No contexto do retalho alimentar, quem for profissional da área
conhece um vocabulário técnico que descreve as diferentes formas do comércio e
fórmulas comerciais:
O comércio
independente: Comércio detido
por um retalhista totalmente independente. Ele define sozinho a estratégia a
seguir e as táticas a pôr em prática para maximizar as vendas e a rentabilidade
da sua Loja. Ele não deve satisfações a ninguém e pode fazer as suas compras
onde lhe apetecer.
O comércio
associado: Comércio detido em
parte ou na sua totalidade por um retalhista
que faz parte de um conjunto, partilhando meios comuns na ótica de
beneficiar de regalias ou vantagens, por exemplo comerciais ou de marketing,
que isoladamente não conseguiria obter. Existem várias formas de comércio
associado, que vão desde a associação simples e pouco exigente até modelos que
criam relações rígidas entre os associados, ou entre os associados e a Empresa
promotora do projeto.
O comércio
integrado: Comércio detido por
uma entidade, que pode ser uma Empresa, um grupo de pessoas ou um indivíduo. As
decisões são tomadas pela direção, e aplicam-se de forma igual a todos os
elementos do grupo. Cada loja tem à sua frente um responsável, nomeado para a
função, assalariado, e devendo respeitar e aplicar as decisões tomadas pela
direção.
O contrato de
franchising, chamado de forma corrente O Franchising: É um contrato, portanto um documento que
regula ou define de forma jurídica, as relações entre um franchisado ou
franquiado, e um franchisador ou franquiador. Para resumir, por um lado há um
franchisador que detém um know-how (saber fazer) específico, por exemplo em
termos comerciais ou produtivos e que é capaz de dar apoio, comercial,
jurídico, marketing,…etc, e por outro lado há um franchisado que deseja
adquirir o direito de utilizar o Know-how do franchisador e ter acesso aos
apoios técnicos e que, para isso, aceita pagar uma joia de entrada, trazer
capital para efetuar os investimentos necessários, garantir que vai trabalhar e
que vai pagar royalties ou seja remunerará o franchisador.
Estas palavras são geralmente conhecidas, porque fazem parte do
panorama comercial português, e cada profissional sabe que os retalhistas de
rua são em geral retalhistas do comércio independente, que Pingo Doce,
Continente, Jumbo são insígnias do comércio integrado e que Intermarché, Meu
Super, Coviran são insígnias do comércio associado.
Todavia, em Portugal poucas pessoas conhecem o sucursalismo(*) mas, como os períodos
de grandes turbulências são também períodos de grandes oportunidades, vou apostar que
o sucursalismo se vai desenvolver em Portugal, e que será - na minha opinião -
o ferro de lança da expansão dos grupos do comércio integrado, porque as
condições contextuais nunca foram tão propícias a isso.
No próximo
“Post” explicarei porque é que, na minha opinião, o sucursalismo vai ser
implementado em Portugal, e as consequências que isso vai ter ao nível do
comércio associado e independente.
(*)Sucursalismo: Organização comercial baseada numa rede alargada de lojas
- as sucursais - que são totalmente subordinadas às decisões da « Casa
mãe », cabeça da rede; trata-se portanto de comércio integrado.
RB
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