Na última década (2010-2020) a distribuição portuguesa mudou
bastante, em consonância com as mudanças sociodemográficas, as vicissitudes económico-financeiras
e o desenvolvimento das e_tecnologias.
Em termos demográficos,
o declínio populacional acentuou-se e podemos observar numa grande parte do país
um envelhecimento claro da população. As aldeias do interior onde o habitante
mais jovem tem 60 anos, e onde a queda demográfica é irremediável tornaram-se maioritárias.
Nas zonas urbanas, e nomeadamente nos arredores das cidades onde nos anos 80 e
90 cresceram freneticamente prédios e moradias, os moradores já estão na
reforma. Os bairros onde antigamente brincavam as crianças parecem desertos e
as extremidades do dia outrora dinâmicas - com a saída dos seus habitantes para
a escola no que respeita os mais jovens e para o emprego para os adultos, bem
como o regresso no fim do dia - deixaram lugar a sítios-fantasma, com apenas pequenas
faíscas de vida entre as 10h da manhã e as 17h da tarde. A vida das pessoas
mudou bastante!
Em termos
sociais, de par com as vicissitudes económico-financeiras, as diferenças entre a
classe operária e a classe média são visíveis quando se trata das pessoas
ativas, aquelas que trabalham, porque as diferenças de rendimento são claras.
Mas quando se trata dos reformados essas diferenças são muito mais finas, porque
o sistema de reforma implementado nivelou bastante a sociedade. Cada partido no
poder acusa o seu predecessor mas não propõe nada de bem diferente. Como Portugal
é um pequeno país periférico em relação ao núcleo da Europa, não é possível
atrair imigrantes que preferem a Alemanha, a Inglaterra ou a França para
melhorar a vida das suas famílias.
Por outro
lado, as inovações tecnológicas modificaram o comportamento de compra dos consumidores
e o crescimento das vendas online continua. Em 2023 foi registado um novo aumento
das vendas online, enquanto as vendas nas lojas estão a estagnar. Aliás, coisa
totalmente futurista nos anos 2000, vêem-se poucas pessoas a fazer as suas
compras sem tablete ou smartphone, para poder comparar preços entre insígnias
ou para poder utilizar os vales de descontos eletrónico e a carta de
fidelização desmaterializada. O público habituou-se facilmente ao uso diário do
geofencing pelos comerciantes, “ver post https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=8988314544456156559#editor/target=post;postID=2406453807316529377;onPublishedMenu=allposts;onClosedMenu=allposts;postNum=1;src=link”
e, está a habituar-se lentamente à nova forma do comércio iniciada pela Amazon
- a venda antecipada por predição “ver post de 30 de Janeiro, no Facebook
Alojadaminarua http://www.lsa-conso.fr/amazon-invente-le-minority-report-du-commerce,160006”
; forma de venda que conseguiu conquistar numerosos consumidores nos Estados
Unidos sobretudo ao nível dos trabalhadores, contentes por se verem livres da
tarefa de pensar no almoço, e das famílias, cujo ritmo de vida é ultrarrápido!
Estas
evoluções modificaram por completo as relações entre os consumidores e as lojas.
As ferramentas informáticas tornaram-se indispensáveis na gestão
dos pontos de venda, e a prova disso são as centrais de compra - quer grossista
quer retalhista-, que nas décadas passadas tratavam essencialmente da
negociação com os fornecedores, e que passaram agora a ter um departamento
dedicado ao desenvolvimento de ferramentas informáticas, na área do e-comércio,
para ajudar os seus aderentes, associados ou sócios a enfrentar os grupos de distribuição
ultra integrados oriundos do e_comércio ou dos grandes “players” clássicos.
RB