A
política promocional do Pingo Doce, infelizmente seguida por outras insígnias, está
a provocar a tentação por parte de comerciantes independentes de seguir o mesmo
caminho. Concordo
com o Dr. Belmiro de Azevedo, quando ele afirma que esta promoção tem um custo
elevado: pois tem, para a insígnia e para o consumidor, que afinal é levado a
gastar muito para obter um certo benefício, o que nem toda gente pode…ouvi uma
cliente, pessoa de idade e portanto que vive da sua reforma, dizer do Pingo
Doce que a promoção afinal não era para eles (os reformados) mas sim para quem
tinha dinheiro e para os restauradores!”
Para
voltar ao tema, a imitação pode sair caro para quem não reflete previamente
sobre as suas consequências. Não basta baixar os preços, não basta dar desconto
e ficar contente, não! É preciso avaliar o que vai custar à empresa o golpe
promocional, e perceber se a empresa pode aguentar uma tal operação.
Já
vi lojas de 1000 m2 perderem muito dinheiro porque os seus dirigentes
achavam que era apenas preciso acompanhar as promoções dos concorrentes, sem
mais nem menos.
Errado,
milhares de vezes errado! É preciso:
1. Em função do
histórico das vendas, avaliar quais serão os segmentos de produtos que serão
objeto da promoção;
2. Avaliar a
alavancagem que proporcionará a promoção, ou seja quantas vezes a empresa está
a prever vender mais mercadorias;
3. Avaliar o custo do
golpe promocional em termos de lucros cessantes, ou seja o que é que a empresa
vai perder ou - na melhor das hipóteses - o que não vai ganhar, incluindo todos
os custos ligados à operação promocional, mercadorias, recursos humanos,
energia, equipamento, consumíveis…etc.;
4. Calcular como é que
será possível compensar os “lucros cessantes”, quais serão os segmentos ou as
referências que permitirão uma compensação de margem;
5. Prever as
negociações com fornecedores, para negociar com eles uma contribuição para
absorver uma parte do impacto da promoção ao nível da margem;
6. Organizar o linear
ou o balcão, de maneira a provocar a venda complementar na ótica de favorecer o
cross marketing e portanto a compensação de margem;
7. Depois de acabar a
operação promocional, fazer dois estudos: Um estudo para avaliar o impacto da
promoção ao nível da faturação, do aumento do fluxo de clientes, da margem
comercial …etc. e, um estudo para avaliar as consequências da promoção no tempo,
de maneira a perceber se ela foi benéfica no tempo em termos de ganho de novos clientes,
de fidelização de clientes, de imagem global da loja…etc.
Para
que o leitor reflita sobre o impacto da promoção, junto um quadro interessante que
permite perceber quantas vezes mais é preciso vender para manter o mesmo nível
de margem absoluta.
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