A
reabertura das lojas Alisuper no Algarve está a avançar a um bom ritmo; talvez não
tão rapidamente como desejado pelos novos acionistas e pela direção comercial,
mas é visível para os consumidores e obviamente para os concorrentes.
Se
para os consumidores esta reabertura é vista com um certo interesse,
nomeadamente ao nível da existência de mais uma loja de proximidade para fazer
algumas compras de última hora ou de desempanagem, para os outros comerciantes
independentes ou associados, e até mesmo para grupos de distribuição
integrados, a reabertura de lojas Alisuper significa mais concorrência numa
época de retração do consumo, de guerra dos preços e de um possível impacto
negativo do turismo.
Com
certeza que o sucesso é de desejar à Alisuper, porque o seu sucesso será a
confirmação do fim de anos de incerteza e de instabilidade para os empregados,
seja qual for o seu nível de responsabilidade.
Mas
para vencer será necessário tomar as decisões
de marketing e as decisões comerciais
capazes de favorecer: primeiro um tráfego contínuo de clientes nas lojas
Alisuper; segundo, uma adesão dos clientes à nova fórmula comercial; terceiro
uma dinâmica que permite pôr em movimento cada loja, incluindo a dinâmica dos
recursos humanos que representarão - com certeza - o elo de ligação de base
entre a nova Alisuper e os consumidores e; tudo isso num quadro de
rentabilidade imperativo, para que a empresa perdure.
Criar um tráfego contínuo de clientes será a primeira chave do sucesso,
sabendo que toda a concorrência está a entrar numa guerra comercial para poder
guardar e até captar clientes, de maneira a garantir a sua quota de mercado,
b-a ba do poder negocial quando se trata da relação
fornecedores/distribuidores.
Fazer aderir os clientes à nova fórmula será a segunda chave e será
provavelmente a chave que determinará em grande parte o sucesso futuro, porque
sem adesão forte não haverá faturação elevada nem suficiente. Em termos de
adesão dos clientes, os competidores da distribuição organizada integrados ou
associados tem uma força marketing de elevado nível, difícil de acompanhar sem
meios financeiros consequentes e, Alisuper não só não joga nessa divisão como
também será demasiado grande para ficar numa lógica de loja de bairro de tipo
independente. Será necessário refletir sobre ações de marketing e comerciais
criativas, com forte impacto e custos controlados para não dizer reduzidíssimos,
mas será que existe uma fórmula comercial delineada?
Dinamizar e pôr em movimento cada loja,
será a terceira chave, de dimensão humana e por isso mesmo sujeita a
oscilações. Para envolver todas as pessoas é preciso definir com clareza um
objetivo comum e um programa de ações planificadas e coordenadas, no qual cada
um pode sentir-se como um elemento valioso e ser reconhecido com tal. Os
responsáveis das lojas que têm com característica principal a proximidade, não
podem, não devem subestimar o impacto de ações cujo alvo são os colaboradores,
também consumidores e passa-a-palavra local; “eles podem fazer ou desfazer
reis”!
Nada
será fácil! No Algarve, à concorrência outrora constituída por retalhistas
independentes com lojas pouco organizadas, foi acrescentada a concorrência de
lojas de grupos de âmbito nacional ou internacional, totalmente inseridas numa
lógica de proximidade.
Nada
será fácil, porque os consumidores podem aderir ou virar as costas a uma loja
sem problema, são eles que fazem os reis!
Não
será nada fácil atingir um nível de rentabilidade suficiente, sem que tenham sido
previamente bem definidas, planeadas e coordenadas todas as políticas do
retailing-mix.
RB
Permita-me M. Richard Bordone dizer-lhe que os consumidores da região do Algarve como os das restantes regiões do Pais, mais tarde ou mais cedo acordarão da anestesia que sofrem por força das manobras de marketing quanto a preços e ao lixo alimentar que andam a consumir.
ResponderEliminarEste fim de semana foi já uma demonstração do despertar para a realidade, de milhares de consumidores que não se deixaram confundir com os 50% de desconto nas carnes de qualidade da Distribuição "moderna".
Por isso, deixe que a verdade cumpra o seu dever . . . e depois falaremos.
Em primeiro, agradeço o seu comentário, que leio como uma contribuição de uma pessoa interessada na distribuição.
ResponderEliminarEm segundo, se devemos esperar que “a verdade cumpra o seu dever… e depois falaremos”, nunca vamos falar. O panorama atual da distribuição mostra bem a força que os poucos grupos de distribuição têm; falamos de Sonae, Jerónimo Martins, Intermarché ou seja 3 insígnias que representam perto de 55% de quota de mercado. É uma realidade dura se quiser, mas é a situação atual. Os métodos de trabalho e as técnicas utilizadas, na minha opinião, não podem ser criticados porque qualquer organização utiliza métodos e técnicas para ter sucesso. Também não concordo quando sugere que os grandes grupos de distribuição anestesiam os consumidores e alimentam estes com lixo alimentar, pois repare: - que em todas lojas os consumidores encontram em grande parte as mesmas marcas; - que os fabricantes de MDD trabalham a partir de cadernos de encargo parecidos; - que os fornecedores são muitas vezes os mesmos, etc.
Nos dias do fim da semana passada, fui ver lojas Pingo Doce no Algarve, mais precisamente em Lagos, e vi clientes à espera para comprar a carne, menos que no decorrer da promoção 50% mas havia um bom movimento. A minha análise do arrefecimento que se notou é que os clientes não tinham mais dinheiro para gastar mas, com certeza tinham vontade de o fazer.
O problema essencial dos grupos de comerciantes independentes e de estruturas de pequena e média dimensão associadas numa estrutura maior, é o de aceitar que devem trabalhar de forma coordenada, com uma forte disciplina, com uma vontade de utilizar meios técnicos comuns em formação, consultoria, gestão, marketing, gestão da informação …etc.
RB
"O problema essencial dos grupos de comerciantes independentes e de estruturas de pequena e média dimensão associadas numa estrutura maior, é o de aceitar que devem trabalhar de forma coordenada, com uma forte disciplina, com uma vontade de utilizar meios técnicos comuns em formação, consultoria, gestão, marketing, gestão da informação …etc."
ResponderEliminarSubscrevo.
Ainda há muita cabecinha a pensar como há 30-40 anos, em que o comerciante da terra era o Rei, porque tinha a loja. Hoje quem manda não é o comerciante, é o consumidor. E os comerciantes (nem todos, obviamente) têm de perceber esta inversão de papéis.
Alisuper ?
ResponderEliminarParece-me que já começou a cair novamente .....
Um passarinho me contou .........
O grupo que ficou com o Alisuper que se gaba de ter investido 80 milhões de euros ( foram 0) esta quase quase a pufff ....
Vamos acompanhar
Esta noticia, se for verdadeira, será, sem dúvida nenhuma, um rude golpe para todos os colaboradores que incansavelmente trabalham para o sucesso da insígnia Alisuper. Fica o canal aberto para mais notícias.
EliminarBasta visitar as lojas e ver como estão pobres alias quem as comprou era chamado o rei da fruta e já não há fruta la e tudo
ResponderEliminarRude golpe para todos pois o dinheiro para levantar a marca e as lojas foram de todos nos dados pelo estado .
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