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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Seguir a moda dos descontos a 50% pode ser fatal para os comerciantes

A política promocional do Pingo Doce, infelizmente seguida por outras insígnias, está a provocar a tentação por parte de comerciantes independentes de seguir o mesmo caminho. Concordo com o Dr. Belmiro de Azevedo, quando ele afirma que esta promoção tem um custo elevado: pois tem, para a insígnia e para o consumidor, que afinal é levado a gastar muito para obter um certo benefício, o que nem toda gente pode…ouvi uma cliente, pessoa de idade e portanto que vive da sua reforma, dizer do Pingo Doce que a promoção afinal não era para eles (os reformados) mas sim para quem tinha dinheiro e para os restauradores!”
Para voltar ao tema, a imitação pode sair caro para quem não reflete previamente sobre as suas consequências. Não basta baixar os preços, não basta dar desconto e ficar contente, não! É preciso avaliar o que vai custar à empresa o golpe promocional, e perceber se a empresa pode aguentar uma tal operação.
Já vi lojas de 1000 m2 perderem muito dinheiro porque os seus dirigentes achavam que era apenas preciso acompanhar as promoções dos concorrentes, sem mais nem menos.
Errado, milhares de vezes errado! É preciso:

1.   Em função do histórico das vendas, avaliar quais serão os segmentos de produtos que serão objeto da promoção;
2.   Avaliar a alavancagem que proporcionará a promoção, ou seja quantas vezes a empresa está a prever vender mais mercadorias;
3.   Avaliar o custo do golpe promocional em termos de lucros cessantes, ou seja o que é que a empresa vai perder ou - na melhor das hipóteses - o que não vai ganhar, incluindo todos os custos ligados à operação promocional, mercadorias, recursos humanos, energia, equipamento, consumíveis…etc.;
4.   Calcular como é que será possível compensar os “lucros cessantes”, quais serão os segmentos ou as referências que permitirão uma compensação de margem;
5.   Prever as negociações com fornecedores, para negociar com eles uma contribuição para absorver uma parte do impacto da promoção ao nível da margem;
6.   Organizar o linear ou o balcão, de maneira a provocar a venda complementar na ótica de favorecer o cross marketing e portanto a compensação de margem;
7.   Depois de acabar a operação promocional, fazer dois estudos: Um estudo para avaliar o impacto da promoção ao nível da faturação, do aumento do fluxo de clientes, da margem comercial …etc. e, um estudo para avaliar as consequências da promoção no tempo, de maneira a perceber se ela foi benéfica no tempo em termos de ganho de novos clientes, de fidelização de clientes, de imagem global da loja…etc.

Para que o leitor reflita sobre o impacto da promoção, junto um quadro interessante que permite perceber quantas vezes mais é preciso vender para manter o mesmo nível de margem absoluta.



RB

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