Definir a implantação de produtos não é
uma tarefa fácil porque existe um conjunto de parâmetros que devem ser
refletidos.
A altura das gôndolas
1-A
altura das gôndolas tem um impacto nítido na implantação dos produtos, porque
da altura do mobiliário depende a quantidade de metros lineares desenvolvidos
(LD) disponíveis. Por exemplo: uma gôndola composta por 5 elementos de 1,20m com
uma altura de 1,55m, terá um LD disponível obviamente inferior ao LD disponível
de uma gôndola de 1,83m, também composta por 5 elementos com 1,20m, destinada a
implantar os mesmos tipos de produtos.
Devemos ter em mente que
uma loja tem como propósito a venda de produtos e que o comprimento da oferta,
ou seja a quantidade de referências propostas, depende do Linear Desenvolvido. Esta reflexão é importante para qualquer loja do
retalho alimentar de pequena dimensão (LPD). No entanto, quando se trata de
lojas de tipo grande supermercado e hipermercado, é normal, considerando a
importância da superfície das lojas, que existam zonas equipadas com gôndolas
baixas, de maneira a criar um impacto visual e uma lógica de “Shop in the
shop”.
2- Nas
lojas de tipo LPD, é corrente ver gôndolas baixas – de 1,55m - para, segundo os
donos das lojas, permitir que qualquer cliente chegue à prateleira de cima.
Este raciocínio não tem em consideração a altura de preensão efetiva das
pessoas. Em Portugal, em 2010, a altura média das mulheres é de 1,62m e, a
altura média dos homens é de 1,72m. Esta medida não é a medida a ter em conta,
porque as pessoas não pegam nos produtos com os olhos mas sim com as mãos.
Assim, em função da altura média das pessoas, e do comprimento médio de um
braço, a altura de preensão seria de +/- 1,90m para as mulheres e de +/-2,00m
para os homens. De
facto, devemos considerar a altura de preensão tendo em conta a altura da
pessoa com o braço levantado.
A estrutura das gôndolas
As gôndolas
utilizadas hoje em dia são gôndolas com prateleiras alinhadas em termos de
profundidade. Outrora era costume utilizar gôndolas com prateleiras em cascata;
a prateleira de baixo tinha uma profundidade de 50cm e a cada nível de
exposição as prateleiras eram menos profundas até chegar à parte de cima com
uma profundidade de 10 ou de 15cm. Hoje estes tipos de gôndolas estão
totalmente ultrapassados.
A profundidade das prateleiras
Este
post sendo dedicado aos donos de loja de pequena dimensão e de supermercados,
considerarei apenas as prateleiras adequadas a estes formatos.
Para as gôndolas e as murais, proponho prateleiras com 40cm de
profundidade. Isto, porque esta
profundidade corresponde a uma capacidade de armazenamento suficiente para
evitar ruturas e sobre stock, em função de uma gestão correta dos stocks.
Para os Topos de Gôndolas, proponho prateleiras com 30cm de
profundidade. Isto, porque esta
profundidade corresponde ao que se pretende de um TG; um impacto visual forte e
um stock reduzido, adaptado a um escoamento normal de um produto em promoção e
portanto destacado.
Nos 2 casos, a profundidade
das prateleiras permite o alargamento dos corredores e portanto facilita a boa
circulação dos clientes na loja.
Os elementos de canto
Os
cantos, sejam quais forem, não apresentam uma mais-valia significativa. Os cantos são
instáveis e obrigam a alinhar as prateleiras dos elementos vizinhos com as
prateleiras do canto. Esta situação complica a gestão do espaço e
tem portanto um impacto na gestão do linear e da implantação. Pessoalmente,
evito utilizar elementos de canto.
O alinhamento das prateleiras
A importância
do LD nas lojas de grande dimensão, em conjunto com a importância das
quantidades expostas, permite um alinhamento das prateleiras. Todavia, nas
lojas de tipo LPD, a importância da oferta, ou seja o comprimento do sortido,
depende da quantidade de prateleiras. Assim, recomendo que – para preservar um efeito estético
- as prateleiras de baixo, do 1º nível, e de cima, do último nível de exposição,
sejam alinhadas mas, que as prateleiras entre estas 2 extremidades sejam
colocadas em função do tamanho dos produtos. Desta maneira, dois elementos
seguidos poderão ter uma quantidade de prateleiras diferente, permitindo
rentabilizar o espaço, satisfazer mais os consumidores e afinal aumentar as
vendas e otimizar o lucro por cada m2 da loja.
Boa
reflexão. A continuar….
RB