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segunda-feira, 7 de maio de 2012

LIBERTEM o comércio alimentar de proximidade

Num momento crítico em que Portugal está a ser severamente abalado por turbulências fortes, todas as ideias que permitem potencializar a criação de empresas deveriam ser encorajadas. Força é de constatar que no setor da distribuição alimentar de proximidade e de pequena dimensão este espírito não existe, pois os criadores de minimercado devem enfrentar um conjunto de obstáculos que não beneficia a dinâmica desta atividade, já profundamente em mutação em consequência do desenvolvimento todos azimutes dos grupos da distribuição organizada quer associada quer integrada.
Não seria um bom contributo a criação de novas lojas, dinamizando ruas, bairros, cidades e proporcionando atividade a famílias inteiras, donas de loja, sem falar de possíveis criações de emprego em cascata?
Para facilitar a instalação de novas lojas, porque não rever alguns pontos que são obstáculos de ordem administrativa ou técnica, mas que por fim têm consequências financeiras que pesam na rentabilidade da empresa? Por exemplo redefinir:
- A necessidade da loja ter uma ou várias casas de banho para o público. Se consideramos que estas lojas são lojas de proximidade, não faz sentido obrigar o retalhista a ter uma casa de banho para os seus vizinhos do lado. A sublinhar que estamos a falar de proximidade, de clientes que vivem a 1, 2 ou 3 minutes em geral da loja. Acabar com esta obrigação vai libertar espaço para aumentar os metros quadrados de espaço de venda para poder expor mais mercadorias e, portanto satisfazer melhor os consumidores e, portanto maximizar as vendas;
- A obrigação de garantir uma largura de corredor de pelo menos 1,20m. Obviamente, seria ótimo se o corredor tivesse uma largura para garantir o melhor ambiente na loja mas, regularmente a escolha é entre seguir à risca o preconizado pela lei ou “fazer alguns malabarismos”, para evitar perder um linear que representa afinal uma variável importante em termos de organização do Ponto de Venda;
- As regras de funcionamento das secções de serviço, tais como o talho, a charcutaria com serviço, o take-away com serviço…etc.. Sem pôr em causa as regras de higiene e de segurança na manipulação e na conservação dos alimentos, poder ajustar os recursos humanos em função do tamanho da loja seria uma ideia capaz de libertar meios humanos e também financeiros;
- As regras aplicáveis ao “take-away” com serviço. Esta secção pode ser uma mera secção de revenda de produtos elaborados ou pré elaborados, comprados a fornecedores e vendidos a peso ou à unidade, ou uma secção onde o que é vendido é fabricado “in sítio”. No caso da compra a fornecedores, o retalhista não deveria ser obrigado a pedir uma licença de restauração, ele deveria apenas cumprir os requisitos em termos de higiene e segurança alimentar;
- A lei, em termos de sinalética exterior da loja, ou seja o toldo, o reclame luminoso, a colocação de cavalete no passeio…etc. Não é normal que cada câmara municipal faça o que bem entende e prejudique os esforços das pessoas que ousam arriscar para melhorar as suas vidas. Uma norma nacional deveria ser definida, para todos os pontos do país.

Redefinir estes pontos seria para já um sinal de que os responsáveis políticos se preocupam com a dinâmica empresarial do país, a vitalidade dos centros populacionais, e o bem-estar de todos os cidadãos.
Os comerciantes deveriam procurar ter um papel ativo nas associações de comerciantes às quais pertencem, de maneira a formar uma força com propostas de dinâmica comercial ao poder político local.
RB
                                                                                  

2 comentários:

  1. Sim... mas depois não existiriam taxas e coimas a passar para justificar, muitas vezes, alguns postos de trabalho...

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  2. Caro Fernando: é por isso que sublinhei a importância de respeitar regras em termos de higiene e segurança alimentar. Agora acho exagerado em termos da lei, fazer um amálgame entre restaurantes (que fabricam) e lojas de retalho que apenas vendem a peso produtos já preparados. No entanto, volto a sublinhar que os comerciantes cometem um grave erro quando não têm um papel ativo nas associações de comerciantes, porque não querem, não gostam ou não acham interessante. As associações de comerciantes deveriam ser organismos incontornáveis em qualquer decisão política ligada ao urbanismo. Vê bem o grande empenho que tem a CCP, com uma entrega e um voluntarimo elevados do seu Presidente - o Engenheiro João Vieira Lopes, na defesa dos interesses dos comerciantes.RB

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O Blog foi feito para proporcionar um espaço de expressão dos atores do mundo do comercio. Encorajo cada leitor a intervir, e a ser um elemento valioso de trocas construtivas para todos.