Estamos a viver um momento como nunca visto em termos de retalho
alimentar. Um momento de verdadeira rutura! Uma rutura profunda provocada pela
evolução dos estilos de vida dos consumidores, e as evoluções ou melhor dizendo
as revoluções permanentes e ultra rápidas das tecnologias e do contexto
concorrencial.
As
lojas herdades dos anos 80 estão a morrer
No interior do país, as mercearias antigas,
que não souberam acompanhar as evoluções, estão a morrer. As razões são a
inadaptação das lojas em termos visuais, de sortido, e dos equipamentos, a
vinda de insígnias de grupo de distribuição organizados, o envelhecimento da
população que vê crescer o fornecimento a domicílio de comida pronta elaborada
por associações de apoio às pessoas da terceira idade.
As cidades foram santuários do retalho de
pequena dimensão durante décadas porque os custos de distribuição eram elevados
e o preço do metro quadrado de espaço era proibitivo. Mas, após terem
completado a malhagem dos subúrbios, os grupos de distribuição instalaram-se
duravelmente no coração dos bairros.
O retalho alimentar independente preferiu
vociferar contra os hipermercados que cercavam as cidades mas que não eram
concorrentes diretos dos bairros intramuros, que de reforçar a sua posição em
termos qualitativos.
As
fórmulas do comércio evoluíram
No decorrer dos últimos 40 anos o comércio
retalhista viu florescer novas fórmulas comerciais. Às mercearias ao estilo de
outrora, as mercearias com balcão de atendimento, juntaram-se as mercearias em
livre-serviço, os minimercados, os supermercados, os hipermercados, as lojas de
hard-discount e agora, o comércio on-line proposto pelos grupos de distribuição
clássicos e os “pure players”, dos
quais a empresa norte-americana Amazon é a representante mais conhecida. Como já foi dito no blog Alojadaminharua, O mercado é um mil folhas (ver post https://alojadaminharua.blogspot.pt/2016/11/o-mercado-e-um-mil-folhas.html); os diferentes
formatos de lojas e as diferentes fórmulas comerciais vão coexistir. Todavia,
devemos ser lúcidos, não sobreviverão as lojas, feias, sujas, mal equipadas,
com um sortido inadequado, dirigidas por um dono totalmente ultrapassado. Não! Não haverá espaço para esta tipologia
de comércio!
A mutação é inelutável
É cada vez mais claro que,
no retalho alimentar independente e/ou associado, uma mutação é inelutável.
1-O layout das lojas deverá ser adequado à
localização da loja. A época de um layout nacional igual, de Norte a Sul de
Portugal, acabou. Até numa metrópole como Lisboa ou Porto, o layout de uma loja
terá de ser refletido em função da sua localização ou seja, em função da
tipologia da zona;
2-O sortido de uma loja deverá ser
refletido da mesma forma; não em função de um esqueleto nacional mas sim em
função da tipologia dos ocupantes reais e observados da zona;
3-A política de serviços incluindo os horários de
abertura da loja, o atendimento específicos dos clientes em determinadas seções,
os serviços complementares, deverá ser também ajustada à realidade da
localização da loja.
4-As novas tecnologias devem entrar nas lojas e
fazer parte das ferramentas marketing de animação do Ponto de Venda. O folheto
papel é um meio de comunicação e apenas um! Os consumidores, na sua grande
maioria, têm um smartphone ou um tablet e, uma grande parte de população está presente
nas redes sociais. A maioria dos consumidores vive o dia-a-dia conectada! As lojas
do retalho alimentar independente e/ou associado não podem continuar a viver “na
pré-história” da distribuição.
A mutação é inelutável!
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB