Os números são casmurros e, obrigam-nos a ver a realidade tal
como é e não através das nossas crenças! Se de Norte a Sul de Portugal o universo dos frescos representa
+/- 57% da faturação de uma loja do retalho alimentar, como é que ainda hoje –
em 2017 – vemos grossistas e/retalhistas a assobiar para o lado quando se fala
de implementar uma estratégia que visa desenvolver e fortalecer o universo dos PRODUTOS
FRESCOS?
Vender
panelas é uma atividade limitada
Com certeza vender panelas permite evitar
gerir datas de validade dos produtos. Pelo menos em aparência, porque apesar de
não existir data de validade de consumo de uma panela em inox, existe uma data
de validade transmitida pela forma da panela, pelo tipo de tampa utilizada, pela
cor das pegas, etc. Num mercado consumista, a indústria conseguiu transmitir que
não é pela ausência da data de validade que um produto não está sujeito à moda.
O caso é caricato: O produto panela não tem
a mesma rotação que o produto manteiga ou açúcar; se uma panela for vendida
hoje, a panela que a substituirá será vendida daqui a muito muito tempo, enquanto
o ritmo de venda de uma embalagem de manteiga ao mesmo consumidor é elevadíssimo.
Se vender uma panela de vez enquanto é bom,
vender manteiga é muitíssimo bom, pois é um negócio contínuo!
Vender
os FRESCOS é fonte de benefícios avultados
Nos frescos, estão incluídos os produtos de
padaria e de pastelaria, o talho, a charcutaria, os lacticínios, os congelados,
a comida pronta a comer e obviamente as frutas e os legumes.
Podemos reparar que a lista enunciada supra
contém produtos “de VIDA” do dia-a-dia de qualquer consumidor ou seja,
diariamente um consumidor vai a uma loja alimentar para comprar no mínimo um
produto dessas categorias. São portanto produtos que levam os consumidores à
loja e, por arrastamento, são produtos que fazem vender o resto da loja. São produtos
chave na gestão de uma loja.
Os grossistas do setor alimentar não podem
perder esta oportunidade
Historicamente, os
grossistas do setor do retalho alimentar vendiam produtos secos. Todavia o mercado
evoluiu, e hoje em dia os grossistas não podem virar as costas a uma fatia do negócio
que representa mais de metade das vendas de uma loja alimentar.
Apenas
para reflexão proponho o quadro seguinte, para que os decisores nos cashs
possam refletir sobre a matéria e começar uma revolução em relação ao que devem
fazer para continuar a ser uma peça-chave da distribuição alimentar no futuro.
O quadro supra exemplifica
o caso de uma loja ou de uma cash com as características de faturação seguintes:
Faturação geral de
10.000.000€;
Repartição da faturação do
tipo 90% de faturação feita a partir da mercearia seca, das bebidas e do DPH e,
10% da faturação feita com 10% de produtos frescos.
Imaginemos que uma estratégia
seja implementada para vender mais frescos.
Vamos supor que a faturação dos
produtos secos continua com o mesmo valor de 9.000.000€.
Para, por exemplo, que os
frescos alcançassem 30% da faturação global, seria preciso que os frescos
representassem 3.857.143€ de faturação. Estamos portanto a falar de um
crescimento de 2.857.143 € de faturação a fazer, com os mesmos retalhistas
clientes ou seja em lojas conhecidas, com os donos das quais os vendedores têm
uma relação especial e provavelmente de longa data.
Deixo aos decisores o cuidado de avaliar, em termos de margem,
os ganhos suplementares que a implementação de uma estratégia correta de venda
de produtos frescos poderia trazer à empresa!
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB