Num
momento crítico em que Portugal está a ser severamente abalado por turbulências
fortes, todas as ideias que permitem potencializar a criação de empresas
deveriam ser encorajadas. Força é de constatar que no setor da distribuição
alimentar de proximidade e de pequena dimensão este espírito não existe, pois
os criadores de minimercado devem enfrentar um conjunto de obstáculos que não
beneficia a dinâmica desta atividade, já profundamente em mutação em
consequência do desenvolvimento todos azimutes dos grupos da distribuição
organizada quer associada quer integrada.
Não
seria um bom contributo a criação de novas lojas, dinamizando ruas, bairros,
cidades e proporcionando atividade a famílias inteiras, donas de loja, sem
falar de possíveis criações de emprego em cascata?
Para
facilitar a instalação de novas lojas, porque não rever alguns pontos que são
obstáculos de ordem administrativa ou técnica, mas que por fim têm
consequências financeiras que pesam na rentabilidade da empresa? Por exemplo
redefinir:
- A
necessidade da loja ter uma ou várias casas de banho para o público. Se
consideramos que estas lojas são lojas de proximidade, não faz sentido obrigar
o retalhista a ter uma casa de banho para os seus vizinhos do lado. A sublinhar
que estamos a falar de proximidade, de clientes que vivem a 1, 2 ou 3 minutes
em geral da loja. Acabar com esta obrigação vai libertar espaço para aumentar
os metros quadrados de espaço de venda para poder expor mais mercadorias e,
portanto satisfazer melhor os consumidores e, portanto maximizar as vendas;
- A
obrigação de garantir uma largura de corredor de pelo menos 1,20m. Obviamente,
seria ótimo se o corredor tivesse uma largura para garantir o melhor ambiente na
loja mas, regularmente a escolha é entre seguir à risca o preconizado pela lei
ou “fazer alguns malabarismos”, para evitar perder um linear que representa
afinal uma variável importante em termos de organização do Ponto de Venda;
-
As regras de funcionamento das secções de serviço, tais como o talho, a
charcutaria com serviço, o take-away com serviço…etc.. Sem pôr em causa as
regras de higiene e de segurança na manipulação e na conservação dos alimentos,
poder ajustar os recursos humanos em função do tamanho da loja seria uma ideia
capaz de libertar meios humanos e também financeiros;
-
As regras aplicáveis ao “take-away” com serviço. Esta secção pode ser uma mera
secção de revenda de produtos elaborados ou pré elaborados, comprados a
fornecedores e vendidos a peso ou à unidade, ou uma secção onde o que é vendido
é fabricado “in sítio”. No caso da compra a fornecedores, o retalhista não
deveria ser obrigado a pedir uma licença de restauração, ele deveria apenas
cumprir os requisitos em termos de higiene e segurança alimentar;
- A
lei, em termos de sinalética exterior da loja, ou seja o toldo, o reclame
luminoso, a colocação de cavalete no passeio…etc. Não é normal que cada câmara
municipal faça o que bem entende e prejudique os esforços das pessoas que ousam
arriscar para melhorar as suas vidas. Uma norma nacional deveria ser definida, para
todos os pontos do país.
Redefinir
estes pontos seria para já um sinal de que os responsáveis políticos se
preocupam com a dinâmica empresarial do país, a vitalidade dos centros
populacionais, e o bem-estar de todos os cidadãos.
Os
comerciantes deveriam procurar ter um papel ativo nas associações de
comerciantes às quais pertencem, de maneira a formar uma força com propostas de
dinâmica comercial ao poder político local.
RB
Sim... mas depois não existiriam taxas e coimas a passar para justificar, muitas vezes, alguns postos de trabalho...
ResponderEliminarCaro Fernando: é por isso que sublinhei a importância de respeitar regras em termos de higiene e segurança alimentar. Agora acho exagerado em termos da lei, fazer um amálgame entre restaurantes (que fabricam) e lojas de retalho que apenas vendem a peso produtos já preparados. No entanto, volto a sublinhar que os comerciantes cometem um grave erro quando não têm um papel ativo nas associações de comerciantes, porque não querem, não gostam ou não acham interessante. As associações de comerciantes deveriam ser organismos incontornáveis em qualquer decisão política ligada ao urbanismo. Vê bem o grande empenho que tem a CCP, com uma entrega e um voluntarimo elevados do seu Presidente - o Engenheiro João Vieira Lopes, na defesa dos interesses dos comerciantes.RB
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