O título deste “post” é uma citação de J.F. Kennedy e resume por
si só o perigo que representa a falta de informação. E no entanto, a informação
é essencial para qualquer trabalho de reflexão e de análise.
O grande obstáculo para a modernização
do sector do retalho alimentar é a negação da informação que permitiria a
muitos retalhistas perceber que estão a passar ao lado das evoluções, colocando
em perigo a sobrevivência da sua empresa.
O retalho alimentar é um
sector de atividade claramente em constante movimento, um movimento que deve ser
acompanhado para evitar que as lojas do retalho alimentar independente ou
associado percam a sua atração. As receitas de ontem já não são válidas para
competir no contexto atual e, serão ainda menos pertinentes para sobreviver a
curto prazo.
A confusão vem provavelmente
da má interpretação da noção de satisfação do cliente. Obviamente que procurar
satisfazer o cliente foi, é e será, a ideia de base da atividade retalhista. O que
muda com o tempo não é este pressuposto, mas sim as respostas que devem ser
desenvolvidas para responder às expetativas dos clientes.
A adaptação do retalho alimentar passa por um conhecimento das
evoluções
- Evoluções dos
consumidores que compõem o território onde atua a loja. Os consumidores seguem
de facto uma trajetória de envelhecimento, que modifica a sua forma de consumir.
Assim uma loja que nos anos 90 estava inserida num bairro de famílias jovens
deve agora, 25 anos mais tarde, adaptar a sua forma de atuar para responder às
expetativas de um mercado mais envelhecido, com menos indivíduos por lar e um
consumo em decréscimo;
- Evoluções da concorrência
e das respetivas características das insígnias que competem no mesmo território
e que querem captar a maior fatia das despesas dos consumidores;
- Evoluções da oferta em
termos de produtos e de marcas, que aparecem para responder a novas tendências detetadas
no mercado;
- Evoluções das novas
tecnologias, hoje em dia incontornáveis porque fazem parte do dia-a-dia da
maioria dos consumidores.
Para um retalhista, virar as costas a estas evoluções é colocar
a sua loja na rampa, muitas vezes irreversível, do declínio!
Esquema de síntese
A adaptação passa também, e de forma quase imperativa, pelo uso
das estatísticas de venda
Não é redundante relembrar
que uma loja de retalho alimentar vive da sua capacidade de atração geral e,
que esta atração é em parte a consequência de uma adaptação da sua oferta
(articulação do seu sortido) às características do seu mercado (território de
atuação da loja).
Os 2 quadros que se seguem
fazem a síntese de quotas de venda constatadas em lojas urbanas de média
dimensão, e têm como objetivo levar os retalhistas leitores a refletir sobre o
que convém fazer quando as estatísticas de vendas da sua loja estão muitas
afastadas destas médias.
Não é demais
relembrar que as frutas e legumes não conseguem por si só atrair diariamente os
consumidores. A atração através dos “frescos” faz-se com um mix composto também
pela qualidade da oferta em termos de pão, de lacticínios e do talho.
As receitas que vingaram ontem ficaram para a história; gerir o presente
é gerir, o mais rapidamente possível, as adaptações às novas realidades.
O futuro terá de ser conquistado com a capacidade dos retalhistas
em absorver rapidamente as evoluções e em aplicar rapidamente as respostas pertinentes.
Mais uma boa razão para aderir a uma rede de lojas de comércio
associado tal como a rede Aqui é Fresco.
Boa semana.
RB