A área do comércio alimentar está a viver momentos de
transformação profunda das quais sobressaltam, três pontos que queria por em
relevo:
1- Um interesse dos grandes
grupos para o retalho de pequena dimensão (LPD – Loja de Pequena
Dimensão). Seja qual for os resultados obtidos - a palavra que passa
está à dizer que não são dos melhores – não deixe de ser óbvio que estes grupos
do retalho precisam de crescer, de forma mais controlada em termos de custos,
mais perto da população, para continuar a sua busca de controlo do mercado;
2- Uma limpeza do universo
retalhista; as lojas, que deviam fechar por falta de condições de funcionamento
que seja em termos de arquitetura, de geometria da loja, de má localização, de
desfasamento em termos de gestão, de idade avançada dos donos, estão em grande
parte fechadas, deixando o mercado livre e aberto a novos “conquistadores”;
3- A chegada no mercado de novos
empreendedores, novos “conquistadores” da distribuição da área das LPD “Lojas
de Pequena Dimensão”. Estes novos chegados vão ter de ser técnicos,
empenhados no acompanhamento técnico, da loja em termos físicos, dos clientes
em termos de relacionamento, dos produtos em termos de gestão das gamas capazes
de satisfazer as expetativas dos clientes, da rentabilidade do negócio porque
sem rentabilidade adequada não há negócio perene.
As condições gerais são paradoxalmente mais favoráveis agora do
que alguns meses atrás em grande parte porque o contexto económico geral mudou
e propõe algumas oportunidades tais como:
-O número de lojas para aluguer está a aumentar em
contrapartida do fecho de atividades comerciais que não aguentaram a pressão da
crise atual;
-A diminuição dos preços do m2 de
aluguer das lojas;
-Uma diminuição do custo de intervenção dos
empreiteiros da construção civil que precisam de arrecadar obra;
-O aparecimento de oportunidades para a compra de
equipamento de loja em segunda mão fruto do fecho de lojas que não resistiram
as condições atual do mercado;
-A possibilidade de recrutar com bastante
facilidade uma mão-de-obra em consequência do desemprego do momento;
-Os consumidores estão a passar de um consumo sem
limites a um consumo limitado as possibilidades permitidas para os seus
rendimentos e por isso mesmo estão a voltar a descobrir os benefícios da compra
em pequenas quantidades ao pé das suas casas;
-O retalho alimentar está a beneficiar de uma
transferência de clientela vinda da restauração. Pois, antes da crise as idas
ao restaurante eram frequentes e espontâneas enquanto agora são menos
frequentes, refletidas e enquadradas em termos de despesas, porque a solução
festiva provocada pela crise é a compra de pratos pré-preparados no
supermercado para uma refeição festiva em casa.
A nova batalha será com certeza a batalha do
controlo das ruas, dos bairros, das pequenas cidades a traves das (LPD –
Loja de Pequena Dimensão). Esta batalha está a começar e
faz sentido porque cada grupo de distribuição quer assegurar-se do melhor
potencial de escoamento possível, este capacidade de escoamento, base
imprescindível da negociação com os fornecedores e desejado por todos!
RB