se calhar não se sentem pessoas assim tão diminuídas, e eu faço votos para
que seja essa a razão principal. Mas também se veem muitos empregadas(os) de
caixa a chamar essas pessoas para que passem à frente, prejudicando desta forma
as pessoas que estiverem à frente delas, pessoas que se calhar têm imperativos
de vida também pesados e tão importantes como a gravidez ou a idade.
Se o
legislador quer favorecer a natalidade, em vez de dar prioridade às grávidas em
todas as caixas como bónus, que se debruce sobre os meios de proporcionar um
bom futuro às gerações vindouras sem penalizar as outras franjas de população; as
mães ficarão agradecidas!
Boa reflexão
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB