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sábado, 23 de dezembro de 2017
domingo, 17 de dezembro de 2017
Filme - Reorganização da loja “Loja Tradicional” em São João de Estoril
No seguimento do "Post " publicado sobre a reorganização da loja "Loja Tradiconal" situada em São João de Estoril,
https://alojadaminharua.blogspot.pt/2017/12/reorganizacao-da-loja-loja-tradicional.html , junto aqui o filme dessa reorganização, que muito simpaticamente me enviou o Sr. Nuno Santos, um dos membros da família que liderou este grande projeto.
O Filme
Um grande abraço a toda a família e a cada colaborador que diariamente fazem dessa loja um sucesso comercial.
RB
domingo, 10 de dezembro de 2017
Não há razão nenhuma para fazer a festa!
Os números são portas que devemos saber abrir, para ver o que se
passa por trás delas e para evitar cair na armadilha da falsa felicidade; a
felicidade de fachada que esconde uma realidade menos brilhante e até bastante
assustadora.
O panorama da distribuição,
num certo momento, permite ver as performances das principais insígnias de distribuição.
Lendo a imagem infra, podemos perceber que:
- As insígnias Continente e
Pingo Doce têm uma presença esmagadora porque representam em conjunto 54% do
mercado.
- As insígnias Minipreço e Intermarché
não conseguem redefinir o seu modelo de loja e, Lidl está a ganhar, aparentemente
de forma inexorável, quotas de mercado.
- O segmento das outras insígnias
parece estável e oscila na casa dos 15%/16% do mercado.
Os atores do retalho de pequena e média
dimensão podem pensar que está tudo bem, que o mercado
está estabilizado e que 2017 acaba bem. No entanto, podemos tentar refletir
sobre o que está por trás destes números.
“Olhando por trás da porta”
podemos interrogar-nos sobre a composição do segmento “Outras insígnias”. Se neste segmento estão
colocadas todas as insígnias que não fazem parte do Top 6, podemos pensar que:
- Vamos encontrar insígnias
que não são suficientemente representativas mas que estão ativas em Portugal e
com vontade de passar a contar, tais como por exemplo as insígnias Leclerc, Supercor-El
Corte Inglés, Aldi.
- Vamos encontrar as insígnias
tais como Spar, Froiz, Apolónia, Belita, Bolama, Algartalhos…etc.
- Vamos encontrar também as
lojas associadas à Coviran, as lojas Meu Super, as lojas Amanhecer e as lojas
associadas à rede Aqui é Fresco.
O segmento “outras Insígnias” está
claramente densamente ocupado mas, intensamente atomizado, e em termos nacionais
cada insígnia representa muito pouco.
Em conclusão, deixo os pontos de reflexão seguintes, aos meus
clientes e amigos grossistas e retalhistas: O que vale neste contexto uma marca própria (MDD),
hiper-local, limitada a algumas categorias de produtos, e vendida a lojas com
expressão comercial extremamente reduzida? Não seria mais relevante em termos
comerciais, financeiros e de marketing, apostar no fortalecimento de uma MDD nacional
e sólida?
Boa
reflexão e bom trabalho,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 3 de dezembro de 2017
Reorganização da loja “Loja Tradicional” em São João de Estoril
No universo das lojas de pequena e média dimensão (LPMD) do
setor do retalho alimentar, é extremamente corrente ver lojas com equipamento com
mais de 15 anos. Parece até que, para muitos retalhistas, a compra de
equipamento faz-se apenas uma única vez!
Hoje, publico fotografias da reorganização da loja “Loja
Tradicional” situada ao lado da Junta de freguesia de São João de Estoril.
É a terceira vez que faço
parte da equipa que reorganiza esta loja desde 2001. A última reorganização foi
feita em Novembro de 2007. Esta loja é de facto um caso à parte no universo das
lojas de tipo LPMD. As reorganizações foram pesadas em termos de investimento
mas, foram sempre compensadas em termos de aumento significativo das
performances do negócio.
Reorganizar uma
loja em profundidade é um trabalho de equipa, cada um devendo fazer o melhor
que pode tecnicamente, ao nível da sua especialidade. No caso da Loja
Tradicional intervieram arquitetos, engenheiros civis, especialistas do frio …etc.
Reorganizar uma
loja necessita de uma liderança. Neste caso, ela foi assumida pelo Nuno e pelo Filipe
Santos, filhos do dono, o Sr. Francisco, habitualmente muito ativos na
atividade da família.
Reorganizar uma
loja é também rever os recursos humanos necessários para fazer funcionar a
loja. No caso da Loja Tradicional, a equipa é composta por pessoas altamente
competentes em cada tarefa levada a cabo e, movidas pela real satisfação dos
clientes.
Zona das frutas e legumes,
em período de reposição
O mural
dos “frescos” e “congelados” que leva os clientes até ao fundo da loja
O talho,
nova seção incorporada na loja, ocupa o fundo da loja e inicia as seções de
venda com serviço
Seção da
charcutaria, queijaria com serviço Vista
do conjunto da zona de venda com serviço aos clientes
Uma parte
da garrafeira
Um
corredor da mercearia seca
O corredor
do DPH A zona das
caixas.
Na fotografia: o Sr. Francisco, dono da loja.
Voltarei nos
próximos meses a abordar o caso desta loja, para mostrar com mais pormenores os
bastidores desta última reorganização.
Para quem quiser,
deixo aqui o link do Post que escrevi em 26/04/2012 sobre esta loja, já diferente de muitas outras lojas
do mesmo mercado.
Parabéns a
toda a equipa!
Com
certeza,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 19 de novembro de 2017
Apareceram as frutas cortadas em cuvete “cristal” e, vêm para ficar
Em Portugal, 2017 ficará como o ano do aparecimento - de forma
organizada - do segmento das frutas cortadas e acondicionados em cuvetes ou
copos de cristal. Este segmento vem enriquecer as 4ª e 5ª gamas, respetivamente
legumes crus e cozidos.
Mais um segmento de diferenciação e de distanciação entre as
diferentes formas de comércio alimentar.
A 4ª
e a 5ª gama: gamas desiguais em evolução e venda segundo as insígnias
As 4ª e 5ª gamas têm cada vez mais presença
nos lineares mas, constatamos claramente que as dinâmicas de venda são
diferentes segundo as insígnias. Parece que as insígnias Lidl, Aldi, Pingo Doce
e Continente são aquelas que conseguem dinamizar estes segmentos, dinâmica
baseada no desenvolvimento desses segmentos com a MDD.
A observar a extensão do linear dessas
gamas e o aspeto vazio das prateleiras no fim do dia, apostar nestas gamas não
é nada descabido, porque elas correspondem à procura dos consumidores sedentos
de soluções alimentares que permitem diminuir o tempo de preparação das refeições.
As
frutas cortadas e acondicionadas em recipientes de plástico “cristal” vieram
para ficar
O caminho foi aberto pelas 4ª e 5ª gamas ou
seja, os compradores dessas gamas serão naturalmente compradores das frutas
cortadas. Não se trata de vender - como ainda é tradicional - uma melancia ou
um melão cordado em metade ou em quarto, mas trata-se sim de vender um produto
final, que é uma cuvete ou um copo em plástico “cristal” que contém frutas já prontas
a comer.
O consumidor vê na gama das frutas cortadas
e prontas a comer uma forma de poupar tempo de preparação das frutas e também
uma forma de evitar desperdícios. É uma solução que satisfaz as famílias com
poucos membros em razão do ritmo de vida, das dificuldades de conciliar vida
profissional e vida privada, do envelhecimento da população ou seja da
multiplicação dos lares onde vivem apenas duas pessoas com apetite reduzido.
O fator preço?
É verdade que o PVP desses
produtos é elevado quando comparado ao preço do quilo de fruta mas, o que
compra o cliente é um conjunto composto por produtos (as frutas) e por um
serviço (comprar apenas a quantidade desejada sem ter de lavar, descascar,
cortar nada e com um risco reduzido de ter de pôr no lixo frutas estragadas). Além
disso as cuvetes vendidas podem ter vários tamanhos, oferecendo soluções para
apenas um indivíduo ou para um conjunto de pessoas.
O mercado estando em movimento, recomendo aos meus clientes,
seja qual for a localização das suas lojas, que observem o seu mercado local,
falando com as pessoas e visitando as insígnias concorrentes, também incluídas
no “mass-market”, para que tomem a
decisão de incorporar ou não na sua oferta de frutas e legumes os segmentos da
4ªda 5ª gama e das frutas cortadas em cuvete prontas a comer.
Bom trabalho,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
Há mais a ganhar na venda do que na compra
Se é verdade que o processo da venda engloba o saber comprar bem
e o saber vender bem, não deixa de ser verdade que os retalhistas das lojas de
Pequena e média dimensão têm mais a ganhar no saber vender bem.
De
uma época à outra
Os retalhistas que começaram a sua
atividade no início dos anos 80 lembram-se que nessa época a inflação ainda era
elevada e que começou a diminuir gradualmente no meio dos anos 80, para chegar a
um nível baixo a meio dos anos 90. O documento apresentado no link seguinte
mostra bem essa tendência.
Na altura da inflação elevada, convinha,
para o retalhista que tivesse uma boa tesouraria, constituir um stock elevado
de mercadorias para alavancar os seus ganhos.
Hoje a situação é bem diferente: a inflação
é irrisória, e a agressividade das campanhas promocionais a que se entregam os
fornecedores e as insígnias fazem com que um bom preço de hoje possa ainda ser
melhor nos dias seguintes. Fazer stock de mercadorias por causa de um bom preço
nunca foi tão arriscado.
O facto
de favorecer a venda na placa de venda está estreitamente ligado à organização
do espaço
As duas imagens infra apontam para a
importância da definição de um circuito de deslocação do cliente na loja, para
fomentar a venda.
A ideia é colocar o cliente na posição de
comprador logo desde a entrada da placa de venda. Isso explica, nas imagens
infra, a colocação do “alimentar fresco” no início do circuito.
A notar que em muitas lojas convém iniciar
o percurso do cliente com a colocação das frutas e legumes no primeiro metro do
percurso mas, em lojas de cidade, situadas em zona de escritórios, a colocação
de um móvel de “snacking” no início do percurso parece ser uma opção acertada.
Cada leitor perceberá que o
circuito é um elemento técnico que fomenta a venda e portanto, que ajuda a
maximizar a faturação de uma loja. Os técnicos que estão habituados a
reimplantar lojas sabem bem que depois uma reorganização, é regular observar um
crescimento médio das vendas da ordem de 20 a 25%.
O que é que é preferível? Obter uma melhoria das condições de
compra de 1%, 2% ou 3% ou, obter um crescimento das vendas de 20%?
Para
quem sabe fazer contas, não há a menor dúvida de que a solução que favorece o
crescimento das vendas é de longe a mais acertada!
Bom trabalho,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 5 de novembro de 2017
O retalhista - Um empreendedor
O retalhista é, de forma objetiva, um empreendedor.
Independentemente do tamanho, do número de empregados, do nível de faturação e
de lucro da sua loja, ele deve diariamente gerir um conjunto de parâmetros,
indispensáveis para a continuidade e viabilidade da sua empresa.
As 2
imagens seguintes explicam a variedade dos conhecimentos necessários ao
retalhista-empreendedor, para executar tarefas recorrentes e até diárias.
A imagem supra sublinha a diversidade
dos conhecimentos imperativos necessários ao retalhista para que ele seja capaz
de gerir em boas condições a sua empresa.
A imagem evidencia também que a caricatura do
merceeiro como um profissional de segunda zona, possuidor apenas de 4 paredes e
de um lápis para fazer contas, é totalmente obsoleta.
O retalhista moderno é um técnico conhecedor
do território onde está localizada a sua loja. O retalhista moderno é um técnico que sabe
gerir a placa de venda em termos dos recursos humanos necessários para cuidar
dos clientes, dos produtos e da placa de venda, do circuito de deslocação dos
clientes, dos equipamentos necessários para expor as mercadorias em condições
ideais de conservação e de atração dos clientes, dos produtos que podem
responder às expetativas dos clientes, das ferramentas de gestão que permitem
analisar as performances da loja e caso seja necessário corrigir ou melhorar
certos aspetos de gestão.
O retalhista-empreendedor é o primeiro
formador da sua equipa
Para que o retalhista seja o primeiro formador da sua equipa ele deve em primeiro saber informar-se e, formar-se sobre os métodos e técnicas modernas de gestão de um ponto de venda.
O mercado estando em movimento, um retalhista que age hoje como agia há 25 ou 30 anos atrás, condena a sua loja a uma queda irremediável.
Bom trabalho,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 29 de outubro de 2017
4 dicas +1 para gerir a MDD no retalho alimentar LPMD – Loja de pequena e média dimensão
Os retalhistas do setor alimentar têm uma imensa dificuldade em gerir
as marcas e nomeadamente a Marca do distribuidor, que deveria representar a arma
estratégica para batalhar no dia-a-dia.
Para ajudar cada retalhista a refletir sobre o que deveria
continuar a fazer ou melhorar, deixo aqui algumas dicas.
Dica 1
– A loja deve escolher apenas uma marca de distribuição
É estranho ver em muitas lojas várias MDD
(Marca do distribuidor) a partilharem a mesma prateleira! O retalhista deveria escolher um
fornecedor-chave, em geral é um grossista-chave, que será o seu fornecedor de
MDD.
Dica
2 – Não cair na tentação de elaborar uma gama de produtos MDD juntando
referências provenientes de fornecedores diferentes
É comum de ver na mesma gama de produtos
MDD, variedades diferentes vindas de fornecedores diferentes. O retalhista
explica esta opção dizendo que deve ter a mesma coisa do que o outro retalhista
ao lado tem, para não perder uma venda. É uma explicação estranha e
complicada para sustentar, senão reparem: Será que o Continente vende produtos
MDD da marca do Pingo Doce ou do Intermarché ou do Jumbo? A resposta é
claramente NÃO! Ter uma MDD diferente do vizinho retalhista permite
diferenciar-se da concorrência e atrair clientes.
Claramente propor as mesmas
referências provoca apenas uma coisa: a indiferenciação e, por consequência uma
guerra dos preços que prejudica os lucros!
Dica 3 – A MDD deve ser defendida e promovida
pelo retalhista
A perfeição é uma busca sem
fim e sem tréguas. Assim, haverá sempre clientes a gostar mais e clientes a
gostar menos de tal ou tal produto. Isso faz parte do jogo do cliente. Cabe ao
retalhista, porque ele deve ser o primeiro a defender o seu negócio, defender a
MDD que ele vende na sua loja. Quem menospreza a sua própria MDD afinal faz o
jogo do concorrente e dá-se um tiro no pé! Os retalhistas devem levar o cliente a experimentar
os produtos que compõem a sua linha de referências MDD, devem suscitar o desejo
e ser positivos, porque ao fazer isso estão a defender o que é deles!
Dica 4 – Os produtos da marca MDD devem ser visíveis
Um produto da marca MDD
deve estar colocado ao pé do produto da marca líder do segmento ou da
categoria. Ele deve ser visível e a informação
do PVP presente, indicando o preço ao litro ou ao quilo para ajudar o cliente a
comparar com os produtos líderes e sublíderes.
Dica 5 – O retalhista que tiver lido este “post”
nunca poderá dizer que não sabia
O retalhista que tiver lido este “post” deverá analisar o que faz na sua loja e, tomar as decisões necessárias para melhorar a sua atuação no mercado.
O retalhista que tiver lido este “post” deverá analisar o que faz na sua loja e, tomar as decisões necessárias para melhorar a sua atuação no mercado.
A recompensa do retalhista será
provavelmente uma melhoria da lisibilidade da sua oferta, uma melhoria em
termos de diferenciação em relação à concorrência e, finalmente, uma melhoria
das performances gerais das vendas com uma otimização dos seus lucros.
Bom trabalho,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 22 de outubro de 2017
domingo, 15 de outubro de 2017
Quanto é que está a perder?
Os números são casmurros e, obrigam-nos a ver a realidade tal
como é e não através das nossas crenças! Se de Norte a Sul de Portugal o universo dos frescos representa
+/- 57% da faturação de uma loja do retalho alimentar, como é que ainda hoje –
em 2017 – vemos grossistas e/retalhistas a assobiar para o lado quando se fala
de implementar uma estratégia que visa desenvolver e fortalecer o universo dos PRODUTOS
FRESCOS?
Vender
panelas é uma atividade limitada
Com certeza vender panelas permite evitar
gerir datas de validade dos produtos. Pelo menos em aparência, porque apesar de
não existir data de validade de consumo de uma panela em inox, existe uma data
de validade transmitida pela forma da panela, pelo tipo de tampa utilizada, pela
cor das pegas, etc. Num mercado consumista, a indústria conseguiu transmitir que
não é pela ausência da data de validade que um produto não está sujeito à moda.
O caso é caricato: O produto panela não tem
a mesma rotação que o produto manteiga ou açúcar; se uma panela for vendida
hoje, a panela que a substituirá será vendida daqui a muito muito tempo, enquanto
o ritmo de venda de uma embalagem de manteiga ao mesmo consumidor é elevadíssimo.
Se vender uma panela de vez enquanto é bom,
vender manteiga é muitíssimo bom, pois é um negócio contínuo!
Vender
os FRESCOS é fonte de benefícios avultados
Nos frescos, estão incluídos os produtos de
padaria e de pastelaria, o talho, a charcutaria, os lacticínios, os congelados,
a comida pronta a comer e obviamente as frutas e os legumes.
Podemos reparar que a lista enunciada supra
contém produtos “de VIDA” do dia-a-dia de qualquer consumidor ou seja,
diariamente um consumidor vai a uma loja alimentar para comprar no mínimo um
produto dessas categorias. São portanto produtos que levam os consumidores à
loja e, por arrastamento, são produtos que fazem vender o resto da loja. São produtos
chave na gestão de uma loja.
Os grossistas do setor alimentar não podem
perder esta oportunidade
Historicamente, os
grossistas do setor do retalho alimentar vendiam produtos secos. Todavia o mercado
evoluiu, e hoje em dia os grossistas não podem virar as costas a uma fatia do negócio
que representa mais de metade das vendas de uma loja alimentar.
Apenas
para reflexão proponho o quadro seguinte, para que os decisores nos cashs
possam refletir sobre a matéria e começar uma revolução em relação ao que devem
fazer para continuar a ser uma peça-chave da distribuição alimentar no futuro.
O quadro supra exemplifica
o caso de uma loja ou de uma cash com as características de faturação seguintes:
Faturação geral de
10.000.000€;
Repartição da faturação do
tipo 90% de faturação feita a partir da mercearia seca, das bebidas e do DPH e,
10% da faturação feita com 10% de produtos frescos.
Imaginemos que uma estratégia
seja implementada para vender mais frescos.
Vamos supor que a faturação dos
produtos secos continua com o mesmo valor de 9.000.000€.
Para, por exemplo, que os
frescos alcançassem 30% da faturação global, seria preciso que os frescos
representassem 3.857.143€ de faturação. Estamos portanto a falar de um
crescimento de 2.857.143 € de faturação a fazer, com os mesmos retalhistas
clientes ou seja em lojas conhecidas, com os donos das quais os vendedores têm
uma relação especial e provavelmente de longa data.
Deixo aos decisores o cuidado de avaliar, em termos de margem,
os ganhos suplementares que a implementação de uma estratégia correta de venda
de produtos frescos poderia trazer à empresa!
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
A escolha é simples - Mutação ou Desaparecimento do retalho alimentar independente e/ou associado!
Estamos a viver um momento como nunca visto em termos de retalho
alimentar. Um momento de verdadeira rutura! Uma rutura profunda provocada pela
evolução dos estilos de vida dos consumidores, e as evoluções ou melhor dizendo
as revoluções permanentes e ultra rápidas das tecnologias e do contexto
concorrencial.
As
lojas herdades dos anos 80 estão a morrer
No interior do país, as mercearias antigas,
que não souberam acompanhar as evoluções, estão a morrer. As razões são a
inadaptação das lojas em termos visuais, de sortido, e dos equipamentos, a
vinda de insígnias de grupo de distribuição organizados, o envelhecimento da
população que vê crescer o fornecimento a domicílio de comida pronta elaborada
por associações de apoio às pessoas da terceira idade.
As cidades foram santuários do retalho de
pequena dimensão durante décadas porque os custos de distribuição eram elevados
e o preço do metro quadrado de espaço era proibitivo. Mas, após terem
completado a malhagem dos subúrbios, os grupos de distribuição instalaram-se
duravelmente no coração dos bairros.
O retalho alimentar independente preferiu
vociferar contra os hipermercados que cercavam as cidades mas que não eram
concorrentes diretos dos bairros intramuros, que de reforçar a sua posição em
termos qualitativos.
As
fórmulas do comércio evoluíram
No decorrer dos últimos 40 anos o comércio
retalhista viu florescer novas fórmulas comerciais. Às mercearias ao estilo de
outrora, as mercearias com balcão de atendimento, juntaram-se as mercearias em
livre-serviço, os minimercados, os supermercados, os hipermercados, as lojas de
hard-discount e agora, o comércio on-line proposto pelos grupos de distribuição
clássicos e os “pure players”, dos
quais a empresa norte-americana Amazon é a representante mais conhecida. Como já foi dito no blog Alojadaminharua, O mercado é um mil folhas (ver post https://alojadaminharua.blogspot.pt/2016/11/o-mercado-e-um-mil-folhas.html); os diferentes
formatos de lojas e as diferentes fórmulas comerciais vão coexistir. Todavia,
devemos ser lúcidos, não sobreviverão as lojas, feias, sujas, mal equipadas,
com um sortido inadequado, dirigidas por um dono totalmente ultrapassado. Não! Não haverá espaço para esta tipologia
de comércio!
A mutação é inelutável
É cada vez mais claro que,
no retalho alimentar independente e/ou associado, uma mutação é inelutável.
1-O layout das lojas deverá ser adequado à
localização da loja. A época de um layout nacional igual, de Norte a Sul de
Portugal, acabou. Até numa metrópole como Lisboa ou Porto, o layout de uma loja
terá de ser refletido em função da sua localização ou seja, em função da
tipologia da zona;
2-O sortido de uma loja deverá ser
refletido da mesma forma; não em função de um esqueleto nacional mas sim em
função da tipologia dos ocupantes reais e observados da zona;
3-A política de serviços incluindo os horários de
abertura da loja, o atendimento específicos dos clientes em determinadas seções,
os serviços complementares, deverá ser também ajustada à realidade da
localização da loja.
4-As novas tecnologias devem entrar nas lojas e
fazer parte das ferramentas marketing de animação do Ponto de Venda. O folheto
papel é um meio de comunicação e apenas um! Os consumidores, na sua grande
maioria, têm um smartphone ou um tablet e, uma grande parte de população está presente
nas redes sociais. A maioria dos consumidores vive o dia-a-dia conectada! As lojas
do retalho alimentar independente e/ou associado não podem continuar a viver “na
pré-história” da distribuição.
A mutação é inelutável!
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 1 de outubro de 2017
Quando as palavras simpáticas dos clientes matam!
Quem não tem em mente um exemplo de um minimercado que
antigamente era visto como o melhor da região e que passou à história? Dizer
que a loja periclitou porque o seu dono não soube adaptá-la às evoluções é
certo mas, observando bem as razões do declínio da loja, podemos ver
regularmente quando as palavras simpáticas dos clientes podem matar!
O
mercado está sempre em movimento
Não vale a pena pensar que uma loja está
organizada para sempre e que dará sempre lucro. O mercado é um sítio onde a
luta é diária com os concorrentes já presentes e aqueles que aparecem sem
descontinuar. No fluxo de novos concorrentes vai provavelmente aparecer uma
nova ideia, uma nova fórmula que vai vencer, porque será mais capaz de cativar
clientes e de fidelizá-los. Certas empresas serão destabilizadas e outras
morrerão se não forem capazes de uma reação rápida.
Nada
nasce para sempre
Tudo nasce para morrer. O que pode ser
feito é tomar decisões para evitar que o fim chegue demasiado cedo. A tomada de
decisão pressupõe uma tomada de consciência que qualquer coisa deve mudar. A
lucidez é portanto o elemento essencial.
As palavras de simpatia dos clientes podem
ser picas mortais
Não se deve fiar de forma
cega nas palavras dos clientes. Mesmo na pior loja vai haver clientes a dirigir
palavras de simpatia ao retalhista. Não é por maldade, não! Apenas é por boa
educação, boa vizinhança, lembrança de um tempo que já passou, ou simplesmente
para dar ânimo. Uma loja objetivamente feia, suja, mal
organizada, com imensos produtos no chão, prateleiras totalmente obsoletas, uma
iluminação fraca…etc. não é uma loja para o futuro!
E se há clientes que dizem que assim a loja é
perfeita e que se encontram aí produtos que nem em Lisboa existem, perguntem-lhes
quanto é que gastam por mês em compras nos supermercados e comparem com o que
gastam na loja. O resultado da comparação dará uma ideia clara do que realmente
pensam os clientes da loja! O resto é conversa!
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 24 de setembro de 2017
O metrônomo
Nos últimos anos, a economia Portuguesa viveu sobressaltos fortes.
Uma crise severa que esmagou muitas famílias, e um movimento extraordinário de
euforia em grande parte ligada à explosão das atividades turísticas e imobiliárias.
Estes dois momentos opostos foram excelentes para muitos retalhistas donos de
lojas de pequena e média dimensão. Para muitos retalhistas, temo que este período
tenha ficado marcado apenas como o período das oportunidades desperdiçadas.
Olhando
para o que aconteceu
Os consumidores não voltaram às lojas que
ficavam perto das suas casas porque afinal se relembraram que gostavam dos
retalhistas, das suas pequenas lojas, dos produtos ali vendidos. Não! Os consumidores
voltaram às lojas de bairro, situadas ao pé das suas casas, porque não queriam
gastar dinheiro suplementar em gasolina e também porque o número de referências
nas lojas pequenas sendo menor, a tentação de comprar também o é. O corte nos
ordenados e os sacrifícios profundos anunciados para as próximas décadas tetanizaram,
e isso é totalmente percebível, a grande maioria dos cidadãos.
Os novos consumidores estrangeiros, vindos com
a onda de compra de casas em Portugal, foram clientes das lojas de proximidade
numa primeira ou segunda visita a Portugal porque ali encontravam os produtos básicos
necessários para uma estadia curta, e também porque para muitos deles o comércio
de merceeiro lhes fazia relembrar uma época acabada na terra deles.
A
bonança podia ter sido utilizada para reorganizar as lojas
O período era ideal para reorganizar os
pontos de venda, investir em novos equipamentos, rever a oferta comercial. Para
muitos retalhistas os consumidores tinham voltado à loja porque eles gostavam
dela assim! Em consequência, nada se fez. A ilusão foi demasiada forte!
Caronte vai ter muito trabalho
De facto, vamos assistir a
uma vasta saída de lojas do mercado do retalho alimentar de pequena e média
dimensão. Entre as lojas detidas por retalhistas demasiado velhos para continuarem
em atividade, as lojas sem capacidade de faturar o suficiente para pagar as
contas mínimas de energia e fiscais, e as lojas situadas em zonas de despovoação,
Caronte vai ter pouco tempo para descansar.
Mas, o mercado está sempre em movimento
No blog “A loja da minha rua”, já escrevi numerosas vezes sobre o movimento sem fim do mercado. O desaparecimento de certas lojas não significa o fim das lojas de pequena e média dimensão; significa apenas o fim de certas lojas, detidas por certos retalhistas, em certos sítios.A vontade de criar o seu próprio negócio é forte em certas pessoas que vão entrar nesse mercado com o intuito de vencer e de ter uma boa vida.
No blog “A loja da minha rua”, já escrevi numerosas vezes sobre o movimento sem fim do mercado. O desaparecimento de certas lojas não significa o fim das lojas de pequena e média dimensão; significa apenas o fim de certas lojas, detidas por certos retalhistas, em certos sítios.A vontade de criar o seu próprio negócio é forte em certas pessoas que vão entrar nesse mercado com o intuito de vencer e de ter uma boa vida.
Serão novas pessoas, com
uma energia nova, forte e pronta a ser utilizada e, viradas para as ideias
novas que hoje fazem a diferença.
O retalho de pequena e média dimensão está em movimento, um
movimento sem fim!
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 17 de setembro de 2017
Os segredos da Marca do distribuidor
No retalho alimentar de pequena e média dimensão é raro ver uma
loja que não inclua no seu sortido os produtos de marca do distribuidor (MDD). Todavia,
é comum observar uma utilização deficiente dessa MDD, provavelmente porque existe
um desconhecimento das características fortes da MARCA DO DISTRIBUIDOR.
Para esclarecer os retalhistas sobre o rumo
a seguir em termos de MDD, quero sublinhar alguns pontos técnicos que podem ajudar
qualquer retalhista a repensar a sua oferta de marcas.
Para
especificar a situação de partida, é preciso notar:
- Que as marcas dos fornecedores continuam
a liderar as vendas e portanto, as marcas chamadas nacionais e internacionais são
imprescindíveis. A título de exemplo forte desta afirmação, há a introdução de
marcas nacionais e internacionais na insígnia Lidl que foi um dos elementos
essenciais da sua (re)conquista do mercado português.
- Que as marcas de primeiro preço (os PP) representam
vendas marginais, atualmente <3%, e que são portanto marcas nada estratégicas
e até perigosas quando estão demasiado presentes, pois transmitem uma imagem
fraca da loja que as vendem.
As marcas de primeiro preço não devem ser confundidas com
as MDD! Quer ver uma oferta de MDD adaptada ao retalho
alimentar de pequena e média dimensão? Siga este link Uma MDD dinâmica do comércio independente e associado e faça boas
compras e sobretudo, faça da sua loja um ponto de venda dinâmico e lucrativo!
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
domingo, 10 de setembro de 2017
O fator chave é a gestão das novas tecnologias!
As novas tecnologias tornaram-se, incontestavelmente, o elemento
incontornável da nossa época e, isto aplica-se a todos os setores de atividade
e a todos os estratos da sociedade. O setor retalhista já passou por diferentes
períodos durantes os quais, segundo o momento, liderou a produção, o marketing,
o comercial e as compras e, a logística. Os grupos que lideram atualmente a
distribuição alimentar são aqueles que souberam adaptar-se a cada um desses momentos
e que estão altamente presentes na vida dos consumidores através das novas
tecnologias.
O retalho independente ou associado de
pequena dimensão está bastante atrasado em relação à implementação das novas
tecnologias no seu dia-a-dia. Este atraso tem as suas raízes no modo de
funcionamento do retalho há várias décadas, baseado na procura do melhor preço
de compra para obter a melhor margem possível.
Ninguém pode condenar um retalhista por
querer lucrar; o lucro é para cada retalhista uma recompensa merecida pelo seu
trabalho gastador de tempo e energia e, pelos riscos assumidos.
Também, cada comerciante, sozinho no seu
cantinho, não tem os meios suficientes para utilizar as ferramentas
tecnológicas modernas; O comerciante não tem forçosamente os conhecimentos
técnicos suficientes e não tem meios para, sozinho, pagar os recursos humanos
especializados neste setor e as ferramentas necessárias.
As empresas grossistas e as centrais de
compra, de que são sócias ou acionistas, deveriam avançar no desenvolvimento de
ferramentas que permitem colocar ao dispor dos retalhistas meios modernos de
gestão das suas lojas, quer nas suas relações com os consumidores quer na
obtenção dos bons produtos com boas condições de compra com os produtores e fornecedores.
Desenvolver e colocar as ferramentas tecnológicas ao dispor dos
retalhistas permitiria que as centrais e/ou os grossistas fidelizassem os
retalhistas ao respetivo projeto de rede de lojas. Pois é, basear a lealdade de retalhistas a partir da
ideia de melhores condições de compra não é suficiente e torna qualquer projeto
sujeito à predação de outros operadores. De facto, qualquer predador pode entrar numa loja propondo preços esmagados, mas a entrada de predadores em lojas ligadas a vantagens
tecnológicas seria muitíssimo mais dificultada, ou até impossível.
Nos
próximos anos, vamos ver centenas de lojas do retalho alimentar fechar porque
os donos irão reformar-se de vez ou por falta de clientes. Este movimento
será, não tenho dúvida nenhuma, largo no interior do país. Para as lojas
urbanas e suburbanas, as centrais de compra ou de negociação deverão continuar
as suas atividades comerciais, de marketing e logísticas mas, se não se dotarem
rapidamente de novas tecnologias, elas serão marginalizadas e desaparecerão.
Boa
reflexão,
O seu sucesso está nas suas mãos!
RB
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